Ah, Meu Deus.
Como minha vida saiu da paz, para um caos instantâneamente?!
Bom, Saudações.
A vocês, ou a você que está lendo os meus mais profundos e íntimos pensamentos.
Eu e Juliano não nos damos muito bem.
Desde um bom tempo.
Vamos para o início.
Meu nome verdadeiro é Felipe Campos Santana.
Minha mãe abandonou meu pai quando eu apenas tinha 1 ano. Abandonou meu pai por um português rico que dizia ter diamante direto das Minas Gerais...
Meu pai logo comprou uma escrava, por nome Maria. Ele comprou ela para cuidar de mim enquanto cumpria seus deveres como militar. E depois... Acabou se apaixonando por Maria, fazendo dela sua esposa. E depois acabou se afastando de seus afazeres militares.
Maria foi para mim, minha verdadeira mãe. Ela era muito doce e gentil, me amava realmente, e eu sentia nela o que era ser amado.
Mas um dia, Maria contraiu Malária. E morreu anos seguintes.
Foi um tempo muito difícil para mim.
Nesse mesmo período comecei minha carreira no exército.
Um tempo marcado por competições familiares entre os Oliveiras e os Santanas.
Juliano sempre me detestou porque seu pai queria que ele fosse igual a mim.
Não vejo isso como um elogio.
Carlos Oliveira achou que era vitória dos oliveiras quando...Quando fiz 19 anos meu pai sofreu um naufrágio em caminho a Portugal, me deixando toda a herança da família Santana, enquanto eu estava ainda servindo e sendo mais ativo na guarda imperial.
Aos olhos de Carlos, os Oliveiras já haviam vencido. E passou essa briga para seu filho Juliano, quando decidiu vender Amaya para mim.
Isso mudou tudo, porque sinceramente. Atualmente tenho 24 anos, me tornei um Sargento bem recentemente, um Sargento apenas com pensamentos profissionais.
Até que... Até que conheci, ela.
Amaya.
Ela estava com o olhar perdido, triste, aprisionada, eu me apaixonei instantâneamente...
Eu não me reconheço mais, e isso é MUITO BOM.
Ela me fez esquecer do mundo escuro que eu vivia, me mostrou sensações, antes nunca vividas...Eu... Eu a amo. E ela me ama.
Vamos quebrar as barreiras do nosso tempo.
Conseguindo ser à frente dele.
Do nosso tempo.
Eu não quero lutar contra Juliano. Queria poder passar por cima dessas brigas sem sentido.
Mas se ele quer fazer assim...
Então assim será.
Um novo tempo está chegando!
Para todos os cativos.
09 de Maio de 1888 - Província de São Paulo.
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...
