Capítulo 23 - Ritual - Parte 1

239 24 44
                                    

Quando Rin e Sesshoumaru adentraram a casa, eles se depararam com uma mulher que aparentava uns trinta anos, e assim que essa mulher olhou para o youkai branco, ela deu um sobressalto assustado. Era a primeira vez que ela estava vendo um youkai tão de perto e embora tivesse sido avisada que naquela casa humanos e youkais conviviam como uma família, não pôde conter seu espanto. Manteve-se muda e estática apenas encarando o youkai branco, reparando nos olhos dourados dele, nas orelhas pontudas e se deteve mais demoradamente nas unhas crescidas que se assemelhavam a garras.

Percebendo a expressão amedrontada da mulher, Rin ficou confusa. A ideia de que ela estivesse assustada com seu amado sequer passou por sua cabeça, e antes que tentasse saber qual era o problema, Sesshoumaru se adiantou, perguntando:

– Quem é você?

A mulher piscou duas vezes, abandonando seu estado de imobilidade, e logo se curvou numa respeitosa saudação.

– Meu nome é Nishimura Mariko. Sou a costureira chamada pela senhora Kaede para preparar os outros trajes que a senhorita Rin usará no dia do casamento. Creio que o senhor seja o honorável noivo da senhorita Rin, o senhor Sesshoumaru.

O youkai branco assentiu.

– Pois tenho muito prazer em conhecê-lo, meu senhor.

Embora as palavras de Mariko tivessem sido educadas, o medo a deixou trêmula e isso se refletiu em seu tom. Apesar de ter percebido esse nervosismo dela, Sesshoumaru apenas meneou a cabeça em sinal de agradecimento.

Rin resolveu se manifestar, dizendo:

– Foi para falar sobre a senhorita Mariko que eu fui lá fora atrás do senhor, senhor Sesshoumaru - explicou ela, muito sorridente.

Tendo voltado seu olhar à noiva quando ela começara a falar e assim que ela terminou a explicação, ele assentiu com um ar compreensivo, então voltou a olhar para a mulher. Podia perceber que ela estava se esforçando para conter o tremor que ainda a abalava. Diante daquilo, ele deduziu que ela não devia morar naquele vilarejo, visto que os moradores da região há muito haviam deixado de temê-lo.

– A senhora não é daqui. Estou certo? - disse o youkai branco.

Cheia de surpresa, a costureira assentiu e respondeu:

– Sim, o senhor está. Eu e minha família moramos no vilarejo vizinho.

Rin voltou seu olhar ao noivo, tentando entender como ele descobrira aquilo antes que qualquer uma delas tivesse falado.

– Não precisa ter medo de mim - Sesshoumaru disse à costureira. – Humanos não fazem mais parte da minha dieta há algum tempo.

Rin e a costureira deram um sobressalto com o inusitado comentário. Pouco depois, o youkai branco foi se retirando do recinto, rumo ao próprio quarto.

– Se está tão ocupada agora, conversaremos mais tarde, Rin - resolveu ele.

– Sim, senhor Sesshoumaru! - ela exclamou em resposta.

Depois que o youkai se foi, Rin encarou a costureira com um ar amistoso e então comentou:

– Não precisa levar a sério, senhora Mariko. O senhor Sesshoumaru estava só brincando.

A costureira assentiu, mas em seu íntimo, duvidava um pouco das palavras da jovem.

– Bom, então vamos continuar! - incentivou Rin.

Um tanto mais aliviada com a partida do youkai branco, Mariko meneou a cabeça em sinal de concordância e passou a tratar dos negócios.

ooOOOoo

As Crônicas de SesshoumaruOnde histórias criam vida. Descubra agora