Com climas pesados, olhares de ódio, desaprovação e medo do futuro improvável. Amanheceu Mais um novo dia na fazenda dos Oliveiras, o fluxo de Escravos fugidos diminuiu drasticamente depois da notícia sobre Amaya ser escrava do Sargento Santana.
Esse era o assunto da cidade... Ninguém podia crer que Carlos ia vender Amaya, os boatos, mentiras e fofocas rolavam na boca do povo.
- Sinhá Helena, Sinhô Carlos Oliveira, Linda manhã, não é mesmo? - Disse Santana entrando todo fardado com um uniforme que lhe coube Muito bem.
- Bom dia, Sargento... - Disse Juliano em tom de deboche, sem olhar no rosto de Santana.
- Bom dia Juliano. - Disse Santana tentando ignorar o deboche de Juliano.
- Bom, aonde está o dinheiro sargento? - Disse Carlos se levantando de sua cadeira.
- Está Aqui! - Disse Santana estendendo um saco cheio de réis.
- É um prazer fazer negócio com você, Sargento...- Carlos sorriu de forma simpatica. - Fique, Fique para o café, depois pode levar a escrava.
- Seria uma honra! - Disse Santana radiante.
Nada iria estragar o dia do Sargento Santana.
Os Oliveiras se sentaram a mesa, junto com Santana...
- Por favor Sargento, seja caridoso com minha pobre Amaya... Eu tenho um enorme carinho por ela... - Suplicou Helena.
Santana encara Helena e depois se vira encarando Amaya, analisando ela por inteiro.
- Como a senhora quiser. - Santana falou calmamente.
Amaya o olhava, não saber o futuro lhe sufocava.
- Está tudo bem Amaya? - Disse Juliano acabando com seus devaneios.
- Está sim Juliano. - Disse Amaya voltando analisar Santana por inteiro.
Os suspiros pesados de Amaya eram perceptíveis e os olhares também.
°•∆•°
- Quer ajuda para subir no cavalo Amaya? - Perguntava Santana calmamente.
- Eu acho que consigo...- Disse ela dando um grande impulso e subindo em cima do cavalo.
- Adeus! - acenava de forma simpática Santana colocando seu Chapéu e subindo em seu cavalo.
Os cavalos dos dois andavam um do lado do outro, quando passaram pela cidade, só via olhares de todos os tipos e borburinhos de todos os timbres.
°•∆•°
- Ahh, Amaya, Bem Vinda! - Disse Santana abrindo as portas de sua grande e enorme casa.
- Obrigada. - Dizia Amaya ao perceber que a casa de Santana era tão grande quanto à casa dos Oliveiras.
- Os criados vão te ensinar o que você deve fazer, eu volto no fim do dia, assim que chegar me espere. Precisamos conversar.
- Sim, senhor. - Disse ela se retirando.
Amaya conheceu a todos, cozinhou, limpou, até a chegada de Santana.
Aonde Santana foi recebido por um de seus criados:
- Como Vai meu Sinhô?
- Vou bem Cabeça, vou bem. Aonde está Amaya?
- Na cozinha sinhô. Quer que eu a chame?
- Não, Não, eu vou tomar um banho antes. Deixa que eu a procuro. - Disse Santana subindo as escadas que dão direito para o andar dos quartos.
°•∆•°
- Amaya, nosso Sinhô acabou de chegar. - Afirmou Cabeça tirando Amaya de seus Devaneios
O coração de Amaya disparou.
- Mas já? Eu, eu... Ai meu Deus!
- Pra que tanta afobação menina? Santana não morde! - Ria Cabeça.
°•∆•°
Santana deveu as escadas já limpo e vestido com uma blusa branca e calças um pouco mais largas.
Desceu sem demora em direção a cozinha aonde Amaya o esperava sentada de costas para a entrada aonde ele entraria.
- Amaya? - Disse ele bem Próximo dela.
- Senhor? - Disse ela com a voz trêmula.
- Já comeu? - Perguntou ele se aproximando novamente.
- Sim senhor! - Disse ela se afastando.
Parecia que qualquer palavra que Santana falasse Amaya tremia, seria medo? Ou não?
- Preciso Conversar com Você... - Cada palavra ele se aproximava.
- Mas é Claro! - Disse ela assustada se afastando dele.
- Eu tenho uma proposta para Você.
Amaya engoliu a seco.
- Uma Proposta?
Obrigada pessoal pelos comentários da "votação"! Vocês são demaisss ❤️
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...