Capítulo 54 - Regresso

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– Você disse quinhentos anos? - exclamou Rin, sem acreditar.

Sesshoumaru assentiu.

– Céus... Então é por isso que desde o nosso casamento que eu nunca mais fiquei doente, nem tive febre, nem fiquei resfriada... Mesmo na gravidez eu não senti enjoos!

– E o feitiço pode ter sido o motivo de você ter sobrevivido ao parto...

Rin demonstrou ainda mais espanto.

– Acredita que agora que você me contou, minhas memórias daquele dia estão ficando mais claras? Antes, eu achava que tinha sonhado tudo aquilo.

– Na época, não fazia muita diferença você saber ou não, por isso preferi não contar.

– Puxa, como são as coisas. Sua mãe fez tudo isso por mim e todo esse tempo eu aqui fazendo um mau juízo dela...

– Como assim?

– Ah, eu fiquei um pouco ressentida por ela nunca ter vindo conhecer as crianças.

– Rin, minha mãe só não tem sido mais presente na vida deles porque isso traia problemas com o clã. E se engana se acha que ela nunca os viu porque ela esteve aqui no dia que eles nasceram.

– É mesmo? - depois que ele confirmou, ela acrescentou: – Eu gostaria de ter a oportunidade de agradecê-la...

– Rin, mais do que agradecê-la, nós temos uma dívida a saldar com ela.

– Uma dívida?

– Sim, em troca do feitiço, eu me comprometi em voltar ao clã do Oeste e assumir a liderança.

Rin prendeu o ar, mas logo rebateu:

– Voltar? Mas quando?

– Digamos que me foi dado um prazo de trinta anos...

Rin pensou um pouco.

– Mas se é assim, porque você tem falado de voltar ao clã agora? Por que fazê-los passar por essa mudança tão drástica? Essa ideia não me agrada...

– Acredite em mim, Rin... Eu não tenho nada contra esse lugar. E nosso grupo aqui hoje tem tanta importância pra mim quanto tem pra você, mas nossa partida é inevitável. E, pra ser sincero, venho tendo pressentimentos ruins em relação ao clã. E sinto que preciso saber como as coisas estão por lá.

Rin ficou a encará-lo por um tempo, então perguntou:

– Me diga: O que o clã significa pra você, Sesshoumaru, meu amado?

Ele foi pego de surpresa com a pergunta direta.

– Significa muito, Rin. Meu regresso ao clã é um destino do qual não posso me esquivar. Por algum tempo, achei que poderia virar às costas a tudo isso, mas se até o meu pai esperava isso de mim, está claro que esse é o caminho que devo trilhar...

Rin se aproximou e o abraçou pela cintura.

– Até hoje, você vinha insistindo em me manter afastada das coisas que te afligem. Mas daqui pra frente, eu quero que seja diferente. Porque se algo é importante pra você, claro que também será para mim. Somos um casal e precisamos tomar nossas decisões juntos. Então, por favor, me deixa te apoiar!

Ele a puxou para si e a abraçou.

– Obrigado, Rin. Se eu terei o privilégio de contar com seu apoio, já me sinto mais confiante. Sei que não será fácil, mas teremos que começar a pensar nessa mudança o quanto antes.

ooOOOoo

Alguns dias depois, Amanuma movia-se em sua impressionante velocidade de daiyoukai rumo a atual morada de Sesshoumaru. Tinha os pensamentos tumultuados e estava tão distraído que, caso se deparasse com algum inimigo, seria um alvo fácil. E a razão de sua inquietação era o temor de estar traindo a confiança de Satori.

As Crônicas de SesshoumaruOnde histórias criam vida. Descubra agora