Capítulo 48 - Inu No Taishou

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Sobrevoando um terreno árido e desolado, Kagome se queixava:

– Eu devia estar em casa fazendo as malas para a nossa viagem de férias, mas, não... Aqui estou, montada com você em um dragão de duas cabeças, em busca de uma espada amaldiçoada! É muito azar para uma pessoa só!

– Você sabe muito bem porque estamos fazendo isso, Kagome... Então será que dá pra parar de reclamar?

– Não dá, não, seu insensível!

Voando ao lado do casal, por meio de seu youki, Sesshoumaru mantinha-se impassível à discussão deles, mas então ele fez um gesto para que os dois se calassem.

– Estamos nos aproximando.

Instantes depois, os três avistavam Soounga fincada no chão pedregoso. Tratava-se de uma espada de lâmina bastante longa e em sua empunhadura fora engastado um grande cristal, redondo e roxo.

– Mas que poder enorme... - impressionou-se Inuyasha.

– E você achando que seria fácil controlá-la. Nós dois vamos descer, enquanto a você, Kagome, mantenha distância.

A sacerdotisa assentiu sem contestar. Inuyasha e Sesshoumaru saltaram ao solo e tão logo eles se aproximaram, Soounga começou a emanar um terrível youki. Aproximando-se, Inuyasha estendeu o braço para a guarda de Soounga e assim que a tocou, tentáculos sugiram da espada e se grudaram ao braço do meio-youkai como se fossem amarras.

– Seu idiota! - praguejou o youkai branco. – Não era para tocar!

Invocando seu chicote, Sesshoumaru tentou libertar o irmão, mas ele nem precisou fazer qualquer coisa, pois tão logo Soounga captou o youki dele, ela se soltou de Inuyasha e se prendeu a ele.

Atordoado, Inuyasha observava o irmão usando todo seu poder de daiyoukai para controlar a espada, mas sem sucesso.

– Essa não...

– Saia da frente, Inuyasha! - gritou Kagome no alto do céu, com uma flecha apontada para Sesshoumaru.

Compreendendo a intenção dela, Inuyasha abriu espaço e então a flecha purificadora rasgou o ar com um brilho cintilante. A flecha atingiu a lâmina de Soounga e sua ponta se estilhaçou em um pó roxo e brilhante. A poeira se espalhou ao redor do youkai branco e depois se grudou nos tentáculos, então um brilho dourado rodeou o corpo de Sesshoumaru.

Sentindo-se fortalecido pela aura purificada, Sesshoumaru expandiu ainda mais seu youki e então sim começou a dominar Soounga. Ele precisou de um bom tempo de concentração, mas enfim um vulto negro se desprendeu da espada e se elevou aos céus.

Kagome não precisou ser avisada, simplesmente sacou outra flecha e disparou contra o vulto negro e, dessa vez, sua flecha se transformou em uma rede de luz que aprisionou a entidade amorfa.

– Agora é sua vez, Inuyasha! - gritou ela.

– Deixa comigo! Meidou Zangetsu Ha! - bradou o meio-youkai e, em consequência desse golpe, a entidade maligna foi tragada para o Mundo dos Mortos.

Sesshoumaru ainda tinha Soounga na mão quando Inuyasha se aproximou dele.

– Ora, eu vou ter que admitir que você se saiu bem... - dizia ele, mas então se calou quando o youkai branco soltou um grunhido de dor e dobrou um dos joelhos no chão. – Sesshoumaru! O que foi?

Inuyasha percebeu que o braço do irmão estava ficando vermelho como se Soounga o queimasse.

– Tanta tristeza, tanto ressentimento... - balbuciou Sesshoumaru. – Soounga não se conforma por ter falhado com seu mestre, não aceita a morte dele e nem a morte de Izayoi... Por isso ela quer transformar o mundo todo em um cemitério.

As Crônicas de SesshoumaruOnde histórias criam vida. Descubra agora