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❦❦❦❦⚀❦❦❦❦Me levantei ajeitando a roupa no meu corpo.
Adam estava com os braços cruzados, na altura do peito, me observando. Amarrei o meu cabelo meio desengonçada e o olhei.— Agora é você que está me observando... — comentei baixo tirando alguns fios que caiam sobre o meu rosto.
Adam piscou algumas vezes e eu desejei saber o que se passava na cabeça dele.
— Gosta de comida japonesa? — perguntou passando a mãos na nuca. Concordei com a cabeça — Vamos pegar nossas coisas logo. Vou te levar em um rodízio japonês aqui perto.
Eu iria protestar, pois eu tinha que ir para casa, até porque passei quase o dia todo fora com Adam, e não tinha dado sinal de vida.
Adam se virou e voltou para a enorme quadra de futebol. Eu desci os degraus da pequena arquibancada e segui para perto da grade da quadra e o observei se despedindo de algumas pessoas. Ele logo se voltou na minha direção vindo até minha direção.
Coloquei o copo de suco de laranja em cima da mesa. Aquele realmente era muito gostoso. Estávamos em um enorme restaurante japonês, não estava aguentando mais comer, pois Adam me fazia provar de tudo. Adam estava sentado do meu lado, já que a mesa que estávamos sentados era uma espécie de sofá de forma redonda. A jaqueta de Adam estava em meu corpo, me cobrindo toda, já que estava um pouco frio e ele não se importava em ficar sem a jaqueta e me empresta-lá.
— Isso aqui é uma delícia! — colocou a mãos sobre a boca para falar — Deveria provar... — neguei com a cabeça fazendo uma careta.
Ele levou o hashi até o prato pegando mais um rolinho de arroz e passou devagar no molho. Se aproximou mais de mim e esticou os braços encostando o molho nos meus lábios. Abri a boca e ele colocou o rolinho na minha boca. Uau! Ele tinha razão, era uma delicia.
— Gostoso né? — perguntou pegando mais um rolinho e colocou na própria boca — Está sujo... — ele comentou sem jeito e eu franzi a testa, não entendendo.
Adam se aproximou um pouco mais de mim e levou o polegar na borda dos meus lábios, passando o dedo devagar no local. Meus olhos estavam presos nos seus e eu já me sentia perdida, como das outras vezes. Quando ele terminou de limpar o local, colocou o polegar entre os próprios lábios e chupou. Ah Deus! Minhas pernas fraquejaram de leve e eu quase perdi meus sentidos. Por céus, como ele conseguia ser tão sexy? Ah, Adam... Passei a língua entre os lábios e engoli em seco. Corei violentamente ao perceber que o mesmo encarava meus lábios entreabertos, mas eu também encarava seus lábios. Nossos rostos estavam ficando perto o bastante para acontecer alguma "tragédia".
Ouvi o garçom tossir fraco, chamando nossa atenção. Virei para frente e ele entregou um pequeno bloco com a capa de couro para Adam que agradeceu.
Depois que ele pagou a conta, fomos direto para o carro. Eu ainda estava bastante constrangida com o que tinha acontecido minutos atrás, não teria coragem de olhá-lo.
Assim que Adam parou o carro na frente da minha casa, me apressei para tirar o cinto. O silêncio reinava naquele lugar, e Adam não tinha feito nem questão de puxar assunto para descontrair, parecia perdido também nos seus pensamentos. Quando me virei para abrir a porta, Adam segurou o meu pulso, me fazendo o olhar. Suspirei fundo arqueando a sobrancelha.
— Me espere... — ele sussurrou baixo me deixando confusa — Vou entregar um documento para o Senhor Cooper.
Concordei com a cabeça e olhei para a rua. O Ashworth se esticou para pegar algo na parte de trás do carro e pegou uma pasta preta com um símbolo meio estranho. Ele apertou um botão e a porta se abriu, sozinha. Adam deveria saber o ódio que eu tenho da porta do seu carro.
Sai do carro ajeitando a mochila pesada nas minhas costas e me apressei andando pelo gramado. Ele me seguia em total silêncio. Assim que paramos na frente da porta, tive que apertar a campainha, porque fiz o favor de perder a minha chave ontem. Esperei por alguns minutos e a porta de madeira branca foi aberta rapidamente.
A imagem do meu pai apareceu e eu sorri para ele. Meu pai estava com a expressão meio confusa alternando o olhar entre mim e Adam.
— Adam? — perguntou meio confuso.
— Olá, Senhor Cooper. Vim trazer esses documentos que o senhor esqueceu lá no escritório. — estendeu a mão com a pasta.
— Obrigado... — disse meio perdido e me olhou — Vocês se conhecem?
— Adam e eu somos amigos da faculdade. Estamos fazendo trabalho juntos. — expliquei e a linha de expressão da testa do meu pai sumiu.
— Claro... — concordou sorrindo para Adam — Quer entrar, meu rapaz? — olhou para o cara do meu lado.
Torci mentalmente para que ele não aceitasse o convite, mas quando o olhei, ele apenas balançou a cabeça positivamente. Respirei fundo e meu pai deu passagem para nós dois entrarmos. Entrei igual a um furacão em casa. Eu ainda estava constrangida pelo quase beijo, ou sei lá o que iria acontecer...
Ouvi os cochichos do meu pai e de Adam, mas não consegui identificar o que eles falavam. Minha mãe apareceu com um sorriso no rosto e um avental.
— Filha!— exclamou passando as mãos no avental — Estava preocupada, por onde an... Adam!— gritou, e eu quase pulei de susto.
— Olá, Senhora Cooper! — disse meio sem graça.
O sotaque dele ficava tão perfeito quando pronunciava o meu sobrenome. Eu quase pedi para ele pronunciar novamente tal palavra.
— Olha para você! — minha mãe disse animada se aproximando dele — Esta um rapaz. A última vez que te vi, você não tinha tantas tatuagens. — analisou os braços dele, cada detalhe, provavelmente se perguntando o porquê de todas as tatuagens — Mas está lindo assim.
— É uma gentileza sua, Senhora Cooper. — o encarei e tive quase certeza que ele estava com vergonha, suas bochechas estavam até avermelhadas.
— Que nada! — o sorriso da minha mãe se alargou mais assim que ela olhou para mim e para Adam, revezando o olhar, como meu pai tinha feito e eu já sabia o que se passava na mente dela — Vocês estão saindo? — perguntou sem cerimônias.
Puxei o ar pelo nariz e o soltei pela boca, tentando me controlar. Tudo bem, a taxa de pessoas que achavam que Adam e eu tínhamos alguma coisa aumentava cada vez mais.
— Não! Somos só amigos, apenas bons amigos! — digo enfurecida. Aquilo já estava me irritando — Adam é quase um namorado da Hanna e não meu —expliquei olhando para o chão. — Eu vou subir...
Eu queria sair dali, por que as pessoas gostavam de me constranger? Era demais. Eu não era namorada do Adam e nunca seria, não é só porque eu passei um dia ao lado dele que estávamos "saindo". Revirei os olhos e movimentei meus pés junto ao meu corpo, precisava sair daquela sala. Subi as escadas correndo e nos últimos degraus, quase cai por ter tropeçado nos meus pés.
Assim que entrei para o meu quarto, fechei a porta e me encostei nela, respirando fundo. Precisava relaxar, tomar um banho quente e calmo, sem pensamentos idiotas ou que envolvesse qualquer pessoa. Mas foi impossível, assim que entrei em baixo do chuveiro, meus pensamentos se voltaram para Adam...Eu o conhecia há alguns dias e teve uma mudança brusca. O odiei de primeira por ele ser um arrogante e agora estava sendo amiga dele, e poderíamos ter nos beijado se o garçom não chegasse.
Permaneci alguns minutos tomando banho e fui para o meu quarto com o roupão. Abri a minha gaveta de roupas íntimas e tirei uma lingerie branca de lá e a vesti. Eu já sentia o cansaço bater em mim, estava precisando dormi bastante para aguentar a próxima semana.
Ouvi alguém batendo na porta e logo constatei ser a minha mãe, provavelmente pedindo explicação sobre o que estava acontecendo ou o que não estava. Fui abrir antes colocar a roupa e assim que abri a porta, dei de cara com Adam e seus olhos azuis curiosos que em menos de alguns segundos estavam passando pelo corpo coberto apenas pelas peças íntimas. Eu gelei na hora, sem saber o que fazer.
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Pequenas mentiras
Romance★ SEGUNDO LUGAR EM ROMANCE NO RAPOSA DE OURO ❦❦❦❦⚀❦❦❦❦ Mary Angel é uma jovem estudiosa e reservada. Não é como as outras garotas da sua idade, sempre tentou se preservar de todas as maneiras. Assim que iniciou sua faculdade de Medicina, acabou...