- SAIA DE PERTO DE MIM, SEU NOJENTO! - gritou Amaya, que logo em seguida cuspiu no rosto de Juliano e tentou fugir.
Com tanta força que Amaya puxou com o anseio de fugir, as correntes se desprenderam do chão, fazendo ela se libertar parcialmente. Enquanto Juliano limpava o rosto, ele viu ela correr e arrastar as correntes para longe. E com fúria ele a seguiu, com uma faca que tirou de um dos seus bolsos.
Só ouvia os sons das correntes sendo arrastadas no chão de paralelepípedo. E os pés descalços de Amaya, sentindo o gelado das Pedras do chão.
Aos poucos as pessoas da cidade foram saindo de suas casas curiosas por causa do grande e incomum barulho que saia do quartel.
- Amaya, Amaya, vem cá... - Chamava Juliano com sua faca na mão, só se via a sombra dele e a faca refletia a luz da lua.
Ela tentava pegar todas as correntes para não fazer barulho, mas ela estava tão preocupada que acabou tropeçando e caindo.
Foi então que Juliano correu até chegar até ela, eles estavam no meio do pátio do quartel. Pulou em cima dela, a imobilizando, juntou as duas mãos no punhal da faca levantando para cima, pronto para cravar a faca nela.
Mas... Aí ele escuta um barulho.
Uma pessoa gritando por Amaya.
°•∆•°
Os moradores que moram perto do quartel, pediram para chamar o capitão Fernando.
Que chegou na hora em que Juliano planejava matar Amaya.- Quem são vocês?! - Perguntou Fernando ao encontrar os dois Escravos de Juliano.
Eles continuaram sem falar nenhuma palavra.
- Sangue? O Soldado está desmaiado... -Disse Fernando correndo atrás dela com seu revólver nas mãos.
- AMAYA!- Gritou Fernando.
E assim ele foi correndo em direção a cela de Amaya.
°•∆•°
No mesmo instante, Juliano ouviu. Se levantou e puxou Amaya junto com as correntes para o outro lado escuro. Para o Segundo andar, Arrastando a pobre que tinha seus gritos abafados por um pedaço da roupa de seu Torturador.
- Vejam a cela de Amaya, se não a encontrar, vamos até a fazenda dos Oliveiras... VÃO! - Gritou Fernando que estava junto de outros soldados que vieram com ele de reforço.
Juliano arrastava Amaya, ela se debatia e gritava, chorava. Mas seus gritos eram abafados.
Juliano mesmo com o quartel quase tomado de tantos guardas e soldados, não deixava de tentar fazer Amaya sofrer.
Quando ele tentou passar a mão pelar pernas de Amaya, ela conseguiu se soltar, dar um chute no meio das pernas de Juliano e Gritar.Numa rapidez, Juliano estava tentando se levantar, e tentava atirar a faca que possuía em Amaya, a mesma que gritava e corria pedindo ajuda, ela corria sem olhar a sua frente.
Foi quando... Amaya tropeçou em uma das suas correntes e caiu de uma escada que havia. Caindo por ironia do destino, nos pés do capitão Fernando:
- Amaya?! Olha o estado dela! Garanto que o culpado de tudo isso deve estar por aqui ainda... - Disse Fernando subindo as escadas.
Quando Fernando subiu as escadas, só viu uma faca no chão, um silêncio se estabeleceu. Sons de tiro. E logo em seguida o som de cascos trotando contra o chão.
- Meu Deus... O que aconteceu aqui? - Dizia Fernando sem Acreditar no que aconteceu.
°•∆•°
Quando amanheceu, o Quartel estava organizado novamente. Amaya estava em uma cela melhor. Estava deitada a uma cama, porém estava acorrentada a ela.
Quando Amaya acorda é recebida por Fernando:- Você está se sentindo melhor? Garanto que foi uma noite e tanto. - Disse Fernando sem perder a postura.
- Viva sim, já livre... - Disse Amaya mostrando as correntes que a prendia a cama.
- Desculpa, mas são os procedimentos... - Dizia ele sorrindo pela ironia de Amaya.
- Me diz que não aconteceu nada de tão ruim comigo. Diz! - Dizia Ela tentando se levantar.
- Além de você cair da escada do quartel... Bom, não posso afirmar nada com precisão. - Disse Fernando sentando na cama. - Se o Sargento Santana soubesse disso, estaria correndo atrás de quem fez isso.
Amaya olhou para suas mãos, triste:
- O que aconteceu? Depois que eu... Cai. - Indagou Amaya com voz chorosa.
- Bom, eu suspeito muito de Juliano. Encontramos dois Escravos mortos por arma de fogo. Dizem que foram eles que chamaram por ajuda, mas prendemos um capitão do mato que estava perto do local.
Ele tinha sangue nas mãos, e seu revólver estava quente. Mas você pode me ajudar a concluir esse problema.- Olha Capitão, eu não me lembro. Eu cai, bati a cabeça muito forte. Só lembro de estar correndo de alguém que me jogou uma faca. Eu não me lembro... - Disse Amaya sendo a mais sincera possível.
A queda de Amaya fez ela perder todas as memórias recentes que teve. Ou seja, o ataque de Juliano. Novamente, ele impune.
- Tudo bem Amaya... Bom seu leilão será daqui três dias. Tente ficar viva até lá.
- Se isso fosse fácil... Eu faria muito bem, Capitão. - Disse ela com deboche na voz.
EAI? O QUE SERÁ?
JULIANO MAIS UMA VEZ IMPUNE?COMENTEM AÍ!
ATÉ 😘💓💓
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...