- Com licença Senhor Santana. - Dizia Firmino entrando pela porta junto de Rita.
- Firmino? Rita? - Perguntou Amaya totalmente surpresa.
- Pois é né? - Disse Firmino colocando os punhos fechados na cintura e estufando o peito dando um sorriso. - Atrapalhei alguma coisa?
" Atrapalhou..." Pensou Santana.
- Claro que não! - Disse Amaya olhando para Santana. - Por qual motivo estão aqui? Sabem como aparecerem na cidade é perigoso!
- Precisamos de ajuda, o quilombo precisa! - Disse Rita sentando na primeira cadeira que viu.
- Por que? Juliano outra vez?! - Perguntou Amaya.
- Ora Amaya! Juliano, capitães do mato! Vendedores de escravos, entre muitos outros! - Dizia Firmino impaciente.
- Acho que o seu Sargento é o único que está do nosso lado. - Disse Rita sem os encarar.
- Isso é terrível eu sei, porém não está na hora de falarmos sobre isso. Vocês fizeram uma viagem enorme! Fora que não consigo pensar em nenhuma tática agora... Alguém tem algum plano?!
Todos negaram com a cabeça.
- Venham, Durmam no meu quarto, vou deixá-lo aconchegante para vocês! - Disse Amaya abraçando Rita.
- Aonde você vai dormir? - Perguntou Rita.
- Comigo... - Disse Santana em um pensamento alto dando um sorriso malicioso.
Amaya lhe lançou um olhar de reprovação que lhe provocou risos.
°•∆•°
- Quantos filhos você iria querer ter?
- Ah não sei! - Disse Juliano tirando as botas. - Dois no máximo!
- Que tal Quatro? A nossa casa estaria cheia! - Dizia ela passando a mão pela barriga.
Juliano observou com uma estranheza, o que ela queria dizer sobre isso?
- O que você quis dizer com isso? - Olhou ele com repulsa.
- É que a casa tá muito vazia, sem sua mãe aqui... Só isso.
Ele apenas se retirou do cômodo.
°•∆•°
No hospital, já fazia tempo que ninguém ouvia nenhuma palavra vinda de Helena. Quando um dos enfermeiros foi vê-la, o chão estava coberto de sangue, e o corpo de Helena tinha um rasgo no pescoço.
- CHAMEM OS REFORÇOS! HELENA MORREU! - Gritava ele estérico.
Ao lado do corpo moribundo de Helena, lá estava uma carta, dedicada a todas as pessoas da vida dela.
- Entreguem isso a Juliano, ele precisa ler isso... - Disse o enfermeiro pegando a carta na ponta dos dedos.
°•∆•°
O dia amanheceu e depois do café, Ângela e Juliano receberam a carta e decidiram ir a casa de Santana, para entregar a carta à Amaya.
Porém todos na casa de Santana riam relembrando coisas boas e felizes, até que uma hora bateram na porta.
- Vou atender! - Disse Amaya sorridente.
Ao abrir a porta ela deu se cara com Juliano e Ângela.
Juliano deu um enorme sorriso ao ver Amaya, enquanto Angela sorria tímida.
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...