As Crônicas de Sesshoumaru

Capítulo 26 - Lua crescente - Parte 1

A jornada de retorno de Sesshoumaru, Rin, Jaken e Arurun foi mais demorada do que a ida. Na ida, valendo-se da capacidade de voo de Arurun, a distância que a pé poderia durar até uma semana, foi percorrida em apenas dois dias, em função da necessidade de eles estarem no altar abandonado na noite da lua crescente. A volta, porém, durou três dias.

No caminho, Sesshoumaru cuidou de reconstituir as confusas memórias de Rin, uma vez que as energias místicas do ritual causaram um efeito colateral de esquecimento nela. E, após uma breve confabulação que ele teve com Jaken, enquanto Rin se banhava em um lago, Sesshoumaru achou melhor manter a questão do feitiço em segredo por mais algum tempo. Assim, ele contou a Rin o mesmo que já havia compartilhado com os amigos: eles estavam indo se encontrar com Satori para que ela lhes desse sua benção pelo casamento, pois ela não estaria presente na cerimônia. Apenas para a anciã Kaede Sesshoumaru havia confidenciado a verdade.

Ao longo da viagem, Rin esteve muito agitada e não parou para refletir no estranho fato de que embora se lembrasse de ter estado com a regente youkai, e de ter sentido, ao mesmo tempo, muito medo e muita admiração por ela, não se recordava de absolutamente nada do que haviam conversado.

Quando o quarteto chegou à mansão já era noite. Como o clima estava ameno e fresco, os amigos deles estavam reunidos na varanda da ala central. As crianças pequenas brincavam pelo pátio com Shippou e Kirara e os adultos conversavam descontraídos.

Ao escutar o sino, o jovem exterminador Kohaku se encarregou de ir abrir o portão e tão logo ele o fez, Rin entrou apressadamente.

– Oi, Kohaku! Nós voltamos! - ela o saudou se curvando.

– Olá, Rin! Seja bem vinda de volta - ele respondeu, curvando-se também e com um amistoso sorriso nos lábios.

Bem depressa, Rin se afastou do amigo de infância e saiu correndo pelo pátio, anunciando alto:

– Oi, pessoal! Estamos de volta!

Sesshoumaru e Jaken entraram logo após a jovem, caminhando tranquilamente.

– Sejam bem vindos - saudou Kohaku. – Fizeram uma boa jornada?

– Sim, tudo correu muito bem - respondeu o youkai branco.

Chegando junto dos amigos, Rin curvou o corpo na frente de Miroku e Sango em saudação. Depois, abraçou Kagome meio desajeitadamente. Em seguida, ela se ocupou de cumprimentar as crianças. Agachando-se, ela abraçou cada uma das gêmeas de Sango, primeiro Sayuri e depois Yumi. Depois, pegou Keiji, o caçula, no colo e ergueu-se com ele e deu um abraço apertado nele. Soltando Keiji, ela puxou Shippou para o colo e o apertou com força, esfregando o rosto no rostinho peludo dele - Shippou ainda continuava muito pequeno em relação a ela, pois os filhotes de youkai raposa demoravam a atingir a maturidade. Na pequena felina Kirara, Rin fez um afago no rabo e na cabeça.

Sango e Kagome deram risada daquele jeito tão afobado dela.

Afastando-se na direção em que a senhora Kaede estava sentada, mais ao centro da varanda, Rin acenou a Inuyasha e disse:

– Boa noite, maninho!

– Noite.

E, ao mesmo tempo em que Sesshoumaru, Jaken e Kohaku aproximavam-se dali, Rin se sentou ao lado de Kaede e deu um beijo na bochecha dela.

– Boa noite, vovó Kaede!

– Boa noite, minha menina. Vejo que está muito animada.

– Ela está assim há dias - comentou Jaken. – Parece até que está com formiga nas roupas. Ó! Mas o que temos aqui? Quantos doces! Bolo, geleia, suco, torta!