O dia já havia amanhecido a muito tempo, de todos os lados Todos corriam para alguma coisa, alguns para fugir, outros para o grande casamento. Garanto que desta loucura de preparativos, de senhores e Escravos... Ninguém escapava...
- Juliano Oliveira, aceita Ângela Christina De Albuquerque como sua legítima esposa? Prometendo diante de Deus e os homens, amar ela, respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença?
- Aceito senhor padre.
- E a senhorita Ângela? Aceita Juliano Gomes Oliveira como seu legítimo esposo? Prometendo diante de Deus e os homens, amar ele, ser obediente, submissa a ele, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença?
- Claro Senhor padre! Eu aceito.
- Com o poder concedido a mim, eu vos declaro Marido e Mulher... O noivo pode beijar a noiva! - Disse o padre todo contente.
Juliano deu um breve selinho nos lábios delicados de Ângela. Ah, Ângela estava serena! Linda e delicada. Seu véu que ia da cabeça aos pés, seu vestido bordado com tanta delicadeza, jóias e tiaras que exploravam sua beleza natural. Seu buquê
Feito das mais diversas flores. E Juliano com seu terno preto com um colete da mesma cor. Gravata branca com uma blusa da mesma cor. Mangas brancas se destacavam. E uma linda flor como enfeite...°•∆•°
- Eu vou sair, você ficará bem? - perguntou Santana.
Santana estava trajado modestamente, em um terno vinho que contratava seus cabelos e e sua barba ruiva.
- Eu vou ficar bem... - Sorriu Amaya fracamente.
Santana saiu e logo subiu em seu cavalo cavalgando até a fazenda dos Oliveiras, enquanto o sol ainda não se pôs. E ele não era o único, nos lados do fundo da casa do mesmo, corria Amaya com uma cesta cheia de coisas para a fuga de Firmino e Rita.
Ambos Santana e Amaya chegaram no início da noite. Chegando Santana a festa do casamento de Juliano e Ângela foi recebido pelo noivo.
- Que bom vê-lo sargento! Vejo que está desacompanhado... - disse Juliano em um tom desanimado.
- Pois é. - Disse Santana encarando - o, já sabendo de suas intenções.
- Pode entrar... - Disse Juliano abrindo caminho.
°•∆•°
- Qual é o plano? - disse Rita aflita.
- Atraímos Carlos para cá, eu esfaqueio ele, botamos fogo em tudo isso aqui pegamos o cavalo e fugimos.
- E Amaya? - Disse Rita à olhando.
- Eu vou garantir que ninguém veja, e que tudo aconteça conforme o planejado... - Disse Amaya.
Depois de algum tempo, Rita entrou sorrateiramente na festa, chamando a atenção de Carlos, que logo a seguiu para saber o que Rita estava insinuando.
- Ah escrava exibida! O que quer?! - Disse Carlos falando pelos corredores dos fundos da casa grande.
- Pensei que já que Amaya não veio poderíamos... Aproveitar!- Olhou ela para Carlos com malícia.
- Ah, Vem cá! - Disse Carlos correndo atrás de Rita até o lugar aonde Juliano planejava encontrar Amaya.
- Vem cá! - Chamava Rita Já dentro de uma espécie de cabana.
Quando Carlos entrou, Rita havia sumido e em um só golpe Firmino enfiou uma peixeira em seu crânio, fazendo agonizar até morrer.
- VAMOS RITA JOGUE A CACHAÇA NELE! E EM TODO ESTE LUGAR! PRECISAMOS QUEIMAR ISSO! - Disse Firmino aflito.
- Já estou indo! - Disse Rita enquanto jogava cachaça no corpo de Carlos que ainda agonizava.
Depois de ter jogado toda cachaça que tinham pela "cabana", Firmino pegou o fogo de uma das lanternas a óleo e tacou na "cabana" fazendo um grande fogaréu. Que logo o cheiro, o som e a luz chegaram a casa grande.
- Que cheiro é esse? - Disse Ângela a Juliano.
- É FOGO! - Disse Juliano apavorado. - FIRMINO, VÁ VER O QUE ACONTECEU!
E nada de Firmino aparecer.
- PAI? - Dizia Juliano aflito.
- CARLOS? - Disse Helena com medo.
- EU VOU VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO. SARGENTO, VENHA COMIGO! - Dizia Juliano energicamente.
Todos eles correram para o lugar aonde o cheiro vinha, eles viram o fogaréu, e logo ouviram gritos e sons de cascos de cavalos correndo.
- SÃO OS MEUS ESCRAVOS! ELES ESTÃO FUGINDO! FAÇA ALGUMA COISA SARGENTO! - Disse Juliano com toda sua fúria.
Santana foi atrás de seu cavalo, junto com alguns outros convidados. Mas não conseguiram alcançar os escravos fugidos e no mesmo instante desta tragédia, a festa acabou... E todos retornaram as suas respectivas casas.
°•∆•°
Algum tempo antes...
- Vamos Rita! Vamos Firmino! O cheiro e o som do fogo crepitando já se espalha! Venham subam neste cavalo que peguei do celeiro de Juliano. Subam e fujam! Boa sorte! Talvez um dia a gente se encontre com muita sorte! - Disse Amaya aflita.
- Sentirei saudades... - Disse Firmino dando um abraço forte em Amaya, que o retribuiu.
- Ninguém segura Amaya, a escrava teimosa! - sorriu Rita envergonhada, enquanto dava um abraço forte em Amaya.
- Adeus... - Disse Amaya sumindo pela mata correndo para chegar antes de Santana em casa.
Na correria, enquanto Amaya passava árvore por árvore já estava no meio do caminho quando ouviu os gritos incessantes de Juliano.
E o choro escandaloso de tristeza de Helena, mas que aparentemente não pareciam ser dedicadas ao seu falecido Marido."Eu não o matei sinhá Helena, saiba disso..." Pensava Amaya silenciosamente.
°•∆•°
Amaya chegou na casa de Santana pelos fundos,o mesmo esperava por Amaya ansiosamente, quando ele escuta um barulho na cozinha e vai verificar. .É Amaya...
- Amaya. Aonde você estava todo esse tempo? - Disse ele arqueando uma sobrancelha.
Amaya engoliu a seco e com os olhos arregalados tentou formular uma resposta.
HMMMM o que será que vai acontecer?
Kkkkkkk 💕
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À FRENTE DE SEU TEMPO
Historical FictionVamos Voltar. Deste exato momento, até o final do Século XIX. Para ser exata, Março de 1888. Ano da Abolição. Vamos observar, viver, e sentir a vida de Amaya, uma escrava negra que foi agraciada pela vida e condenada pela sua posição social, pelo se...