Juliano's Vision

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Olá?
Bom, Seja quem for que está me ouvindo, ou lendo isto.
Seja bem vindo, ou bem vinda.

Eu realmente não sei.

Bom existem boatos de que sou um falso abolicionista e tudo mais... Mas eu sei. Eles não estão errados. A única razão de ter me envolvido com o abolicionismo era ela. A mãe de Amaya.

Eu não vou mentir, quando meu pai foi morto eu não fiquei triste por isso. Fiquei furioso, porque Amaya estava envolvida nisso, e eu não sabia como mostrar. 

E eu não gosto disso.

Até que apareceu Santana, para tirar o minimo de poder que eu tinha sobre ela. O mínimo de opressão que eu podia reservar para ela.

Ela nunca seria livre, apesar de ser a vontade dela e de minhas falecidas mães.

Falecidas? Ah ela tirou Helena de mim também, talvez Helena nunca foi minha mãe.

O que falar de Dona Helena? O que falar dos Oliveiras? Desta maldita família que me dá dinheiro,conforto status e poder. Mas não me dá o básico? O afeto. O meu lugar garantido e selado nesta família infame! Me deixando nas mãos de Francisca, calejadas mãos de escrava sofrida e muito amorosa.

Ah que saudade de minha mãe!
Francisca me dava doces, me contava as histórias e lendas dos Escravos, tentava me ajudar a ler... ( Apesar de não saber ler muito bem) mas ela sempre estava lá para me ajudar... É impossível conter o sorriso quando falo dela.

Ela me arrumava para os grandes eventos.
E quando disse que queria ser um advogado, ela foi a única que me apoiou!
Graças a ela. Somente a ela.

Eu não vou mentir. Eu tenho consciência das coisas que faço, sei que piso em suas doces memórias quando toco em Amaya ou tenho um pensamento libidinoso ou psicopata.

Mas me desculpe minha mãe! Não posso deixar tudo agora.

Ângela? O que status, riqueza e interesses não 'possa juntar duas almas em o mais patético e morallista matrimônio? 

Santana? Ódio.

Nunca gostei dele.

Meu pai usava ele para me diminuir.

"Mas os Santanas tem um filho que está no exército, e você aí querendo se tornar um doutorzinho! Seja homem garoto!"

Dizia meu pai, toda vez que ouvia algo sobre Santana.

Vocês sabem o que aconteceu com os Santanas?

Não?

Vocês nunca se perguntaram porque ele vive sozinho naquela casa enorme?

Não mesmo?

Bom, eu espero que um dia ele fale a vocês.

Eu não sou o vilão aqui!

Eu realmente não sou... Não sou um vilão caricato, que  conta seus planos para os bonzinhos e acaba preso no final. Eu sou real. Eu posso ser algum amigo seu, um conhecido... Colega... Ou talvez eu e você que está lendo não tenhamos nenhuma diferença de conduta.

Então por que insiste em me rotular? Se posso ser igual a você?

Todos querem ser como os bons. Os que não, cometem erros. Sou mais humano do que pensa. O livro te leva a acreditar que sou mau... Talvez o livro seja um espelho e eu o seu reflexo?

Firmino? Rita? Inúteis e descartáveis.

Só de lembrar desta cena, de Firmino sendo castigada uma vez, por ter sem querer quebrado o vazo caro.

É de pura satisfação.

Ele chorando porque as correntes perfuravam e machucavam suas mãos de criança.

E agora que está casa é minha.

Sou eu que faço as leis!

Mas que maravilha...

Vamos ver o que vai acontecer agora...

Mas uma coisa eu vou deixar claro.

Se somos vilões ou não, depende de qual visão você está vendo... Vou atrás do que é meu, vou esmagar Amaya como um besouro nojento. E vou seguir com minha vida. Alias, é assim que a sociedade funciona não é mesmo? É a lei do mais forte.

À FRENTE DE SEU TEMPOOnde histórias criam vida. Descubra agora