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- COMO VOCÊ PÔDE?! - Gritou Amaya.

- O QUE ACONTECEU AQUI? CARLOS DE OLIVEIRA! O QUE VOCÊ FEZ? - Helena disse afobada.

- Apareceu um animal, e a escrava entrou na frente do animal para proteger Amaya...

- Animal, Carlos? Eu não acredito! Amaya, o que aconteceu?

- Se ela falar algo, ela é a próxima!- Ameaçou Carlos ferozmente.

- Fale Amaya! - Retrucou Helena.

- NÃO! NINGUÉM VAI FALAR NADA! TODOS ESTÃO MUITO ABUSADOS! HELENA, CALE-SE! EU VOU TE MOSTRAR O QUE SE FAZ COM O CORPO DE ESCRAVO MORTO!

Carlos pegou a lamparina da mão de um escravo e tacou no chão, fazendo o corpo moribundo da velha escrava queimar nas chamas...

- NÃO! - Gritou Amaya chorando desesperadamente.

- SEGUREM ELA! - Ordenou Carlos.

Amaya teve seus braços segurados pelos Escravos, e assistiu a cremação do corpo de sua velha e agora falecida mãe...

- NÃO... POR FAVOR NÃO! - Gritou e chorou em profunda agonia de sua alma.

°•∆•°

Passado alguns meses, Já haviam novos escravos na fazenda, alguns ajudavam o pessoal do quilombo próximo, sem os Oliveiras saberem.

Juliano  já estava de casamento marcado com a filha do Barão, Ângela. E totalmente de luto pela morte de Francisca, em sua mente ele colocou a culpa em Amaya.

Helena se tornou reclusa e de pouquíssimas palavras, só falava com Amaya.

E Amaya? A pobre cativa, com a perda de sua mãe, ajuda Agora os escravos a fugirem.

Já Carlos, totalmente autoritário. Comprou uma escrava nova, Rita, para suprir seus desejos de malícia. Ela, órfã, conseguiu encontrar abrigo em uma amizade  sincera com Firmino e Amaya.

°•∆•°

Anoiteceu, e Amaya limpava a mesa do jantar, enquanto Rita falava com ela:

- Boa noite Amaya, eu tenho um negócio no celeiro hoje...

- Boa noite Rita, Durma bem.

- Rita, deixe eu e Amaya a sós por favor. - Disse entrando Juliano.

Rita de retirou.

- O que quer Juliano? - Disse Amaya de costas.

- Amaya... Já parou para pensar que, isso pode ter sido sua culpa? - Disse ele docemente.

- Eu penso nisso todos os dias Juliano... - Dizia ela ainda de costas.

Juliano  sorriu ironicamente, cerrou os punhos para não agredir Amaya.

- Nem que eu morra, mas você  não vai ser Feliz... - Sussurou Juliano com ódio.

- Disse Algo? - Perguntou Amaya ficando de frente para ele.

- Você tem meu apoio... E aliás... Todos nós sabemos quem é a culpada pela morte de Francisca não é mesmo... - Disse Juliano sussurrando para Amaya bem perto dela

- Juliano deixe a escrava em paz! - Disse Carlos entrando e puxando o braço de Amaya Muito forte.

Amaya gemeu de dor e Juliano olhou o pai com ódio.

- Vai! - Disse ele para Juliano, sem soltar Amaya.

Apenas restava Amaya e Carlos na cozinha.

- Venha aqui. - Dizia ele com malícia.

- Jamais! Eu não tenho medo de morrer! Venha e me dê um tiro! Só morta me possuirá! - Cuspia Amaya cada palavra.

Carlos tirou a arma e apontou na direção de Amaya, Amaya colocou a arma na frente da cabeça olhando fixamente para Carlos.

- Vai! Atire! - Afirmou Amaya.

Carlos colocou a arma no lugar e saiu andando em direção ao celeiro.

°•∆•°

Depois da saída de Carlos, Um negro do quilombo, alto todo coberto de lenços e descalço entrou pela porta dos fundos da cozinha sorrateiramente sem ser percebido:

- Quem... Quem é você?

- Sou do quilombo! Me ajude... Você é a Amauia?

- Amaya!

- Certo. Tenho uma mensagem do líder do quilombo. - Dizia ele Retirando os lenços que cobriam seu rosto.


°•∆•°

- Rita, Por que Amaya é tão difícil? - Dizia Carlos se sentando em um feixe de feno

Rita revirou os olhos.

- Por que está calada imprestável?! - Falou ele com ira.

- Eu só estava formulando uma resposta sinhô. - Mentiu Rita.


- Claro. - Carlos revirou os olhos.

- Mas e o que Juliano está tramando, pode colocar tudo a perder... - Afirmou Rita.

- Acredite Ritinha... Ele odeia mais Amaya do que eu... Lhe garanto.

Rita engoliu a seco.

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