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O meu coração pulava no peito, as minhas batidas ecoavam dentro de mim, me fazendo ofegar a todo momento. A minha respiração não conseguia se estabilizar desde que eu acordei, por volta das 4 da manhã, depois de um sonho horrível e angustiante, que me fez acordar aos prantos e chorando.

Todas aquelas pessoas apontavam e riam de mim, outras cochichavam uma com as outras, mas seus olhares se prendiam em mim. Eu era o motivo da risada, eu e minha burrice. À minha frente estava Hanna, com um cartaz em mãos na qual estava uma foto minha, totalmente nua, e com palavras em negritos escrita: "Vadia do ano, ladra de namorados". Eu não estava entendendo nada, apenas as palavras grosseiras de Hanna onde eu mal conseguia ouvi-las. O celular dela estava entre meus dedos, e um vídeo rolava na tela, mas eu não pude assistir, pois as lágrimas me impediam. Eu só pensava no Adam, apenas nele e logo depois, ele aparecia e beijava Hanna, enquanto todos riam de mim, até ele. Adam dava risadas da minha pessoa, da idiota que eu havia sido.

Talvez aquele maldito sonho fosse um sinal para que eu não me envolvesse novamente com Adam de outra maneira. Eu deveria ter apenas a amizade que ele queria que tivéssemos, pois Hanna poderia descobrir e seria o meu pior pesadelo! Acreditem em mim: Hanna consegue ser o seu pior inimigo. E era a última coisa que eu queria no mundo, já basta o que eu fiz com ela, e me odeio muito por isso, mas não quero perder a amizade dela — mesmo que eu esteja perdendo aos poucos.

Coloquei a caneca em cima da bancada da cozinha e a mesma fez um barulho. O meu nervosismo era claro, aquele sonho mexeu comigo, de todas as formas. Eu estava tentando colocar na minha mente que era apenas um sonho, um maldito sonho! Que nunca passaria disso. Eu precisava me concentrar, relaxar ou o dia não seria produtivo o bastante para tanto esforço.

Há uns 30 minutos, Lyan perguntou se poderia me oferecer uma carona para faculdade e, como eu estava bastante nervosa, aceitei, pois eu não conseguiria chegar na faculdade com a minha mente em outro lugar. E aliás, Lyan era uma boa companhia e uma distração, talvez me tirasse daquele transe horrível que eu estava desde que acordei.

A buzina do carro me despertou dos meus pensamentos e meu coração quase saiu pela boca do susto que eu havia levado. Peguei minha mochila colocando apenas uma alça no ombro e fui em direção a porta, abrindo e saindo da casa. Respirei o ar fresco do dia e me senti satisfeita, fui me aproximando do carro e avistei Adam sentado no banco do passageiro. Ótimo! Estaria rodeada por dois machos. Lyan sorriu para mim e minhas bochechas ficaram vermelhas instantaneamente.

Assim que entrei no carro, os cumprimentei e apenas Lyan me respondeu, ou seja, o outro macho alfa não estava em um bom dia. Haja paciência.

— Você vai ter prova hoje, Mary? — Lyan disse puxando assunto, o clima no carro não estava muito agradável. Valeu, Ashworth.

— Não, por que? — repassei a minha agenda mental para lembrar alguma prova, porém nenhuma.

— Eu tenho duas provas: anatomia e biologia celular — seus olhos encontraram com os meus pelo retrovisor.

Essas eram as únicas matérias na qual Lyan e eu não fazíamos juntos, ou seja, eu estava livre dessas — pelo menos hoje.

— Biologia celular é um saco! — reviro os olhos.

— Nem me fale, é a única matéria que as minhas notas estão horríveis — Lyan fez uma careta e eu sorri com aquilo.

      — Aqui, tem como vocês dois ficarem quietos! — a voz grosseira de Adam fez meu corpo se arrepiar por inteiro.

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