★ SEGUNDO LUGAR EM ROMANCE NO RAPOSA DE OURO
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Mary Angel é uma jovem estudiosa e reservada. Não é como as outras garotas da sua idade, sempre tentou se preservar de todas as maneiras. Assim que iniciou sua faculdade de Medicina, acabou...
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Afastei a mexa loira que caía sobre meu rosto e tirei o marcador de dentre os lábios, o deixando em cima da mesa.
Ele olhava para todo o meu rosto, cada traço, por um breve segundo ele parou para olhar minha mão, onde meus dedos batucavam freneticamente na mesa e depois encarou meus olhos, os analisando bem. Eu também o encarava, tentando não deixar meu desconforto transparecer. Prendi meu lábio inferior entre meus dentes e foi quando minhas bochechas esquentaram, pois os olhos azuis dele estavam fixamente ali, o que me deixou constrangida.
— O que você quer? — perguntei abaixando o olhar para a mesa, ainda constrangida. Senti meus pelos se arrepiarem quando o vi tombar levemente a cabeça para o lado e abrir os lábios sorrindo, mostrando seus dentes alinhados e brancos.
— Vou direto ao ponto. — ele disse chegando o corpo mais para frente. O seu sotaque me chamou atenção mais ainda, eu tinha uma paixão secreta por sotaques, era estranho, eu sei. Mas eu amava, ainda mais o sotaque britânico — O meu amigo, Lyan, está muito afim de você. Acho que sabe disso, não é?
— Eu... — tentei dizer algo, mas nada saía da minha boca.
Eu, praticamente, já sabia. Não queria admitir isso à mim mesma, talvez por medo de criar altas expectativas e perceber depois que tudo era fruto da minha cabeça.
— Enfim. — continuou com o mesmo sorriso no rosto, como me desafiasse para algo — Ele parece que tem medo de chegar em você, como se fosse um adolescente. E, você, a mesma coisa, pelo o que percebi, tá na dele.
— Quem disse que eu "estou na dele"? — fiz aspas com os dedos, arqueando a sobrancelha.
Ele estava certo, eu sabia disso. Mas eu não gostava nenhum um pouquinho de Adam, não poderia deixar que soubesse alguma coisa sobre mim, por mais infantil e idiota que eu fosse por isso.
— Sério isso? — perguntou balançando a cabeça negativamente e riu. Espera... Ele estava rindo da minha cara? — Garota, só presta atenção. Eu quero o seu número... — o interrompi, antes que terminasse a frase.
— Eu não vou te dar o meu número. Quem você acha que é, em? — digo revirando os olhos. O sorriso debochado dele aumentou mais, me fazendo ficar com mais raiva do seu jeito.
— Eu quero o seu número para passar para o Lyan, pra que eu iria querer seu número de telefone? Não estou interessado em você e aliás, você não faz o meu tipo. — disse apoiando as costas na cadeira e colocou as mãos dentro da jaqueta de couro preta. Agora ele estava com o semblante sério, mas seu interior parecia rir eternamente de mim.
Um alívio percorreu pelo meu corpo, me deixando mais relaxada. A ideia de ele querer o meu número era perturbadora e me causava uma náusea gigantesca. Eu quero distância desse cara, não vou com a cara dele nem um pouco.