Abro os olhos de uma vez, me sentindo completamente atordoada. Meus globos oculares parecem ir de um lado para o outro, enquanto olho para o teto. Meu corpo parecia ter afundado dentro o colchão, quase engolido pelas dobras do lençol vermelho.
Como uma brisa sorrateira e silenciosa, um par de olhos escuros entra em meu campo de visão, acompanhado de um punhado de cabelos lisos e cheios, que adornavam grandes cílios que piscavam em minha direção.
— Bom dia. — Hyun me saúda.
Sinto o peso do seu pequeno corpo fazer movimentos sobre a cama. Ele estava ajoelhado do meu lado e apoiava as mãos no colchão.
— Bom dia. — Respondo, me sentando. — O que está fazendo aqui?
— Tava esperando você acordar. — Ele retira suas mãos do colchão e as coloca sobre as pernas dobradas e expostas pelos shorts escuros.
— Por quê?
Hyun balança a cabeça de um lado para o outro, negando freneticamente.
— O Jimin disse que você tava aqui. O meu machucado já sarou. — Ele estica sua perna direita e aponta para o joelho, me mostrando a pele clara e sem qualquer vestígio de cicatriz.
— Isso é muito bom. Fico feliz que esteja bem. — Sorrio e Hyun retribui.
De certa forma, isso era surpreendente, quase nunca o vi sorrindo. Só quando brincamos no jardim dos fundos, a única vez.
Fito Hyun por mais alguns segundos, percebendo que não me livraria dessa criança com facilidade. Seus grandes olhos curiosos e seu pequeno corpo sentado pacientemente de um jeito desajeitado, me indicavam isso.
— Quantos anos você tem, Hyun?
— Esse. — Ele ergue suas mãos no ar, me mostrando seis pequenos e gordinhos dedos.
Depois disso, ele volta a ser silencioso, apenas me olhando. E sem saída, me rendo.
— Você quer fazer alguma coisa? — ele assente. — Certo. Então me espere aqui, vou usar o banheiro e já volto.
Retiro o resto do lençol que me cobria e saio da cama, caminhando até minha mala e pego o essencial para começar. Vou para o banheiro e me apronto para mais um dia. Quando estou pronta, fico parada na frente do espelho, encarando o meu reflexo, enquanto lembro do o sonho que tive. Eu até poderia ignorar e dizer que sonhos são assim mesmo, mas algo dentro de mim estava me deixando inquieta, por isso, sei que foi real e que não posso ignorar.
O vermelho da pedra de aíma pendurado ao redor do meu pescoço, capta minha atenção e decido que vou guardar esse colar no meu bolso. Se eu pretendo passar três dias aqui na mansão, tentando descobrir sobre todo esse mistério, serei discreta.
Respiro fundo e recolho tudo que trouxe para o banheiro, levando de volta para o quarto. Hyun ainda me esperava sentado na ponta da cama com as pernas para fora. Sua pequena estatura impedia que ele conseguisse tocar o chão, por isso, suas pernas estavam balançando no ar.
— O que você quer fazer? — Pergunto para o garotinho que salta da cama assim que termino de guardar minhas roupas.
— Eu quero te mostrar a minha boneca favorita. — Ele responde animado, se aproximando de mim.
— E onde ela está? — Coloco as mãos na cintura, encarando a pequena criança parada na minha frente.
Hyun agarra minha mão e começa a me puxar para fora do quarto. Do lado de fora, ele me guia pelo corredor vazio, nos fazendo atravessar para o outro lado onde ficava o seu quarto. Mas fico surpresa quando o garotinho passa direto pela porta que deveria entrar, indo para a que estava do lado. Paro abruptamente de andar, impedindo que Hyun me levasse além daquela porta em tom vinho-escuro.
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DRÁCUS DEMENTER || KTH
Fanfic❝Em minhas costas, respirando pesado, olhando a luz, rezando, isso aqui não é o fim, mas é claro que poderia ser. Em minhas costas, o coração batendo fora do meu peito. Eu nunca pensei, não posso acreditar que eu partirei assim.❞ Nunca condene algué...