Capítulo 33 - Arrumação

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O transcorrer da manhã foi bem agitado dentro e fora da mansão. Dentro, os integrantes da família se revezavam com os últimos preparativos. Fora, humanos e youkai começavam se aglomerar nos arredores, aguardando o abrir dos portões.

Quando o sol já estava alto no céu e faltava pouco para o início da cerimônia, Sesshoumaru se achava na ala de Inuyasha, em um dos quartos que havia sido separado para ele. Miroku e Kohaku também estavam lá, já devidamente vestidos com seus trajes cerimoniais. O youkai branco acabara de se banhar e saía de traz de um biombo, vestindo o kimono branco chamado hadajuban, que era usado por baixo do traje principal.

– Ah, você já está se vestindo... - comentou Inuyasha, ao adentrar o quarto.

Após acenar ao meio-youkai, Miroku voltar a olhar com admiração para as vestes do youkai branco, estendidas sobre o futon no centro do quarto.

– Não é interessante, Kohaku? O modelo não difere em nada dos nossos, mas esse kimono parece irradiar um brilho prateado, o que é muito estranho, já que ele é preto.

– Mas isso é porque ele foi feito por um youkai, senhor Miroku - retrucou o jovem.

– Exato - ajuntou o youkai branco. – E vocês logo verão que o mesmo acontece com o kimono que Rin estará usando.

– Quanta firula... - implicou Inuyasha, aproximando-se para observar a peça também. – Depois que tudo isso acabar, vamos ter que discutir melhor a escolha desse brasão. Uma lua crescente é o símbolo do seu clã, Sesshoumaru. Diga-se de passagem, um clã do qual você mesmo não faz mais parte e que não tem nada a ver com o resto de nós.

– Não me lembro de você ter sugerido algo melhor - rebateu Sesshoumaru tranquilamente.

– Inuyasha, isso não é hora pra ficar com implicâncias - ralhou Miroku. – Você já se banhou?

– Eu já.

– E por que não está arrumado ainda? Anda, deixa de enrolação e vai logo.

– Já estou indo...

– Bom, como você recusou nossa ajuda, Sesshoumaru, vamos até o salão dar uma última conferida nos objetos da cerimônia. Venha comigo, Kohaku.

– Sim, senhor!

Assim que os dois humanos se foram, Sesshoumaru se dirigiu ao irmão.

– O que foi? Veio finalmente zombar de mim?

– E por que eu faria isso?

– Porque estou prestes a me casar com uma humana.

Hunf! A ideia é ótima, mas vou deixar passar, por mais que você mereça.

Sesshoumaru reparou no semblante abatido do irmão, que depois de se sentar no chão, em um dos cantos do quarto, disse:

– Estou pra te perguntar uma coisa, mas não sei se esse é o melhor momento.

– Pergunte. Se for alguma idiotice, eu apenas não darei resposta.

Inuyasha suspirou e, após alguns instantes, questionou:

– Onde você estava quando nosso pai se casou com a minha mãe?

Sesshoumaru se surpreendeu com a pergunta.

– Não creio que tenha havido um casamento entre eles. Diferente de mim, nosso pai já era casado quando conheceu sua mãe. Eu soube que ele mandou construir uma fortaleza para ela, na qual você cresceu, e que ele anunciou ao clã que ela estava sob sua proteção. Mas essa aproximação com sua mãe não invalidou o casamento dele com a minha. E a prova disso é que minha mãe só passou à regente do Castelo do Oeste depois que nosso pai foi morto.

As Crônicas de SesshoumaruOnde histórias criam vida. Descubra agora