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MARGOT

Domingo, dois dias após minha chegada e a bomba de realidade em minha cara, decido enfrentar de frente Oliver.

Levanto da cama, tomo meu café e me arrumo para ir ao seu apartamento.

Coloco uma calça preta, meus tênis all stars é uma blusa qualquer. Deixo meus cabelos soltos, faço uma make apenas para esconder a cara de quem chorou para um caralho.

Estava pegando as chaves quando meu celular vibra. Pego e vejo que é o aplicativo do banco. Quando abro, quase caio para trás. Está depositado em minha conta 1 milhão de dólares.

- Porra. - exclamo

Eu agora tenho dinheiro para dar e vender. Decido descer, ainda com as pernas bambas e pegar o táxi.

No caminho até seu prédio penso no que falar para ele. Minhas mãos estão suando, minha boca seca e no meu estômago tem tantas borboletas do que no jardim do Éden.

Óbvio que irei primeiramente agradecer a quantia ultra generosa que me foi depositada. Estou com um sorriso tão grande na cara que minhas bochechas chegam doem

O táxi para em frente ao seu prédio. Sigo reto, direto ao seu elevador particular. O porteiro já me conhece desses um mês ao qual frequentei aqui. Tenho até a senha de sua cobertura.

Com o passar dos números no painel do elevador, eu vou ficando nervosa. Me bate uma vontade de vomitar sem igual. Respiro fundo e me encaro no espelho.

Não posso dar para trás agora. Vivemos momentos tão bons. É vai ou racha. Oito ou oitenta.

O elevador para e eu obrigo minhas pernas de gelatina darem um passo até sua sala.

Não há ninguém aqui. Está tudo na mais perfeita ordem. Será que ele foi almoçar com seus pais? Não, pela hora ele deveria está aqui.

Olho nos cômodos de baixo; sala, banheiro, cozinha e nada. Resolvo ir para o segundo andar. Abro porta por porta; sala de cinema, banheiros, quarto de hóspedes mas nada.

Foi quando eu parei em frente sua porta. Um único salto preto de fundo vermelho em frente à mesma me faz engolir em seco.

Com toda a força que não tenho empurro a porta que já está aberta e entro. Olho ao redor mas o que chama minha atenção mesmo é a cama. Lá, deitada nela estão Oliver e Sabrina Mitchell, nus dormindo. Ele com a mão em sua cintura e ela praticamente em cima dele. Os lençóis tapando poucas partes dos seus corpos.

Aquilo é demais para mim. Saio rapidamente do seu quarto. Desço as escadas com os olhos transbordando em lágrimas. Passo pela sala a caminho do elevador mas paro perno da mesinha de centro. Mexo em meu bolso e retiro de lá o anel que ele me deu, coloco ele na mesinha e enfim saio do seu apartamento.

Pego o primeiro táxi que vejo pela frente e de dentro dele mesmo ligo para minha amiga.

- Alô?

- Amiga, já era. Ele realmente me destruiu. - digo aos prantos e deixo meu celular cair em meu colo sem ao menos ouvir o que ela me respondeu

Encosto minha cabeça na janela e choro, por tudo e por todos os sentimentos que estou sentindo, que vem e vão.

- A senhora está bem? - pergunta o taxista

Confirmo com a cabeça

- Para onde a senhora deseja ir.

Inferno. Penso.

Reflito minhas opções, eu só quero sumir por um tempo. Quero por a cabeça no lugar, quero viver por mim agora que já não tenho mais nada

- Aeroporto, por favor.

- Aeroporto, por favor

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Xxlys

MargotOnde histórias criam vida. Descubra agora