OLIVER
Pai.
Eu sou pai.
Tenho uma filha.
E ela é a coisa mais linda desse mundo.Ver Margot naquele hospital, depois de passar por tudo o que eu passei foi assustador. Eu não esperava, e pela cara que ela fez ao me ver, ela também não.
Eu queria gritar com ela, bate em alguma coisa para descontar toda minha raiva. Mas quando meus olhos foram de encontro aquele minúsculo ser de olhos tão azuis quantos os meus, eu me desarmei.
Ela é perfeita.
Agora estou aqui, a caminho da casa dos meus pais, dentro de um táxi com um fodido sorriso no rosto.
- Filha. Eu sou pai. - esfrego meu rosto - Caralho
Quando eu poderia imaginar uma coisa dessas? Depois de quase morrer naquela batida de carro, eu ganho o maior presente que poderia receber.
E reencontrar Margot, porra. Saber que ela está bem. Estou realmente muito aliviado.
O táxi para em frente à casa dos meus pais e eu desço. Entro em casa e encontro meus pais sentados na sala. Meu pai assistindo jornal e minha mãe falando alguma coisa com ele que está sendo ignorada com sucesso.
Ao me notarem, minha mãe vem ao meu encontro e me sento na outra poltrona de frente para eles.
Fico em silêncio, apenas refletindo isso tudo e pensando em como contar.
- Eu sou pai. - começo - E minha filha é linda mãe. Ela tem os meus olhos. - falo já sentindo meus olhos ficando vermelho das lágrimas que prendo
- Nos conte essa história direito Oliver. - diz meu pai
- Margot disse que foi para o Brasil, assim que aconteceu tudo. E ela descobriu da gravidez lá. Disse também que até pensou em ligar, mas dai viu as notícias de que a Sabrina estava grávida e tirou suas próprias conclusões e resolver não falar nada. - solto e passo as mãos em minha calça jeans porque elas estão suando
- Mas isso não justifica nada. Você é o pai. Ela deveria falar, mesmo que você não quisesse ou sei lá. Ela deveria ao menos comunicar. - minha mãe se levanta
- Por um lado eu entendo o lado dela. Eu a magoei muito mãe. - encaro minhas mãos
- Quantos meses ela tem?
- Quase sete. Ela é linda mãe, muito linda. - sorrio - Margot disse que ela só fez o favor de carregar no ventre e dar um pouco mais de cor a sua pele e cabelos porque de resto ela é toda eu mãe. - digo todo bobo
- Vó. Eu sou vovó. - minha mãe fala toda boba - quero conhecer ela.
- Margot disse que ela é tranquila. Dorme bem a noite e só acorda muito cedo para mamar. - suspiro. - Quem diria, depois de passar por tudo isso. De quase morrer, eu reencontro Margot e agora descubro que tenho uma filha.
Recebo um tapa na nuca.
- Isso é para você tomar jeito. - fala meu pai
- Deve ser Deus te dando uma segunda chance. - minha mãe sorrir em meio às lágrimas
E eu acabo por sorrir também.
- De vida ou com Margot? - pergunto na dúvida
- Quem sabe? Agora é com você. - da de ombros
Será?
Não!
Eu amei ela, não posso negar mas também a magoei. A encontrei hoje e tudo está tão diferente.- Mas quando poderemos ver nossa neta? - pergunta meu pai
- Não sei. Irei visitá-la amanhã pela manhã. Também tenho que passar no escritório. Colocarei meu sobrenome nela. Margot provavelmente vai deixá-la em casa amanhã o dia todo depois da febre que teve hoje devido à longa viagem de avião que fizeram. Vocês podem ir lá, se quiserem. Eu os levo, qualquer coisa.
Janto com eles e sigo para minha casa onde me tranco em meu quarto e reflito sobre tudo que aconteceu hoje.
Passei por um acidente de carro grave e somente tive uma leve luxação em meu pulso e leves arranhões. Embora eu tenha chegado desacordado no hospital. A mulher que eu amei, reaparece do nada e com uma filha minha.
Uma filha linda, perfeita e que será muito amada pelo pai.
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Xxlys