Capítulo 40

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  Havia passado uns dias desde que chegamos a França, sem ligações e nada de reclamações da empresa, foram dias em paz e já achei incrível. Anna e eu desde que acordou fizemos muitas coisas e ainda quero fazer tanto com ela, visitar muitos lugares, bares e até mesmo teatros com orquestras ótimas. Enquanto treina pesado para se tornar quem tanto quer, a sua determinação me deixa feliz e ver que está conseguindo é muito bom, a cada dia sua pontaria e resistência aumentam, pouco mais aumenta, acabo por ignorar todos os meus pensamentos sobre o "por que" passo a ignorar as perguntas da minha mente. Agora enquanto Anna dorme no quarto bato num saco de boxe na sala de treinamento do apartamento que estamos ocupando, descontar a minha ansiedade de algo que ainda não sei o porquê me sinto ansioso, é ótimo algo para socar, apenas desconto tudo no pobre saco. Pelo canto dos olhos vejo que Anna está sobre a porta, com uma xícara, paro a observar, tento regular a minha respiração olhando para a mulher à minha frente, tenho que aceitar que Anna dormiu profundamente como uma menina e acordou uma mulher. Me olha de um jeito diferente enquanto anda em minha direção, a xícara de chá foi posta ao chão e suas mãos pequenas a minha bochecha, depositou um beijo nos meus lábios calmo e sem tempo para parar, a puxo para perto de mim aprofundando ainda mais nosso toque, sinto arrepios na nuca, não agora. Nos separo e assim como eu, está ofegante, não protesta, apenas se abaixa e segura sua xícara, me olha novamente e sai da sala, está mexendo comigo, onde está o Harry que a puniria agora por isso? Deixo as luvas de lado e subo atrás da menina, assim que entro no quarto não a vejo, suspiro derrotado e retiro a minha roupa indo a casa de banho atrás de uma água gelada. Deixo que caia sobre meus cabelos e aproveito para fazer a barba que insiste em nascer. Depois de limpo deixo uma toalha a cintura e saio do quarto. A minha frente no meio da cama Anna veste uma lingerie vermelha de renda. Observo que em cada lado da cama tem uma corda, o que está a fazer? Seu corpo vem até ao meu e sinto ser puxado por ela, a toalha que está presa a minha cintura é jogada para algum canto, sou empurrado a cama e uma das minhas mãos é presa pela corda, olho atento e não protesto em nada, a luz é apagada e apenas as velas que estão acesas iluminam pouco o quarto, meus olhos são vendados e minutos depois sinto algo descer pelas minhas coxas, sei do que se trata e quando se choca com a pele deixando o formigamento, sinto uma pitada de prazer no que faz, mais algumas chicotadas e espero pelo que vem em seguida, mas apenas o quarto fica em silêncio, ouço a minha respiração e me sinto ansioso para saber o que vem em seguida, no meu peito algo queima, num choque meu corpo reage, o cheiro perfumado da vela sobe as minha narinas e sinto seu corpo perto, quando as gotas param de cair ouço a cama abaixar, é horrível não a ver e apenas esperar. Por cima de mim sinto que senta nas minhas coxas, sinto meu abdômen ser arranhado e junto minha pele se arrepia.
  — Abre a boca — faço o que pede e algo consistente é posto sobre minha língua, não demoro para reconhecer o gosto enjoativo do doce.
  — Geleia de morango — um silêncio. Fica parada e não sei o que planeja, até mesmo isso foi inesperado, quando sinto suas mãos me segurar e por dentro dela, movimentos lentos iniciam, meus olhos fechados começam a se mexer e necessito de olha-la — deixe-me te olhar — ouço sua risada baixa, seu corpo se debruça pelo meu e não sinto mais os movimentos.
  — Implora — a voz calma sobre meu ouvido me trouxe outra onda de calafrios, meu lóbulo é mordido e os movimentos continuam, mordo os lábios e tento controlar, mas me dou por vencido.
   — Por favor, Anna — novamente os movimentos param, uma música calma começa e logo em seguida a venda é tirada dos meus olhos, vejo seu corpo revestido de sombras pela iluminação das velas. Sinto que estou a pulsar a cada movimento dela e não sei para onde olhar, quando sobe a cama e vem engatinhando em minha direção suas unhas arranham minhas pernas até chegar no seu destino, sua língua quente passa por toda a glande deixando que um certo prazer passe por minhas pernas, seus olhos estão famintos nos meus, envolve sua boca por todo meu comprimento, deixando minha cabeça cair no travesseiro, estou louco para tocar seu corpo, louco para sentir ela em mim, mas me contento em reprimir gemidos e olhar o teto, enquanto minhas mãos apertam a corda que prende meu pulso. Sinto suas pequenas mãos segurarem a minha e nossos olhos se encontram, senta novamente e encaixa e quando sinto a liberdade das minhas mãos, seguro em sua cintura ajudando nos movimentos.

~*~

  Pela manhã nos olhamos no café, não sabia como me sinto perante a sua pessoa, deixar ser dominado pela minha submissa, à quanto tempo eu não era o submisso da relação? Nove anos? Não me sinto envergonhado, sinto algo que nem eu mesmo sei o que é, mas sei que a Anna de antes não faria isso, nem se quer cora ao me olhar, talvez porque evita olhar-me nos olhos.
  — O que faremos hoje? — me olha e pude sentir um desconforto da sua parte, o jeito tímido e vergonhoso que sorriu. Ainda é a mesma menina.
  — Fomos convidados a uma festa pela noite, por alguns amigos antigos meus, quero que fique bem bonita.
  — Apenas para você — não me olha e o tanto que desejo que faça isso agora.

Me desculpem a demora, estive em semanas de prova e não tive tempo de escrever, nesse final de semana público mais capítulos. Obrigada ❤️

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora