- Você Tem novas notícias? Porque o traste do Santana está na Cidade?
- Eu não sei senhor! Ele apenas voltou repentinamente...
- FIQUE DE OLHO! - Gritou Juliano.
- Sempre pode contar comigo, Sr. Oliveira...
°•∆•°
Anoiteceu na fazenda dos Oliveiras, e a família tinha se reunido para jantar e conversar depois de um dia bem intenso, enquanto Amaya estava na Cozinha, Juliano passeava pela fazenda, estava uma noite agradável:
- Ah mamãe, as vezes eu fico pensando como é ser livre...
- Todos da senzala já quiseram saber minha filha!
- Quem é que está caminhando alí?
- Deixe me ver... É Juliano! Ó Juliano, meu filho! Venha aqui! Dê um abraço em sua mãe preta!
Juliano correu até a porta dos fundos da cozinha que dava para o jardim:
- Bença minha mãe! - Disse Juliano abraçando forte e carinhosamente a Antiga Chica (Francisca).
- Que abraço gostoso meu filho!
Juliano Riu, e depois deu um beijo na mão calejada,enrugada e sofridas da velhinha.
Enquanto Amaya sorria com isso.
- Agora os Dois, Saiam! Vou limpar aqui! Está uma sujeira!
- Mas, Mãe a gente Lim...
- Só vão! - interrompeu Francisca.
Os dois saíram em direção ao jardim...
°•∆•°
- Sabe? Você é especial para mim sabia? - Dizia Juliano Observando a pobre ingênua.
- Como assim? - Respondia Amaya confusa.
- Você é como uma irmã para mim... - Falava Juliano pausadamente engolindo cada palavra amarga.
- Irmã? Ah claro, você também... - Disse Amaya desencorajada.
- Vou ter que entrar Amaya, Até amanhã irmãzinha.- Disse Juliano Debochando.
- Tchau... - Disse ela desanimada.
°•∆•°
- Ah Amaya... - Disse Carlos, aparecendo das sombras.
- O senhor! - Disse ela enquanto sua expressão triste se tornava uma expressão de raiva.
- Ele só te vê como uma irmãzinha, entenda! Sua raça está abaixo! Entenda de uma só vez sua insolente!
Carlos bate em Amaya.
- Me mate! Mas não me terá por minha vontade! Prefiro morrer do que ser sua! O gosto da morte é mais doce do que o teu veneno! - Disse Amaya Cuspindo na cara de Carlos.
Amaya corre, e Carlos tira a arma do bolso, apontando para Amaya, quando Francisca mãe de Amaya, vê tal cena...
- NÃO MEU SINHÔ! POR FAVOR! OUÇA A VOZ DE UMA MÃE AFLITA!
- SAIA DA FRENTE VELHA INSOLENTE! VOU POSSUIR AMAYA! - Disse Carlos apontando a arma na direção das duas.
- SÓ POR CIMA DO MEU CADÁVER! - Gritou Amaya.
- EU TENHO UMA IDEIA MELHOR... - Disse Carlos apertando o gatilho.
O som de tiro percorria cada canto da fazenda como um raio, todos correram. Helena, Juliano, os Capatazes e Escravos. Velhos e novos, para ver a grande tragédia que ceifará mais uma vida, uma alma sofrida e cativa...
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...