— WENDY, TERMINEI! VOCÊ JÁ PODE VIR LIMPAR TUDO! — Grito da cozinha, enquanto tampo o pequeno pote quadrado que guardava meia dúzia de bolinhos de Erva-Verde. — Pronto, está feito. — Coloco as mãos sobre a cintura e sorrio aliviada por finalmente ter feito isso.
Procuro meu celular que deixei na mesa, checando o visor que já marcava quase seis horas.
Limpo as mãos sujas por resquícios de farinha, no avental em torno da minha cintura, e depois desato o nó que o prendia, dobrando a pequena peça florida e a deixando sobre a pia. Caminho para fora da cozinha e vou direto para a sala, onde encontro Wendy jogada no sofá, mexendo em seu celular, enquanto a televisão estava ligada de fundo. Sem que minha irmã perceba, puxo uma das almofadas da direção contrária e a solto na cabeça.
Wendy faz um bico e me olha com desagrado.
— Não me escutou falando com você? Já pode ir lavar a louça, Wendy. — Bato, levemente a ponta de dois dedos na sua testa e ela retorce o rosto, afastando meus dedos e tapando sua testa com a própria mão.
— Por que eu preciso lavar a louça? — Tentando ser manhosa, Wendy se levanta do sofá - usando um pijama roxo-claro e branco.
— Porque eu fiz os bolinhos. — Levanto as sobrancelhas e respondo o óbvio que, talvez, não seja assim tão óbvio para Wendy.
— E por que precisamos levar esses bolinhos para o padre? — Ela espreguiça o corpo, ainda segurando o celular.
— Você sabe que a vovó pediu, agora vai lavar a louça. Eu preciso tomar banho, e depois que terminar, você faz o mesmo. Não vamos nos atrasar muito, se não a vovó vai ficar irritada. — Falo a mesma coisa pela milésima vez.
Escutando os resmungos de Wendy, saio da sala e vou para o andar de cima, mais especificamente, o nosso quarto. Procuro por roupas limpas e decentes para se usar em uma capela, e depois vou tomar banho.
Retiro minhas roupas e ligo o registro do chuveiro, fechando os olhos, enquanto suspiro aliviada ao sentir a água quente. E tentando não molhar o cabelo, desvio a cabeça da água corrente e das gotas teimosas que pingavam para alguns lados todas às vezes que se chocavam contra o meu corpo. Quando finalizo meu banho, enrolo meu corpo úmido em uma tolha seca e volto para o quarto. Caminho até à janela e arrasto uma brecha da cortina para o lado, observando o céu limpo ganhar um tom escuro. Depois de perder alguns segundos observando, me afasto e começo a secar meu corpo, vestindo roupas limpas logo em seguida. Procuro por um par de sapatos confortáveis e, por fim, arrumo o meu cabelo a tempo de ver Wendy entrar no quarto, já tirando suas roupas e as jogando pelo chão. Nego com a cabeça, em desaprovação, recolhendo cada peça de roupa que minha irmã deixou pelo caminho, um rastro que levava até à porta do banheiro.
Saio do quarto e volto para o primeiro andar, indo para a cozinha em busca do celular que deixei na mesa. Pego o aparelho e vejo que agora eram seis e meia. A foto de fundo era nova, Wendy praticamente me obrigou a colocá-la e tudo se resumia a ela sorrindo para a lente da câmera, enquanto no celular dela, havia uma foto minha, uma espécie de combinação de wallpapers, ou qualquer bobagem que ela tenha dito ao me importunar para fazer isso. Essas fotos foram tiradas há três dias, exatamente quando Wendy e eu saímos com as pessoas da mansão. Desde então, não vi mais nenhum deles, nem mesmo Jimin apareceu na loja. Talvez, só esteja me esperando, querendo seu casaco de volta, mas a verdade é que eu me sinto nervosa depois do que aconteceu, toda aquela situação com Taehyung e saber como Amia podia ser em relação a mim. Apenas por pensar em revê-los, já fico ansiosa.
Expiro alto e guardo o celular no bolso traseiro das calças. Olho ao redor da cozinha limpa por Wendy, antes de caminhar para perto da pia, procurando - sobre a pequena muretinha rente a janela, o anel que eu havia tirado por um segundo para poder mexer na massa dos bolinhos. Vasculho entre os temperos bem organizados, mas não encontro. Franzo o cenho e procuro por outros lugares na cozinha, mas ele simplesmente parecia ter sumido.
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DRÁCUS DEMENTER || KTH
Fanfiction❝Em minhas costas, respirando pesado, olhando a luz, rezando, isso aqui não é o fim, mas é claro que poderia ser. Em minhas costas, o coração batendo fora do meu peito. Eu nunca pensei, não posso acreditar que eu partirei assim.❞ Nunca condene algué...