049.

45 7 0
                                    

NA: ALOHA

Eu estou mais viva do que nunca, e vim aqui para encerrar a fic de uma vez. Chega de sofrer esperando por atualizações, agora vocês vão receber tudo de uma vez, como vocês merecem  ♥. Vou deixar os agradecimentos para o final da fic de fato, mas eu quero, antes de tudo, agradecer por todo mundo que acha PFDA válida de se ler e não desistiu de mim ainda. Espero que vocês estejam se cuidando nessa quarentena, por que eu sofri bastante e esse foi o motivo principal da minha demora pra terminar a fic. E, mais importante ainda, quero desejar um feliz mês do orgulho para todo mundo!Sem mais delongas, vamos de finalização de temporada


xxx


Desde o primeiro ano Roger e Nathan conseguiam conciliar o tempo (bem curto, vale dizer) dentro da faculdade para comerem juntos, geralmente nas terças ou nas quintas – ou em ambos os dias. Poderia acontecer uma vez por mês, uma vez por semestre, várias semanas em sequência; tudo dependia do quão caótica a vida estava no momento.

E, no momento, Nathan se encontrava enterrado dos pés à cabeça no caos e ainda precisava voltar à realidade.

Ele se esforçava para ouvir de verdade e registrar o que Roger dizia, pelo menos tentar ser um amigo decente enquanto seguiam para a lanchonete da Engenholândia. Cada parte do campus possuía o próprio restaurante universitário e uma lanchonete, ambientes completamente diferentes que, com toda a certeza, são os mais visitados dentro da faculdade, superando as bibliotecas ou até mesmo as salas de aula.

As lanchonetes sempre fediam à burguesia, não passando de uma empresa privada alojada dentro da faculdade como uma parasita, roubando todo o dinheiro dos universitários tolos que só querem tomar um chocolate quente e comer um pão de queijo.

A da Engenholândia tentava reproduzir uma daquelas lanchonetes americanas dos anos cinquenta, mas apenas ficava no tentar, pois falhava miseravelmente. Os assentos unificados possuíam estofados velhos e desconfortáveis; havia espaço demais que não era bem aproveitado ou decorado; o teto era baixo como se fosse cair junto das paredes em cima de você a qualquer momento, e o local inteiro precisava urgentemente de uma pintura nova.

Era o lugar preferido dos meninos no campus, só não superava os laboratórios.

Roger e Nathan nunca comeram no restaurante universitário e não tinham o interesse. Se você nunca conheceu o conceito de "restaurante universitário", deixe-me apresentar esse local mágico agora, pois é possível que nunca o conheça pessoalmente, mesmo sendo algo visado por lei em todas as faculdades públicas do país.

O restaurante universitário, ou RI como é popularmente conhecido, cobra dois reais e cinquenta centavos (o preço varia, mas não vai muito além disso) dos estudantes por um prato completo de comida, que obviamente não é saborosa ou feita com amor. E costumava ser mais barato que isso, mas a inflação é um fenômeno real, por mais invisível que pareça.

"Eu deveria olhar o Guinnes Book 'pra ver se alguém já bateu o recorde de ser expulso da sala de aula 'na graduação, por que se não, eu vou me inscrever."

Roger resmungou ao sentar em um dos bancos desconfortáveis da lanchonete, mas que era melhor que os unificados, à frente do balcão de atendimento. Colocou a mochila pesada sobre o chão após retirar um papelzinho do bolso, entregando para a atendente de cara fechada do outro lado, sem trocar nem uma palavra.

Nathan fez o mesmo, sempre agradecendo mentalmente pelo sistema de fichas que evitava interação social além do necessário. O pedido de ambos já estava bem especificado nos papeizinhos que sempre compravam mais cedo, para não terem que enfrentar a fila que se dobrava no momento.

Peixes Fora do Aquário (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora