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O verdadeiro euPor Adam:
A minha mente é uma bagunça, sempre foi. Um mar de confusões na qual eu nunca soube lidar. Todos os anos da minha vida, eu fui um menino quebrado e isolado de tudo. Minha infância foi um tanto ruim, eu não me sentia encaixado na escola, era fechado demais e estranho, isso me afastava de todas as crianças, e eu me questionava o porquê disso. Em casa, era pior, meus pais eram dois jovens incompententes com um casamento arranjado e dois filhos para criar. Minha mãe não gostava muito de crianças, ela não tinha muita paciência comigo, só com a Ellie, que era bagunceira e birrenta e pelo contrário, eu era tranquilo e calado, gostava apenas de desenhar. Mas do mesmo jeito não era o filho preferido.
A única pessoa que me fazia me sentir especial e a criança mais feliz do mundo, era a minha avó, que era a minha vida completa. Eu nunca me desgrudava dela e quando meus pais se mudaram para Nova York, eu continuei na Inglaterra, sendo feliz demais. Porém, nada dura para sempre e minha avó se foi, junto com a única esperança de ser uma pessoa boa que eu tinha e me deixou um vazio, que restou por um tempo, até eu ver ela: Angeline Donavan, a dona dos olhos mais lindos do mundo. Nessa época, eu tinha acabado de conhecer o Lyan, o meu sempre idiota amigo. Ele era apaixonado por ela, vivia com a mesma e quando a beijou, fez o favor de jogar na minha cara. Eu não fiquei para trás, chamei-a para sair e até comprei flores. Na semana seguinte, Lyan apareceu com um vídeo, dele e da Angeline transando e fez o favor de me lembrar que ele era melhor que eu e que tudo que eu sempre quisesse, seria dele primeiro.
Meus pais pagavam o melhor psicólogo para mim, que dizia que eu estava melhorando da minha depressão. Mas na verdade, eu estava um caos. Eu era tão bom em esconder sentimentos, que o meu terapeuta mal sabia quem eu era de verdade.
Depois do ocorrido com o Lyan, voltamos a nos falar, mas não era a mesma coisa, ele sempre esfregava o relacionamento que ele tinha com a Angeline, porém não durou muito. Ele se recuperou bem assim que a Angeline foi embora, mas eu não, fiquei acabado. Eu me sentia tão incompetente de não ter conseguido ela que me afundei mais no meu próprio buraco de substâncias: drogas. Eu fumava, cheirava, usava tudo o que podia para me fazer esquecer de tudo, sobre quem eu era e quem eu poderia me tornar, eu me sentia bem e poderoso, e não um garoto que era uma tentativa falha de um aborto. Podem me achar um fraco, mas era a única coisa que me fazia sentir bem.
Assim que comecei a me drogar, a primeira tatuagem foi feita e no dia seguinte, fui preso por ter socado um garoto que estudava comigo. E assim, eu formei a minha fama na escola e isso se passou para a faculdade, deixando que as fofocas rolassem por aí. Mas na real, eu não estava nem aí, transava com todas as garotas e usava todo tipo de substância — uso até hoje, para ser sincero.
Quando eu vi um par de olhos azul-acinzentado com Hanna Parker — uma velha amiga —, quase pirei. E porra! Era a menina mais linda que eu já vi, superando a Angeline. O cabelo loiro natural e a boca carnuda rosada. O corpo era tão perfeito e a calça jeans justa caia muito bem nela, naquele bumbum perfeito e redondo. Da onde ela tinha surgido? Eu deveria ligar para os deuses e dizer que uma divindade fugiu! Aqueles olhos assustados quando me viu, enquanto Hanna falava com ela, me excitava. E quando eu fui grosso com ela, naquela sala de anatomia, quase pedi desculpas. Depois daquele dia, ela foi o meu desastre e a razão pela qual eu aceitei namorar a mimada da Hanna.
Quando eu provei sua boca, quase me perdi por completo, e piorou quando provei o gosto da sua boceta quente e avermelhada, me provando o quão doce ela podia ser. E eu quase gozei, apenas de olhá-la na minha frente, exposta e envergonhada, com a respiração irregular e os seios cheios a minha disposição. Ela era perfeita para mim, durona e doce ao mesmo tempo. Eu queria mais, precisava de mais, porém não poderia ter, e talvez nunca poderei.
Mary Angel é o anjo mais perfeito que eu já vi e eu sabia que não era para mim, então, me tornei o cara mais babaca para ela, eu precisava disso, e ela também. Mesmo eu sabendo que a Mary estava apaixonada por mim, eu precisava escolher a Hanna, para o bem dela e para ser sincero, queria sair por cima, mesmo que suas lágrimas me quebrassem mais por dentro. No entanto, ela é esperta o bastante para me afetar — mesmo não sabendo que me afeta —, e mexeu em uma ferida ainda aberta: o Lyan. Poderia ser qualquer pessoa, no mundo, não teria tanta importância. Porém, o Lyan não é o que aparenta ser e sempre lembra da sua malditas palavras: "Você pode querer mil coisas, eu sempre vou ter elas antes de você. Porque você, Adam, é fraco e idiota o bastante para não conseguir nada!"
Eu posso ser horrível e um dos piores caras do mundo, mas pode ter certeza, o Lyan é o PIOR de todos, pois ele mostra o que não é, para assim, atacar a sua presa. E eu não queria que a Mary fosse mais uma das garotas do Lyan.
— O que foi, cara? Está viajando aí! — Lyan disse com um riso no final e senti o peso da sua mão em meu ombro.
— Não enche! — Bufo e reviro os olhos.
Eu estou tão puto, que quebraria o Lyan ao meio. Eu enlouqueci hoje de manhã quando a vi sorrindo para ele, foi como um soco no meu estômago e apenas a confirmação do quão babaca eu fui. Poderia ser eu no lugar do Lyan, eu poderia estar recebendo todo o amor que Mary tinha, mas acho que sou egoista demais para isso.
— Você está insurportável, Adam. — Lyan disse desviando o olhar da rua e me olhou. — Não sei como a Hanna te aguenta.
— E eu não sei o que a Mary viu em você. — me ajeito no banco do carona e olho pela janela.
— Com certeza algo que você não tem. — o tom de sua voz quase me fez voar em cima dele.
— Engraçado que isso não se aplicou quando ela gemeu meu nome. — coloquei a mão na maçaneta da porta do carro e abri, assim que Lyan estacionou o carro na vaga.
Sai do carro e bati a porta com força. O carro é meu mesmo!
— Você se lembra que juramos que nunca mais iríamos brigar por conta de uma garota? — Lyan disse fechando a porta do carro.
— Estamos falando da Mary, Lyan. Não é qualquer garota. — neguei com a cabeça e dei um chute no pneu, porém me arrependi quando o meu pé começou a latejar. — Você sabia desde o começo que eu a vi primeiro, que eu a queria.
— Desculpe se eu roubei seu brinquedinho, Adam. — a risada dele quase me fez vomitar.
Era isso que eu queria que a Mary visse, quem era ele de verdade e que ele tratava as garotas como fossem um objeto.
— Você acha mesmo que ela vai querer um problemático e drogado como você? — Lyan contornou o carro, vindo até mim. — Se liga, ela não vai querer ficar por aí com um cara assim. — apontou para mim e eu tive que respirar fundo, tentando me controlar ao máximo para não socar o rosto dele — Você é um merda! Imagina como ela vai reagir ao saber que você vende drogas? E o melhor: se ela souber sobre o seu novo diagnóstico?
Em fração de segundos, minha mão estava quente e dolorida e a boca do Lyan sangrando. Eu estava torcendo para que ele não revidasse, se não eu iria acabar com ele.
Acho que ninguém entenderia a minha amizade com o Lyan, era complicada demais. Ele era a única pessoa que estava do meu lado, em todos os meus piores momentos e mesmo vendo o meu pior lado, ele estava lá, me apoiando em tudo...
Senti minha cabeça girar e o quase perdi o fôlego. Ele não poderia contar para Mary, ou eu acabaria com o mesmo. Eu sou uma péssima pessoa para ela e se ela descobrisse que eu vendo e uso drogas pesadas, talvez nunca mais olharia na minha cara, pois eu sei que a mesma não quer isso para o seu futuro: um drogado bipolar.
— Foi mal... — digo encarando o ferimento no rosto do meu amigo. — Vamos lá para dentro, vou pedir para alguém cuidar disso. — apontei levemente com a cabeça para dentro do galpão e suspirei fundo.

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Pequenas mentiras
Romance★ SEGUNDO LUGAR EM ROMANCE NO RAPOSA DE OURO ❦❦❦❦⚀❦❦❦❦ Mary Angel é uma jovem estudiosa e reservada. Não é como as outras garotas da sua idade, sempre tentou se preservar de todas as maneiras. Assim que iniciou sua faculdade de Medicina, acabou...