XLII

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Efeito dele

Eu estava tão exausta, fisicamente e mentalmente. Sabe aqueles dias que você não consegue nem sair da cama direito? Eu estou assim hoje. Meu despertador já tocou alguma vezes e eu estou mais que acordada, quase não consegui dormir direito à noite, então, isso só cansou mais o meu. corpo e minha alma. Noites fazem a mente pensar e chegar no próprio abismo. Eu queria minha vida sem graça de volta! Adam dominava minha cabeça a cada dia, a cada hora e isso me cansava.

Eu queria conversar com ele sobre o que a Ellie me contou, mas acho que isso ferraria com ela.

Ouço um barulho na porta e me sento rapidamente antes de ver a figura da minha mãe toda sorridente.

— Bom dia, querida! — disse se aproximando. — Por que está com esse rostinho triste? — tentei dar um sorriso, mas foi em vão. Toda mãe sabe o que o seu filho está sentindo...

— É o Adam... — olhei para as minhas mãos juntas e engoli em seco. — Ele está acabando comigo, mãe.

— O que aconteceu dessa vez? — ela se sentou na beira da minha cama.

— A Hanna descobriu tudo... — as palavras saíram tão baixas que eu me perguntei se ela tinha ouvido. — E eu descobri que estou apaixonada pelo Adam e falei para ele, mas...— as lágrimas já estavam embaçando a minha vista. — a Hanna fez ele escolher entre nós duas e bom...

— Ele escolheu ela... — minha mãe completou e quando levantei o rosto, deixei que as lagrimas caíssem. — Oh, querida!

Ela subiu na cama, vindo até mim, e me envolveu com seus braços, me confortando e me mostrando que ela sempre estaria ali, por mim. Era a única coisa que eu precisava: um abraço de mãe. E ali, eu chorei mais e mais, como eu nunca tinha chorado, enquanto suas mãos passavam devagar pelas minhas costas.

— Mas... — me separei dela — Eu resolvi tudo, e mostrei para o Adam que eu não preciso dele. — passei a mão no rosto, limpando todos os vestígios da minha fraqueza. — E o Lyan Fox me pediu uma chance para tentarmos algo, talvez eu consiga esquecer o Adam.

— Mary, filha, espero que você não brinque com os sentimentos desse garoto, ele me parecer ser muito bom para ser sua segunda opção. — seu tom era duro, mas eu sabia que precisava daquilo.

E minha mãe estava certa, eu não poderia brincar com os sentimentos do Lyan, nunca, e não iria. Eu precisava ir até o fim com ele e por ele, mesmo que meu coração pertencesse a outro.

  
        Mesmo minha mãe insistindo para que eu ficasse em casa pelo menos hoje, porém eu não poderia perder mais um dia de conteúdos novos. Antes que eu andasse pelo campo, senti dois braços envolvendo a minha cintura e me puxando contra seu corpo. Virei-me para Lyan que estava com seu sorriso maravilhoso no rosto.

        — Bom dia! — coloquei o meu melhor sorriso no rosto, por mais que parecesse ruim demais.

       — Bom dia, minha gata! — aproximou nossos rostos, e selou nossos lábios.

Meu corpo se arrepiou assim que a língua dele entrou em contato com a minha, deixando uma explosão de sabores. Lyan tinha um dos melhores beijos, me causava uma sensação boa, e eu sabia que estava segura. Ele mordiscou meu lábio inferior, o que me causou um arrepio.

— Isso está bom, mas acho melhor... — começo a dizer entre os selinhos que Lyan me dava, após terminar o beijo. — irmos.

— Senta comigo na aula de anatomia. — disse olhando em meus olhos. Arqueei a sobrancelha e franzi a testa. — Juro que vamos estudar!

Concordei com a cabeça e suspirei, assim que começamos a andar pelo Campos. Lyan passou o braço ao redor dos meus ombros e eu quase paralisei. Isso atraiu tantos olhares que até esqueci como se respirava. Eu já disse que odeio atenção?
Fiquei encarando o chão o caminho todo, até o corredor principal, onde dava para qualquer prédio, de qualquer matéria.

         — Olha, o casal, aí! — ouvi a voz grossa e calma de Adam e levantei o rosto.

       Por incrível que pareça, ele estava sozinho, sem nenhuma namorada pendurada nele.

        — E aí, cara! — Lyan disse levantando o queixo como comprimento.

        — Vou precisar de você agora... — Adam disse olhando para Lyan que franziu a testa. — Depois eu te falo, não posso contar na frente da Mary Angel.

       Virei o rosto para o Lyan e fiz uma expressão de interrogação.

        — Desculpa, Mary. Negócios do Adam! — disse tirando o braço de volta dos meus ombros. — Depois nos vemos, tudo bem?

       Me virei para Lyan e dei de ombros encarando as minhas próprias mãos. Ele colocou a mão no meu queixo e levantou meu rosto, me forçando a olhá-lo. Lyan selou nossos lábios e apenas me deu um selinho demorado.

         — Achei você! — Ellie gritou enquanto corria até a minha direção e parou, com a mão no peito e respirando fundo. — Oi, trouxas! — disse em um fio de voz.

         — Oi, Ellize. — Lyan disse com um sorriso, mas logo se virou para mim novamente. — Te vejo depois.

         E assim que disse, saiu, de volta ao gramado, acompanhado do Adam, que quando passou por mim, piscou. Olhei para Ellie que estavam com seus lábios pressionados, na hora, não soube como descrever sua expressão, era um tanto curiosa.

          — Não diga nada... — pedi com um suspiro no final.

          Adam me cansava, e não era pouco...

          — Adam estava irritado. — disse me olhando receosa, como se não devesse ter dito aquilo. Franzi a testa, sem entender. — Ele viu você e o Lyan, se beijando, lá no gramado. Tinha que ver a cara dele, foi hilária, porém eu pensei que ele iria quebrar a cara do Lyan... Depois, ele sumiu do meu lado. — explicou com gestos com a mão. — Digamos que, obviamente, Adam estava com ciúmes... — tombou a cabeça para o lado.

          Abri a boca diversas vezes, tentando encontrar algo para falar, algum argumento ou semelhante, mas nada. Aquela informação me assustou mais que o devido! Adam com ciúmes? Realmente, era hilário! Ele nunca ficaria com ciúmes, ao menos que houvesse sentimentos, o que não era o caso.

          — Você deve estar maluca, Ellie! — enfatizei bastante as palavras e ri no final. Na real, eu estava assustada mesmo...

         — Mary, escute, parece que não, mas o Adam beija os seus pés. — arqueei a sobrancelha, e ela mordeu os lábios — O seguinte, o Adam demonstra que não, no entanto, ele é gamado em você. O meu irmão sempre se fez de indiferente com as pessoas que ele tem sentimentos, e olha que são poucas. Pode ter certeza que ele age como age, porque não sabe o que fazer em relação a você.

           Olhei para Ellie que apenas concordou com a cabeça. E mais uma vez, eu estava sem saber o que dizer sobre as palavras de Ellie. Lá no fundo, eu sabia que ela estava certa, mas uma parte de mim não queria criar expectativas com tudo aquilo, pois eu nunca saberia como Adam iria agir e como seria a próxima maneira dele me destruir. Nos últimos dois meses, eu estava sendo conduzida pela curiosidade seguida pelo meu medo. Cada passo era perigoso e poderia ser um gatilho ou um mar de rosas, dependendo das circunstância, sendo bom apenas para o Adam, para mim ou para nós dois.

          Eu queria tentar parar apenas um dia inteiro para processar tantas coisas, em menos de 24 horas, Ellie bagunçou minha mente e me mostrou fatos que eu jamais perceberia.

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