- Uma Proposta?
- Sim... - Disse ele se aproximando. - Como sabe está tendo um grande fluxo de escravos fugitivos, e eu suspeito que um dos ajudantes deles seja escravo da fazenda dos Oliveiras... Contudo, Quero que você descubra quem está por trás disso, em troca eu vou...
- Sim? - Disse Amaya notavelmente nervosa
- Vou dar a liberdade á Você. Não sei se notou mas eu sou... Eu sou um abolicionista. Todos aqui são meus criados. Eu iria te libertar agora, mas o assunto é muito recente pela cidade, e pode interferir na minha posição na guarda imperial...
- Compreendo perfeitamente, Senhor. Eu acho que vou falar com os meus amigos da fazenda...
- Tem minha permissão para ir e vir, porém, venha com notícias por favor. - Santana lhe jogou um olhar amoroso.
- Boa noite Amaya... - Disse ele encarando docemente.
- Bo... Bo... - Gaguejou Amaya.
Santana arqueou uma sobrancelha com um sorriso tímido no canto da boca.
- Boa noite! Senhor Santana... - Disse Amaya fechando os olhos de tanto nervosismo.
Santana de retirou sorrindo.
°•∆•°
- A falta de Amaya me incomoda!
- Sinhôzinho, você nem falava direito com ela depois que ficou noivo de sinhazinha Ângela.
- Ela é minha noiva! - Disse Juliano impaciente.
- Admita Sinhôzinho Juliano! O senhor não quer assumir uma escrava, uma negra como esposa, num quer e pronto! - Disse Rita fazendo descaso.
- Cala a boca insolente! Eu sou um abolicionista! Amo os negros...
- Se ama mesmo, então porque não alforriou ela quando teve chance? - Disse Rita debochando da cara de Juliano.
Com toda raiva, Juliano deu um tapa na cara de Rita, fazendo ela cair no chão e assim que ela caiu ele a pegou pelo cabelo com toda a brutalidade:
- EU SOU UM ABOLICIONISTA! MAS TAMBÉM SOU UM HOMEM!
- Para pelo amor de Deus Sinhôzinho Juliano! Tá me machucando!
Juliano deu um soco em seu rosto e bateu a cabeça de Rita no chão, soltando finalmente seus cabelos.
- Chega! Já que Amaya não está aqui, você será uma ótima substituta! - Disse ele com malícia.
Ele puxou ela pelo cabelo e jogou ela na cama do quarto aonde costumava ser de Amaya, trancou a porta e começou a desabotoar a calça.
- De Hoje você não escapa! Sempre será minha... Amaya. - disse ele com malícia.
Juliano possuiu Rita. Ele abusou dela.
°•∆•°
- Meu Deus Rita! Você tá cheia de marcas! E esse olho roxo?! - perguntou Firmino aflito.
- Foi Juliano! - Chorou Rita.
- Não se pode crer... - Firmino colocou a mão na boca.
- Ele queria Amaya, eu o questionei e ele fez isso comigo! Ah... Eu não aguento mais! QUERO FUGIR! - Disse Rita tossindo sangue.
- Nós vamos Rita... Nós vamos... Mas antes vamos nos vingar... - Disse Firmino arquitetando um plano.
°•∆•°
- Aonde vai Amaya?
- Vou sair, eu tenho permissão.
- Ata... Aproveita e me faz um favor e me fecha o estábulo? Se não algum cavalo pode fugir...
- Claro... Você me faz um favor?
- Sim?
- Me trás uma cesta com comida, frutas, remédios e curativos?
- Pra quê? - Disse o Criado arqueando a sombrancelha em sinal de desconfiança.
- Para mim oras...
- Está bem... - Disse ele desconfiado.
°•∆•°
Amaya saiu pela madrugada, e o dia amanheceu na fazenda dos Oliveiras. Amaya foi ver seus amigos e procurar uma solução para o seu problema... Entrou ela pela porta do fundo do celeiro, aonde achou um esconderijo por trás de um punhado de feno.
- Quem está aí?
- Calma! Sou eu!
- Amaya?!
- Faça silêncio por favor! Já está de manhã!
- DEIXE FIRMINO VER ISSO! HA! VOU CHAMÁ-LO! E também chamarei Rita...
- Claro, claro.
°•∆•°
- Você está aqui! Você não vai acreditar no que aconteceu! - Disse Firmino ao ver Amaya.
Firmino contou tudo da noite passada, Amaya ficou aterrorizada.
- Vou fazer justiça! Vou meter uma bala bem no...
- Fale Baixo Firmino! - interrompeu Amaya.
- Tá, mas eu preciso de sua ajuda! Quero fugir, mas vou matá-lo antes!
- Eu cuido da fuga, mas da morte... Eu não vou me intrometer! Além do mais, Santana desconfia que algum escravo daqui é um dos principais ajudantes dos escravos fugidos, pediu para eu vir bisbilhotar vocês... Mal sabe ele que sou eu! E já estão desconfiando...
- Fuja Também daquele maldito!
Amaya ficou em silêncio.
- Amaya só ajude a gente de uma vez!
- Pode deixar... Estou com a corda no pescoço, realmente. Se me descobrirem vou ser enforcada...
°•∆•°
- Criado, Onde está Amaya?
- Ela saiu na madrugada Sinhô, disse que o Sinhô já sabia...
- Ela disse Quando voltava?
- Não Sinhô.
- Quando ela chegar peça para ela me esperar hoje a noite...
- Sim senhor. - Disse o Criado se retirando.
"Amaya, Amaya... Ah como você me tira o juízo!..."
Pensou Santana com um sorriso bobo no canto dos lábios.
Ps. OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS! ❤️
DOU RISADA COM A MAIORIA DELES!
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...