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Nathan não sabia o que estava fazendo, mas não seria a primeira vez na semana

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Nathan não sabia o que estava fazendo, mas não seria a primeira vez na semana. Ou talvez na vida.

"Que foi que você 'tá me encarando?" Nathan resmungou para a yorkshire que o acompanhava. Ela inclinou a cabeça para o lado. "Vai zoar da minha cara também? Que nem todas as fêmeas desse mundo?"

Brutus soltou um choramingo. Nathan arregalou os olhos, lembrando-se de que ela era só um filhote. A pegou no colo na mesma hora, sem se controlar na sessão de amor, pois Brutus era uma filhotinha fofa e filhotinhas fofas não deveriam chorar por conta dos seus donos negligentes.

Ela o lambeu, como uma recompensa por ele ter aderido à sua chantagem emocional.

"Desculpa, você é uma garota boazinha. Você é a melhor garota do mundo inteiro, e eu não deveria reclamar de você."

Então, uma risadinha familiar fez Nathan paralisar.

Ele olhou para cima, vendo Miguel e Ana Júlia os encarando. Ana Júlia não parecia tão contente, já Miguel estava com o mesmo sorrisinho travesso das últimas vezes que se encontraram e não estava possesso com Nathan.

Ele só tinha dois modos?

"Você não viu nada." Nathan exclamou, tentando soar ameaçador com a voz quebrando como se estivesse na puberdade, largando Brutus no chão. A cachorrinha nem ligou, correndo para cumprimentar sua rival.

Naquele dia Ana Júlia decidiu brincar de desprezá-la. Talvez assim pudesse vencer a batalha e fingir que não estava, de certa forma, animada para rever Brutus.

"Claro, nem ouvi também." Miguel continuou rindo, sentando-se ao lado de Nathan. Nem parecia que os dois estavam brigados. Bom, mais ou menos.

Ele usava uma calça jeans negra e uma camiseta, larga como todas até agora, branca com mangas tom de anil. Até mesmo o casual dele era mais bonito e melhor que o de Nathan.

Bom, o jeito que Nathan se veste poderia ser pior: Ele poderia ser um usuário de sandálias masculinas. Ou crocs. Essas desonras não tinham perdão.

"Você demorou." Nathan comentou de forma muito inteligente no primeiro silêncio que apareceu.

Miguel o olhou confuso.

"Mas agora que é meio dia." Miguel mostrou seu celular. "Como assim demorei?"

E foi nesse momento que Nathan percebeu que estava em pânico. E que era muito ruim com as palavras. Enfim, uma coisa levava à outra, não necessariamente nessa ordem.

"Hã... Hãã... Hããã..."

Miguel apenas o olhou incrédulo.

"Você... Há quanto tempo você 'tá aqui?"

"Não muito!" Nathan mentiu descaradamente. Miguel o olhou preocupado. "Puta merda..." Nathan resmungou, quase desistindo de tudo, colocando a cabeça sobre as mãos e abaixando o rosto. "Eu... Eu não consegui dormir."

Peixes Fora do Aquário (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora