Depois que o padre Albert saiu do quarto, ainda permaneci aqui por mais algum tempo, pensando sobre a nossa conversa. Ainda parecia tudo muito louco na minha cabeça.
Após quase queimar os miolos, acabei trocando da roupa, e quando já estava pronta, resolvi sair do quarto e seguir o conselho do padre e conhecer um pouco dessa capela misteriosa.
De pé perto da porta, a abro, sendo recebida pelo silêncio do outro lado. Caminho pelo corredor, indo direto para as escadas. Olho para cima, vendo a falsa parede que escondia esse lugar e, em seguida, começo a descer os degraus iluminados pelas lamparinas presas nas paredes de concreto. Logo depois descer alguns lances, encontro mais dois corredores similares aos do quarto onde eu estava ficando, então, julgo que esses também devem abrigar quartos. Continuo descendo até chegar no final dos degraus, tendo duas opções de portas de madeira para escolher. Acabo optando pelo lado esquerdo, tocando a maçaneta redonda e fria, girando-a tão lentamente, tentando abrir a porta sem fazer muito barulho. Empurro a porta para dentro, revelando apenas uma pequena brecha, que já me permitia ver uma velha estante de madeira com muitos livros em suas prateleiras.
— Bem-vindo! — Alguém diz do lado de dentro, era uma voz masculina.
Fico parada no lugar segurando a maçaneta com força. Eu me sentia uma criança que estava prestes a aprontar e foi pega.
Isso é bobagem, o padre disse que estava tudo bem fazer isso.
Relaxo um pouco meu corpo e empurro mais a porta para dentro, e sou acolhida por um sorriso gentil que vinha de um garoto de estatura baixa e que usava um par de óculos redondos. Ele estava segurando um espanador e retirava o pó dos livros que estavam na estante.
— Você deve ser a Elena. — Mesmo me encarando, ele não para de espanar os livros.
Assinto.
— Pois bem, vamos, entre, entre. — Com a outra mão, ele faz um gesto para que eu me acomode do lado de dentro da sala.
— Com licença. — Curvo minha cabeça em um gesto rápido e sutil.
— Não seja tímida, o padre já nos avisou sobre você. — ele mantém o sorriso.
Encosto a porta atrás de mim.
— Que lugar é esse? — Pergunto, olhando para cada detalhe da sala. Ela era pequena e simples, tinha duas estantes com livros, um carpete liso de cor vinho, duas poltronas e uma pequena porta de madeira no fundo.
— Acho que podemos chamar esse lugar de biblioteca particular. — O garoto ri de maneira descontraída. — Todos esses livros contam as histórias dos vampiros, da igreja e dos Van Helsing. — Ele me olha de maneira significava, me deixando um pouco sem jeito. — Tudo que precisamos saber, todos os segredos. — Ele sussurra e ri.
— E-E eu posso ver um deles? — Pergunto, acanhada.
Ele sorri e acena positivamente.
Me aproximo da estante que ele limpava e encaro os inúmeros livros ali, escolhendo aleatoriamente um deles. Puxo a capa escura e grossa, fazendo um pouco de poeira sair com o livro.
— Nosferatu. — Leio em voz alta o título do livro.
— É uma palavra de origem românica para vampiro. A língua materna dessas criaturas. — Ele se aproxima e aponta para a capa escura.
Olho para ele e assinto, antes de abrir o livro de páginas velhas e me deparar com a mesma escrita que encontrei nos livros de vovó.
— É latim. Você sabe latim?
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DRÁCUS DEMENTER || KTH
Fanfiction❝Em minhas costas, respirando pesado, olhando a luz, rezando, isso aqui não é o fim, mas é claro que poderia ser. Em minhas costas, o coração batendo fora do meu peito. Eu nunca pensei, não posso acreditar que eu partirei assim.❞ Nunca condene algué...