Capítulo 47 - Soounga

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Finalmente o frio começava a arrefecer e a agradável estação da Primavera se anunciava.

Para poder passar mais tempo com Rin, agora que a gravidez dela já estava bastante avançada, Sesshoumaru se abstivera de um serviço naquele dia e por isso estava ocioso, sentado na varanda de sua ala, com trajes leves e sem armadura, apenas desfrutando da sombra, mas essa tranquilidade não durou muito.

Naquele momento, ele ouviu o tilintar do sino então direcionou o olhar para o portão de entrada, esperando ver a parte do grupo que estava ausente retornando do mercado, mas apenas Inuyasha entrou.

– Já está de volta? Não me diga que não conseguiu dar cabo daqueles fracotes?

– Até parece... - retrucou o mais novo e lançou uma sacolinha cheia de ouro a ele, que a agarrou no ar. – Voltei antes porque gostaria de te perguntar uma coisa, mas por enquanto não quero que a Kagome saiba do assunto.

Inuyasha se aproximou e ficou de lado para o irmão, escorado em um dos mastros de apoio do telhado do casarão da ala oeste.

– Você sabe quanto tempo um meio-youkai como eu pode viver?

O youkai branco franziu o cenho e rebateu:

– Você nem imagina?

O mais novo balançou a cabeça em negativa, então Sesshoumaru respondeu:

– Tanto quanto um youkai completo. Milênios...

– Milênios? - Inuyasha repetiu espantado. – Mas e quanto ao envelhecimento?

– Não demonstramos sinais de envelhecimento antes dos mil anos. Nosso pai tinha quase a mesma aparência que eu e contava com um pouco mais de mil anos quando foi morto. Numa comparação com o tempo de vida dos humanos, dez anos para eles equivalem a cem para nós.

– Como é a história? Nosso pai tinha mais de mil anos?

– Sim. Entende agora porque é notório que com menos de quatrocentos anos eu já seja um daiyoukai? Mesmo nosso pai não conseguiu esse feito antes dos seiscentos anos.

– Quer parar de se gabar! Com essa espada absurda que você arranjou até eu seria um daiyoukai!

Sesshoumaru riu alto em provocação.

Com um ar preocupado, Inuyasha sentou-se em um dos degraus daquela varanda e ficou quieto como quem estivesse tentando solucionar um complicado problema. Sesshoumaru sabia perfeitamente o que o inquietava.

– Se quer saber se existe um meio de prolongar a vida da sua esposa, a resposta é sim.

Inuyasha encarou o irmão com uma expressão incrédula.

– Mas como você descobriu que era isso que eu queria saber?

Sesshoumaru deu um riso de canto.

– Simples, tempos atrás eu também estive diante do mesmo problema. O tempo de vida dos humanos é curto demais e eu não pude simplesmente aceitar isso. Por isso procurei minha mãe. Não só para receber a benção dela pelo meu casamento, mas porque precisava de um feitiço que prolongasse a vida de Rin.

– E você conseguiu? - abismou-se o mais novo.

– Sim, mas não será possível usar o mesmo feitiço com Kagome.

– E por que não? A velha Kaede é muito boa com esse tipo de coisa.

– Se a senhora Kaede conjurasse o mesmo feitiço, ela morreria no processo. Esse feitiço consiste em tomar do conjurador os anos de vida que a pessoa enfeitiçada irá receber.

As Crônicas de SesshoumaruOnde histórias criam vida. Descubra agora