Tudo estava diferente após a partida de Santana, o mundo parecia bem mais quieto. Ma não ache que estava tudo sossegado para Amaya e para o pequeno João Basílio. Juliano ainda queria vingança. E como primeiro passo de seu plano foi, mandar uma carta aos outros parentes de Santana e afirmar que ele havia morrido e que se casou com uma negra e juntos tiveram uma criança, e Juliano ainda frisou que eles deveriam tirar as posses de Amaya e expulsa-la do lugar. Ele conclui a carta mentindo dizendo que era um amigo intimo de Santana e que Amaya foi a causa de sua morte e queda. Muitos vão se perguntar: "Mas isso é ilegal! Ela é esposa legitima de Santana!" mas eles não eram casados oficialmente. Não havia nada que comprovasse a união de ambos.
Amaya após receber a noticia, juntou tudo aquilo que podia ajudar, e partiu junto de Rita para o Rio de Janeiro, para se refugiar no subúrbio da cidade. Antes de fugirem, se despediram de Firmino. Aquela noite foi inesquecível... Esqueci de afirmar que, Amaya, Rita, Helena e Firmino tramavam a morte de Juliano desde o enterro de Santana. Isso já faz mais de 6 meses. Tentando descobrir a melhor maneira de destruir esse inimigo em comum. Então aproveitem e saibam o que aconteceu naquela noite...
°•∆•°
Amaya marcou uma reunião de negócios com Juliano, seria bem tarde da noite para não levantar suspeitas, assim que ele soube não recusou. E la estava trajada dos seus mais finos vestidos. Uma reunião com Amaya, era algo que ele nunca rejeitaria. Quando Amaya estava na porta de seu casarão. Amaya chama por Firmino:
- Firmino. - Chamou Amaya ao longe.
Firmino assoviou para ela saber que ele estava lá.
- Se algo acontecer, cuide do meu filho e de Rita. - Disse ela de forma séria.
E assim ela entrou dentro da Casa- Grande, entrar lá novamente lhe dava arrepios mas ela devia seguir com o plano. Juliano esperava por ela na escada com um sorriso vitorioso. Mas mesmo assim Amaya não se abateu:
- Fique aqui embaixo mesmo, não subiremos para o meu escritório. - Disse ele descendo a escada.
- Eu convoquei uma reunião de negócios e não algo mais particular. - Dizia Amaya de forma séria e controlada.
Juliano riu e se aproximou:
- Se quer algo tão formal, por que não veio aqui durante o dia? Mas a senhorita deseja algo formal durante a madrugada, indo a casa de um homem casado... Não esperou nem o seu luto passar e já está se jogando a um homem compromissado...
- Vim aqui apenas com o intuito profissional.
- Então por que veio deste jeito? Você basicamente se insinua para mim!
- Veja bem o que vai dizer!
- Por que devo regular minhas palavras a uma escrava?
- Eu sou uma mulher livre!
- Amaya... Por favor, Você nunca será livre, eu ainda sou o dono de seu destino. Matei Santana, deixei você na miséria. Você ainda acha que é livre? Se eu quiser eu mato o seu filho! Você nunca foi livre e você sabe disso.
Amaya apenas o olhou, respirou e disse:
- Você não é dono do meu destino. Estou viva enquanto sua vontade era que quisesse que eu estivesse morta... Eu posso acabar com você também... Lembra do seu pai?. - Falou Amaya solenemente.
Juliano abaixou a sua cabeça mas logo dirigiu palavras a ela:
- Você é ridiculamente burra. Tire essas joias e roupas caras. Elas não lhe pertencem...
- Não.
- Eu mandei tirar. - Disse Juliano apontando a arma a Amaya.
- Você não iria me matar, isso é crime e você sabe disso.
- Amaya por favor... Você acha que aceitei sua convocação por qual motivo? Para te matar aqui e agora! Meus empregados estão dormindo e outros estão fora. Ângela e as crianças nunca vão imaginar que você esteve aqui. - Diz ele se aproximando. - Fora que eu estarei lhe fazendo um favor! Você já tem que sumir mesmo.
No mesmo instante um vaso de vidro caiu no chão quebrando. Chamando a atenção de juliano que ao se virar,Amaya puxa sua arma para causar outra distração:
- MEU DEUS COMO VOCÊ É INGENUA AMAYA. EU DEVERIA TE MATAR AGORA MESMO! - Juliano aponta a arma para ela e puxa o gatilho, nada acontece.
- O que? - Diz ele verificando o revólver.
Mas atrás dele surge uma voz que o surpreende, logo após sentir o toque frio em sua nuca:
- Oi, Juliano...
Era a voz de Ângela, e ao Juliano se vira devagar de frente para sua esposa:
- Então era um plano de vocês duas? Parabéns.
- Foi o plano de nós três. - Disse Firmino ao surgir por trás dele o acertando na cabeça com pedaço de madeira pesado.
°•∆•°
Depois de muito tempo Juliano acorda amarrado com um saco em sua cabeça, ele era arrastado pela grama molhada e pelas pedras, ele tentava gritar mas sua boca estava amarrada. Quando eles tiram o saco se sua cabeça e a faixa de sua boca, ele diz sarcasticamente:
- Não era assim que eu achava que ia morrer. - Diz ele olhando para Firmino e para Ângela.
Quando ele olhou em volta ele se viu de frente para um grande lago escuro. Só dava para ouvir o som da água, pois não havia lua no céu para iluminar. Ele olhou aflito para os lados procurando Amaya, mas ele não a encontrou:
- Onde está Amaya? - Perguntou ele aflito.
- Ela não quis assistir sua morte. - Disse Firmino totalmente sério. - Mesmo se ela quisesse ela não poderia...
- O que ela foi fazer? - Indagou ele novamente, não obtendo resposta, ele indagou novamente. -O que vão fazer comigo?
- Eu poderia lhe dar um tiro na boca. Mas eu não quero me sujar com o seu sangue... Mas voce não se importava em se sujar de sangue. Me diga, como pode dormir com o histórico de mortes de escravos que você tem?
Juliano apenas não disse nada.
- Nesse lago, você afogou alguém, você lembra? - Completou Firmino.
- Eu não me lembro. - Respondeu Juliano com receio.
- Esta explicado. Você mata como se fosse insetos do seu jardim! Você mata como se fossemos lagartos e pequenos animais... Você tentou me afogar aqui, você queria violentar Amaya aqui. Mas hoje sua vida acaba aqui. - Falou firmino levantando juliano pela gola de sua camisa. - Ultimas palavras?
- Ângela não... quer... me - me... falar nada? - Respondia ele sem ar.
Angela apenas se aproximou e chegou perto dele falando:
- Se não for você. Poderia ser eu... Eu espero que você queime no fogo do inferno. - Disse Ângela sem pestanejar.
E assim Firmino coloca o saco na cabeça de Juliano e quebra as pernas do mesmo, logo após o joga no lago profundo. Aonde ele deixa seu ultimo folego de vida.
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Fiction HistoriqueVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...