6°- CAPÍTULO ✝

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"Elena!"

"Elena!"

"Elena!"

Expiro profundamente, enquanto mexo meu corpo sobre a cama, sentindo a coberta fina se embolar no meio das minhas pernas.

"Elena!"

— O que foi Wendy? — Sem abrir os olhos, pergunto.

"Elena!"

Suspiro, chutando a coberta para baixo.

— O que você quer, Wendy? — Me sento na cama, sentindo o corpo ainda preguiçoso.

Com a visão um pouco embaçada, vejo Wendy sair do banheiro segurando uma escova de dentes, enquanto sua boca estava completamente cheia de espuma branca.

— Me chamou? — Ela pergunta com a boca cheia, quase deixando a espuma da pasta cair para fora da boca.

— Você que me chamou. — Espreguiço meu corpo, erguendo os braços no ar, antes de colocar os pés para fora da cama.

— Não chamei. Estou escovando os dentes. — Wendy aponta para sua boca, e depois se vira, voltando para dentro do banheiro.

Nego com a cabeça, sabendo que Wendy deve estar fazendo uma das suas brincadeiras.

Quando sinto meu corpo bem acordado, checo meu celular que estava jogado no pé da cama. Respondo algumas mensagens da minha mãe e deixo o aparelho sobra a cômoda, ao lado do vaso com flores. Aproximo meu rosto das flores, inspirando seu cheiro doce que perfumava o quarto.

Caminho até à janela, puxando as cortinas para o lado para poder espiar o dia limpo do lado de fora. Não havia sol hoje, mas não era como um dia frio. Perco algum tempo observando a visão oferecida através da janela e acabo suspirando ao me recordar da noite anterior. Eu estava carregada de dúvidas, eu queria entender as coisas, mas me lembro de ficar confusa e acabar com muito sono, foi repentino, mas eu apenas dormi. Acho que minha cabeça cheia acabou cansando o meu corpo.

"Elena!"

Olho para trás, me vendo sozinha no quarto.

"Elena!"

Vou em direção ao banheiro de porta aberta, vendo minha irmã enxaguar sua boca suja de pasta.

— Muito engraçado, Wendy. — Falo, em tom irônico, enquanto abro o espelho/armário e pego minha escova de dentes.

Wendy me olha de rabo de olho, com uma expressão confusa no rosto, mas sei que ela está apenas fingindo.

Depois que Wendy parou com suas gracinhas, nós duas nos arrumamos para ter um longo dia na loja de vovó. E prontas, descemos até o primeiro andar onde a encontramos com Sebastian conversando na cozinha. Vovó disse que hoje seria nosso dia livre e que deveríamos aproveitar pela cidade, já que cuidamos da loja sozinhas para ela durante alguns dias. Ela também disse que Sebastian a ajudaria por lá, e precisei conter a língua de Wendy antes que ela soltasse algum comentário impertinente a respeito disso.

Wendy sugeriu que passeamos um pouco para lembrar de como Upiór era, já que a última vez que estivemos aqui, foi durante o enterro do nosso avô, antes da proibição de voltarmos para o vilarejo.

Minha irmã subiu de volta para o segundo andar e foi atrás de uma bolsa que pudéssemos levar em nosso passeio, enquanto vovó trocava as minhas ataduras. Tenho uma grande surpresa ao ver que os arranhões estavam quase curados e logo sumiriam.

Com uma bolsa de pano sobre um dos ombros, Wendy retorna. Nós duas nos despedimos de vovó e Sebastian, e seguimos para fora da casa, paramos na calçada, enquanto pensávamos em qual direção seguir, tendo em vista que não conhecíamos direito a nova Upiór. Mas minha irmã decidiu tomar a frente, nos guiando pelas ruas de ladrilhos onde muitas pessoas transitavam. Wendy andava confiante como se já conhecesse o lugar e isso me fazia querer rir, mesmo se estivéssemos perdidas, ela agiria como se tudo estivesse no controle, sua grande confiança era gigante.

DRÁCUS DEMENTER || KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora