Amaya chegou no fim da tarde entrou pela porta dos fundos da cozinha:
- Amaya que bom que chegou, Sinhô Santana quer falar com Você. - Disse uma das criadas.
- Ele já chegou? - Disse ela deixando a cesta vazia em cima da mesa.
- Daqui a pouco ele chega, acho melhor você tomar um banho também...
- Estou cheirando mal? - Disse Amaya se checando.
- Você está com cheiro de estábulo! Haha se escondeu lá né?
- Sim! Haha - Disse Amaya rindo de nervoso. - Já estou indo!
- Tá bom. - Disse a criada mexendo a colher na panela.
°•∆•°
Amaya tomou seu banho em uma banheira de madeira funda e de seu tamanho, passando um sabão que havia guardado do tempo em que era da casa dos Oliveiras.
Depois de se trocar, ela desceu as escadas com muita rapidez e com os seus cachos molhados e em seu rosto, esperava Santana na sala principal.Quando ele chegou e entrou pela porta da frente, vendo ela lá bem simples, de cabelos molhados que escorria água, ele se encantou com tanta simplicidade,encanto e inocência que ela transparecia. E o esperava de pé e de mão cruzadas e braços estendidos... Com os cachos na frente de seu rosto, aonde só conseguia ver o brilho de seus olhos e seu largo e lindo sorriso:
- Olá Senhor Santana! - Disse ela radiante.
- Olá Amaya... - Dizia ele enquanto tirava seu chapéu devagar ainda encantado com ela.
- Deve ter tido um dia cheio hoje não é mesmo?! - Disse ela se aproximando de Santana pegando seu chapéu.
- Sim... - Disse ele encantado e desacreditado. - Vou subir para tomar um banho... Podemos conversar depois? Aqui mesmo.
- Sim senhor... - Disse Amaya enquanto passava os dedos pelo chapéu de Santana que estava em suas mãos.
Santana se retirou sorrindo.
°•∆•°
- Como está a minha mestiça favorita? - Disse Carlos abraçando Rita por trás, enquanto a mesma cozinhava o jantar.
- Por favor sinhô Carlos! Me deixe hoje... - Disse ela com nojo na fala.
- Deixar? Hahahahaha Está louca! - Disse ele beijando o pescoço de Rita.
- Carlos? - Gritou Helena de longe.
- Deixa pra próxima! - Disse Carlos soltando Rita.
Firmino entra na cozinha para falar com Rita:
- Rita!
- Fala baixo estrupicio!
- Se prepara! O dia está para chegar, na próxima vinda de Amaya, é a nossa chance!
- Finalmente! - Disse Rita abraçando Firmino.
- Ora ora... - Disse Juliano entrando na porta da cozinha, atrapalhando a felicidade dos dois.
- Sinhôzinho Juliano?! - Disse eles em um só som.
- Vocês tem notícias de Amaya? - Disse ele arqueando uma sobrancelha.
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...