XIV

926 74 149
                                    

    ——————————————————————
❦❦❦❦⚀❦❦❦❦

      A senhora Ashworth passou os braços em volta dos meu braços, me deixando um pouco tímida. Retribui o abraço apertado e as mãos dela passavam devagar sobre minha costas,me confortando. Adam tinha uma mãe com um abraço maravilhoso! Ela me soltou e me encarou sorridente, não entendi muito bem, mas apenas retribui o gesto.

       — Foi um prazer conhecê-la, querida — a senhora Ashworth dizia ainda com o sorriso gentil no rosto.

       Adam se parecia bastante com ela.

       — Igualmente, Senhora Ashworth. — olhei para ela sorrindo de lado.

— Só Diana, por favor.— os olhos azuis dela brilharam, assim como os de Adam brilhavam. A semelhança era enorme — Podemos marcar um jantar com os seus pais e você. Gostaria muito de conhecê-la melhor, já que o rabugento do meu filho não quer deixar você ficar. — ela dizia com a elegância na voz, já estava me acostumando com isso.

Adam, há alguns minutos atrás, fez o favor de mencionar que eu era filha dos Coopers e a Senhora Ashworth de alegrou mais, fazendo planos para que eu pudesse a visitar com os meus pais.

A mãe de Adam era um doce de pessoa. Eu não conseguia imaginar como ele era filho dela, pois Adam era ignorante demais e Diana era gentil demais, assim como Ellie, que era uma ótima pessoa.

— Mãe, nós vamos sair. Qualquer dia desses a Mary Angel vem. — Adam disse dando de ombros, suas mãos estavam enterrada nos bolsos da jaqueta jeans.

Arqueei a sobrancelhas e o olhei. Como assim iríamos sair? Que eu saiba ele iria me levar para minha casa. Ou ele estava mentindo para a mãe dele. E foi a minha vez de dar de ombros para qualquer hipótese maluca.

— Anjinho, me passa o número da Mary? — Ellie disse olhando para Adam — Podemos marcar para sairmos juntas, o que acha? — ela se virou para mim e sorriu.

Anjinho? Por que diabos ela chamou Adam de "Anjinho"? Aquilo era realmente muito engraçado.

— Por mim tudo bem! — eu disse com o meu melhor sorriso.

Me despedi da Senhora Ashworth e da Ellie, que quase me esmagou naqueles braços magros. Fomos direto para o carro de Adam que estava estacionado na frente da casa e mais uma vez, tive que revirar os olhos entediada com a independente porta do carro que se abria sozinha. Adam apenas riu da minha cara de irritada e eu bufei irritada me ajeitando no carro.

Assim que as portas se fecharam, Adam abriu com cuidado um porta-treco que havia ali e retirou dali uma caixinha preta aveludada. Franzi as sobrancelhas quando ele tirou um baseado da caixinha. Ele colocou a mão na jaqueta e pegou um isqueiro preto personalizado e escrito "Anjinho", lembrei logo de Ellie.

— Por que a Ellie te chamou de "Anjinho"? — fiz aspas com os dedos e esperei por sua resposta.

Adam deu de ombros.

— É o apelido que ela me deu quando tínhamos 5 anos — colocou o baseado entre os lábios e apertou um botão no isqueiro que acendeu e logo ele acendeu o baseado, dando uma tragada — Ela dizia que eu parecia com um anjo, aí ficou. Ellie não consegue despegar desse apelido tosco — revirou os olhos balançando a cabeça.

— Seria ótimo se você fosse um anjinho. — fiz beicinho e mais uma vez, ele revirou os olhos.

— Pode ter certeza que a última coisa que eu sou é um anjo — Adam sorriu e levou o baseado novamente nos lábios e sugou, depois se virou para mim e soltou a fumaça na minha cara.

Pequenas mentiras Onde histórias criam vida. Descubra agora