- Sim? Pode dizer... - Olhou ele carinhosamente.
- Eu... Você... Ah, quer saber? Que se dane!
Disse Amaya entrelaçando os braços pelo pescoço de Santana, o mesmo segurou em sua cintura e a apertou de leve trazendo a mesma para mais perto.
- Ah Amaya... - Falou ele em um tom mais baixo e uma voz totalmente rouca.
E em um ato Santana e Amaya juntaram seus lábios em um beijo doce,quente e intenso. Com os olhos fechados, eles não desgrudavam um do outro. Pareciam que estavam entrelaçados.
- Você sabe que isso é loucura, não sabe? - Disse Amaya totalmente ofegante depois dos beijos em Santana.
- Porque seria? - Disse ele rindo totalmente extasiado, ainda com suas mãos na cintura de Amaya.
- Juliano... E tantas outras razões que isso pode não dar certo. - Ela disse com um olhar triste.
- Não me importo, você se importa? - Sorriu ele.
- Não... Mas não podemos ficar juntos agora, ainda não. - Sorriu fracamente.
- Então vamos aproveitar esta noite... - Disse ele voltando a beijar delicadamente os lábios de Amaya.
°•∆•°
- Amaya já está livre e provavelmente com Santana... - Dizia Helena tricotando.
- Por quê me diz essas coisas mãe? Quer me torturar? - Olhava Juliano indignado.
- Sinceramente Juliano... - Olhou dela tom deboche.
- Não diga assim com tanta reprovação. - bufou ele. - Sabe que amo os negros.
- Ama sim, claro! Mas não o que eles representam, você é uma vergonha! Pessoas como você são o peso da sociedade! Por isso ela ultimamente só tem retrocessos...
- Deixe de drama minha mãe! Este é o tempo que vivemos.
- Que bom que tem pessoas que são à frente do nosso tempo! - Disse ela brava voltando à tricotar.
- Deixe de asneiras sua velha louca! - Sussurou Juliano baixo.
Juliano se retirou da sala principal, foi pensar nas coisas que tanto lhe dizem ao seu respeito.
- Eu amo os negros. - Disse ele para si mesmo. - Só não amo o que eles são...
Completou.
°•∆•°
- Está tudo bem? - Disse Santana assim que Amaya se afastou de suas carícias.
- Está sim, só não posso. Não hoje. - Disse Amaya olhando nos olhos dele.
- É Claro...- Disse ele sorrindo passando as mãos pelos cabelos de Amaya.
O Sol raiou, e Santana fez questão em desfilar pela cidade com Amaya sentada em seu cavalo, enquanto ele conduzia o animal pela correia.
Só se ouvia o borburinho, do Sargento Santana com a "escrava" Amaya.
Mas Santana não se deixava por intimidar. Ele sorria feliz mostrando o quão querido e amado se sentia por Amaya. Se alguém lhe perguntava sobre o que eles tem, ele respondia...
"Amor, amor este incompreendido e não permitido pela sociedade... Mas fazer o que? É o amor!" Ele dizia sorrindo.
É claro que isso irritava Juliano por demais, ele iria acabar com cada um. Mas Primeiro pelo mais fácil... Helena.
°•∆•°
Mas em um dia em específico...
- Eu vou recuperar os meus Escravos... Não posso sair perdendo dessa, vocês entendem? - Indagou Juliano.
Juliano havia ido a taberna aonde a maioria dos homens iam para fugir de suas famílias ou para ter um encontro com alguma garota.
- Mas o sinhô quer fazer isso mesmo? - Perguntou o psiquiatra.
- Já fiz, aqui está o laudo médico! Parece verídico não?! - Disse Juliano colocando o tal laudo sobre a mesa.
- Sim, totalmente! - Afirmou o psiquiatra impressionado.
- Então vamos fazer isso, Você vai me ajudar. - Disse Juliano jogando um saco de moedas sobre a mesa.
- Claro sinhô. - Dizia o psiquiatra pegando o saco de moedas.
- Assim que clarear o dia... - Disse Juliano engolindo um pouco de vinho barato em um copo.
°•∆•°
O dia Amanheceu, depois de um café da manhã completo. Santana se preparava para ir trabalhar, enquanto Amaya ajudava ele a arrumar uma de suas faixas de seu uniforme, Alguém freneticamente batia na porta.
- Sargento! Por favor ajude! - Dizia Ângela desesperada.
- O que aconteceu?!
- Sinhá Helena... Ela... Foi internada! - Afirmava Ângela totalmente em choque.
- Por quê?! - Perguntou Amaya aflita.
Ângela se assustou ao rever Amaya mais uma vez, quase perdeu a fala... Eram muitas emoções.
Será que Helena vai sair dessa?
E finalmente o tão esperado beijo aconteceu 💕
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...