XVII

854 65 101
                                    

——————————————————————
❦❦❦❦⚀❦❦❦❦
Momento único

     Sai apressada da faculdade, estava no horário de almoço e eu iria comer em um restaurante próximo dali. Eu iria almoçar sozinha, já que Aysha não veio para faculdade pelo fato de estar passando mal desde sábado de manhã por culpa da sua bebedeira e Hanna saia cedo da faculdade, o que não me restava ninguém.

Tentei procurar a minha carteira dentro do bolso da mochila e não a achava. Enquanto eu andava e procurava a carteira dentro da mochila, tropecei em um galho e fechei os olhos, esperando o meu corpo bater sobre o gramado do campus. Mas nada aconteceu, mãos fortes seguravam a minha cintura me impedindo de cair. A pessoa me puxou de volta com agilidade e meu corpo bateu sobre uma montanha de músculos. Minha cabeça encostou no peito da pessoa e eu estava ofegante pelo susto que levei. As mãos do indivíduo ainda estavam na minha cintura, a apertando devagar.

Abri os olhos devagar e olhei o campus vazio. Fui virando a cabeça para o lado e olhei para a mão da pessoa na minha cintura e pude ver a palavra "Dream" escrita letra por letra nos dedos. Engoli em seco já sabendo quem era e me virei devagar, quase parando. Olhei para Adam, que estava com um sorriso no canto dos lábios, mas depois logo ficou sério, me olhando profundamente. Os dedos dele deslizavam devagar pela minha cintura, acariciando— eu estava gostando daquilo. Ele me olhou devagar, de cima a abaixo e depois voltou a atenção para os meus olhos.

Suspirei tão fundo que mal consegui voltar a respirar normalmente. Quando pisquei me dei conta do que estava acontecendo: Adam estava parado à pouco centímetros de mim, com os seus olhos penetrantes e as mãos apoiada na minha cintura coberta pelo moletom cinza. Quem visse de longe pensaria que iríamos nos beijar, mas não era bem isso. Hannah! Me afastei bruscamente dele, descolando nossos corpos. Adam era o novo namorado da minha melhor amiga que estava perdidamente apaixonada por ele, o que estava acontecendo?

— Precisa tomar cuidado, Mary Angel. Você é bem distraída — comentou calmo.

— Eu só... Eu só... — tentei me explicar, mas eu estava muito nervosa. — Estava me seguindo? — reverti o assunto.

— Sim — disse indiferente e deu de ombros — E por sorte, você não cai. De nada, Mary Angel — senti o sarcasmo presente na sua voz calma.

— Obrigado — agradeci olhando para os meus pés.

— Está indo para onde? — perguntou esfregando as mãos uma na outra.

— Para um restaurante aqui perto. — apontei para rua e balancei a cabeça — Até perguntaria se quer ir me acompanhar, mas creio que tenha compromisso. — mordi os lábios devagar, estava nervosa ainda.

— Não tenho compromisso! — disse abrindo um sorriso — E sim, quero te acompanhar. — colocou suas mãos no bolso da calça jeans escura. — Só vou pegar o carro... — apontou com a cabeça na direção do estacionamento.

— Vamos a pé mesmo, fica aqui perto. — digo com um pouco de receio na voz — Menos de 10 minutos.

— Está bem!

Coloquei as duas alças da mochila e começamos a andar pelo gramado, em total silêncio, sem ter o que dizer. Suspirei tentando pensar em algo para dizer.

— Então... — começo a dizer tentando inventar algo — soube que pediu Hanna em namoro — olhei para os meus próprios pés enquanto andávamos.

— Sim — confirmou — Não poderia esperar.

— Pensei que iria demorar para pedir ela em namoro. — viro o rosto para encara-lo, assim como Adam fez comigo — Digo, você parece gostar da vida de solteiro.

— Gosto, confesso. — ele estava sendo sincero —Mas eu estou apaixonado pela sua amiga... — sua voz falhou por um instante, como estivesse mentindo.

Será que estava mentindo?

— Espero que não a magoe. — o ameacei.

O que mais me perturbava era que no sábado de manhã, Adam estava transando com uma garota, como ele disse. E no domingo, estava pedindo Hanna em namoro.

— Não vou, te dou a minha palavra! — disse ainda me olhando.

— De dedinho? — estendi o meu dedo menor para ele que revirou os olhos.

— Sério isso? — perguntou franzindo a testa e eu concordei — Fala sério! — revirou os olhos mais uma vez e estendeu o dedinho também, entrelaçando com o meu — Quem faz promessa de dedinho?—desgrudou os nossos dedos.

— Eu. Mary Cooper. — dei de ombros e sorri.

— Você é inacreditável.

— Eu sei, eu sei — concordei rindo e o mesmo me empurrou com o ombro e quase me desequilibrei.

— Está vendo como é desastrada? — negou com a cabeça e eu semi-cerrei os olhos.

      — Você que me empurrou — dei um tapa no seu braço e Adam fez uma cara de bravo, me tirando uma risada.

     Adam veio para cima de mim tão rápido que a única coisa que eu, foi começar a correr pela calçada com dificuldade por conta da mochila pesada. Ele apenas andava em passos rápidos, quase correndo. Os braços dele passaram pela minha cintura,me pegando por trás e me levantando no ar. Balancei o corpo tentando me soltar enquanto ria alto. Algumas pessoas que passavam na rua nos olhavam assustados.

      — Me solta, Ashworth! —ordenei ofegante.

      Adam me colocou no chão, mas não me soltou, o que me fez bufar e tentar me soltar. Foi aí que eu percebi que uma de suas mãos estavam no meio seio coberto pelo moletom, e o que mais me deixou aflita foi eu estar sem sutiã. Adam, de início, não pareceu perceber tal ato, mas quando percebeu, me soltou tão rápido que levei um susto. Ele se afastou um pouco de mim e não falou nada.

— Desculpa... — passou a mão de leve pela nuca, olhando para a rua.

— Esquece isso. — pedi molhando os lábios. — Mas não pense que sobre me pegar no colo, passou batido — digo semi-cerrando os olhos, tentei descontrair.

Ele franziu a testa e passou a mão pelo cabelo liso e brilhoso. Dei uma risada me aproximando dele e o mesmo já ficou em posição de "batalha" rindo de mim. Adam deu uns passos para frente e eu aproveitei para contorna-ló e pular nas suas costas. O mesmo tomou um susto quando eu agarrei seus ombros e por costume, segurou minhas duas pernas com os braços.

— Você anda comendo, anjo? — perguntou começando a andar — Você é leve demais. — revirei os olhos e dei um tapa na nuca dele — Au! — resmungou baixo.

— Já que está dizendo isso, vai me levar o caminho todo assim. — ordeno e presumo que o mesmo sorriu.

— Okay, senhorita Cooper.

Eu já disse como ele fica maravilhoso e sexy pronunciando o meu sobrenome? Seu sotaque me chama tanta atenção.

Apoio minha cabeça nas costas dele e solto um suspiro baixo quando inalo seu perfume delicioso e bom. Era um perfume masculino tão bom, com um cheiro de hortelã que me fazia delirar.

— Adam, você tem um cheiro tão gostoso... — sussurro tão baixo que presumo que ele não tenha ouvido.

— Eu sei. — disse indiferente— Sou muito gostoso. — como podia ser tão convencido?

Rolei os olhos e mordi seu ombro de leve e vi que os pelos da sua nuca se arrepiaram, tirando um suspiro do mesmo.

O caminho todo Adam me levou nas costas, e atraímos olhares por onde passávamos. Não perdi tempo e comecei a implicar com ele, puxando seu cabelo ou mordendo seu ombro

Pequenas mentiras Onde histórias criam vida. Descubra agora