- Vocês do quilombo sabem o quão perigoso é aparecer por essas bandas!
- disse Amaya servindo o escravo fugido com um pedaço de bolo e uma xícara de café.- Mas é de extrema urgência senhorita Amaya, O chefe do quilombo quer que você se junte a nós! Ele está velho e precisa de alguém de confiança para assumir o quilombo...- Disse o escravo mordendo o pedaço de bolo.
Amaya ficou pensativa.
- Chegou aos ouvidos do chefe, através dos escravos, as maldades que seu dono faz com você e com os outros! Achou que você iria querer abrigo!
- Eu... Mas tem tanta gente, tem O Firmino a Rita...- Amaya se levantou.
- Eu o que Amaya? - Sorriu Rita apoiada no parapente da porta.
Rita apareceu de surpresa, e chegou no meio da conversa entre Amaya e o quilombola:
- Vou ter compaixão deste pobre cativo! Quer mais um pedaço de bolo? - Disse Amaya mudando de assunto.
- Amaya, Amaya... Tem que ter cautela! Mas vou me fazer de besta, e vou fingir que não vi este quilombola... - Disse Rita Sorrindo.
- Ah muito obrigada Rita! - Agradecia Amaya aliviada.
Rita comprimentou o quilombola e logo se retirou.
- Diga ao seu chefe, que eu vou. - Encorajou -se Amaya.
- Siga a trilha dos fundos quando for fugir! Eu deixei mas tome cuidado para ela não desaparecer com a lama! Caso não for, mande alguém no seu lugar! - Disse ele saindo novamente de fininho
- Pode deixar! - Disse Amaya em um tom baixo.
Amaya ao ver o quilombola partir, vê o céu lindo e estrelado, e se lembra da sua mãe. E acaba soltando um sorriso fraco.
°•∆•°
O Sol nasce na fazenda dos Oliveiras, Juliano já acorda dando ordens e espionando Amaya enquanto ela coloca a mesa do café da manhã:
- Firmino, me conte, o que Amaya fez ontem a noite? - disse Juliano colocando seu paletó bege.
- Falava com Rita, Sinhôzinho Juliano.
- Está bem, com mais ninguém? - Indagava o desconfiado Juliano.
- Só Rita Sinhôzinho. - Mentia Firmino.
Helena, Juliano e Carlos se sentaram à mesa do café, ambos servidos por Amaya e Rita, Helena parecia radiante, se tornará grande amiga de Amaya:
- Se me permite dizer, Sinhá Helena, está muito linda nesta manhã... - Amaya dá um sorriso tímido.
- Estou me sentindo muito bem Amaya! Obrigada.
Firmino entra na sala de jantar para dar os avisos:
- Sinhô Carlos, Sinhá Helena e Sinhôzinho Juliano bom dia!
- Vá ao ponto Firmino! - Disse Carlos bebendo café na Xícara.
- Ah um grande fluxo de escravos fugitivos na nossa região, acham que há escravos ajudantes dos quilombolas, e quando descobrirem vão castiga-los... Palavras de um tal Sargento.
Amaya arregalou os olhos e Juliano percebeu.
- Dou ordem para fecharem a porta da senzala a partir de hoje...
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Ficción históricaVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...