Wendy não encontrou nada além de tralhas no sótão e eu não consegui entender absolutamente nada dos livros que estavam escondidos no quarto da vovó. Nem mesmo as figuras puderam me ajudar, aquele tipo de criatura era completamente diferente, não se parecia nenhum pouco com os desenhos dos vampiros ou do Drácula, que eu vi na loja de Caleb.
Até agora, eu me pergunto, o que é um Drácus Dementer?
— Você está me escutando, Elena?
— Hã? — Olho para o lado, vendo vovó parada com as mãos na cintura, me encarando com desaprovação. — Desculpa, a senhora pode repetir?
Vovó bufa, parecendo um pouco nervosa.
Estava de noite e já faziam algumas horas que ela retornou de viagem.
Vovó estreita os olhos e faz um barulho nasalado, antes de se afastar de mim para ir até o fogão, onde as panelas fumegantes de sopa de galinha, estavam. Wendy estava visivelmente apreensiva e acabo desviando o olhar para que ela não fique tão nervosa e acabe nos entregando.
— Já sabem, vamos conversar sobre a volta de vocês para casa. Eu já liguei para Elizabeth. — Vovó começa, enquanto começa a mexer a sopa com uma colher de pau.
— Estou com um pouco de saudades de casa. — Wendy confessa e eu a encaro, mas ela se mantém concentrada em colocar as colheres ao lado das tigelas.
— Logo você vai voltar. — Vovó responde, sustentando sua atenção apenas na sopa.
O som de leves batidas na porta de entrada preenche o ar gelado da cozinha. Vovó olha sobre seus ombros, com o cenho franzido e Wendy ignora o barulho.
— Eu atendo. — Me voluntario, já saindo da cozinha.
Passo em frente à sala e sigo pelo pequeno corredor até à porta, enquanto abraçado meu corpo dentro do pijama que eu usava. A noite parece ter trazido o frio, levando embora todo o calor que eu senti durante a manhã e à tarde. Com os pés cobertos apenas por um par de meias listradas, abro a porta, sentindo que a sensação de frio corre rapidamente por todo meu corpo, ao mesmo tempo, em que meus olhos se arregalam.
— O que você...? — Fico aflita e olho sobre os ombros para me certificar que ninguém o veria.
Rapidamente, saio da casa e fecho a porta, sentindo o vento gelado da noite me atingir de uma vez, me fazendo estremecer no lugar. E talvez o vento não seja o único a me fazer estremecer.
— O que você está fazendo aqui? — Sem me dar ao trabalho de disfarçar, olho para todos os lados, checando se Jimin não havia trazido nenhuma companhia.
— Vim te ver. — Meus olhos voltam a encontrar o seus quando ele me responde.
Eu definitivamente me sentia a pessoa mais idiota do mundo por já ter caído nessa conversa de falsa preocupação várias e várias vezes.
— Você pode parar com isso? — Tento controlar a altura da minha voz, mas eu estava tão farta de tudo isso, que parecia impossível esconder o meu amargor.
Jimin arqueia as duas sobrancelhas, enquanto o vento balança os seus cabelos claros para o lado.
— Parar com o que, Elena? — Sua expressão é muito boa em enganar e fingir confusão.
Encaro minhas meias listradas, enquanto movo minhas sobrancelhas para baixo.
Por que ele continua com isso?
— Depois de tudo que você fez com a minha irmã, ainda tem coragem de agir dessa maneira? — Volto a encará-lo, completamente desacreditada.
— Eu não me alimentei dela, Elena. Pensei que tivesse ficado claro que Amia foi a única que fez. — Jimin franze o cenho, ficando um pouco sério agora.
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DRÁCUS DEMENTER || KTH
Fanfiction❝Em minhas costas, respirando pesado, olhando a luz, rezando, isso aqui não é o fim, mas é claro que poderia ser. Em minhas costas, o coração batendo fora do meu peito. Eu nunca pensei, não posso acreditar que eu partirei assim.❞ Nunca condene algué...