Capítulo 59

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   Meu sangue ferve num tanto que a minha unha faz feridas na pele da minha mão, à vontade de socar tudo está em mim, faz tanto tempo que não sentia tanta raiva acumulada, não pode ser! Não pode dar errado novamente, ELES NÃO PODEM ESTAR UM PASSO A FRENTE DE NOVO, NÃO.

  Ver o sorriso do filho da puta enquanto tem seu braço por cima do ombro de minha mãe, olho no fundo dos seus olhos a desejar matá-la, eu nunca desejei tanto algo assim. Ao meu lado à porta do carro de Mike é aberta enquanto alguns dos meus tios também saem dos outros carros, pude ver a surpresa em todos quando a outra porta se abriu, assim que Cris e Jensen saíram do carro, ainda não tenho coragem, permaneço no banco com todos os meus tios, primos, irmã e seguranças só redor do meu carro, se eu sair desse lugar o primeiro tiro seria na testa dela. Mas assim que o fiz, minhas mãos estavam em punhos para me controlar.

 "Não faça nada que não sabe, não deixe o ódio falar mais alto".

   Lembro-me do que Anna falou e aos poucos deixo que o ódio não transpareça por mim, apenas estamos ali todos a nos encarar, cada segurança escondido saí de trás das árvores enquanto se juntam a nós.
   — Pensou que não íamos perceber cada coisa que acontece ao redor da nossa casa? Sabíamos que chegariam — encaro Débora, pois nunca deixei de olha-la, vejo Gibson e sua esposa aparecer — Lia, você quer começar por onde? — a mesma sorrir e dá um passo à frente, todos os homens ao meu lado apontam para a cabeça de cada um, principalmente de Débora, Adrovtch encara os seus seguranças ao chão e vejo como tem uma cara de desdém a pedir que a moça abaixe a arma, porém, um barulho de um carro no final da estrada me fez estar em alerta, ao mesmo tempo, todos estavam, não esperamos por nada, não vem de mim, não vem deles, a arma ainda está apontada para mim, quando o barulho para, não sei do que se trata. Em alerta todos esperam e observam, meus homens apontando as armas para a cabeça de Lia, e ela apontada para minha, mas ao ouvir o seu gemido a observo cair ao chão com uma flecha na cabeça, meus olhos se arregalaram por saber quem seria capaz de acertar da distância e com tanta precisão. Procuro com meus olhos todos os lugares enquanto ouço Gibson a gritar que agissem. Vi que o carro conhecido por mim, apareceu e a mulher sentada atrás dele me fez ter uma mistura de ódio e raiva por ter me desobedecido principalmente os homens que juraram a proteger. Lá está ela salvando minha vida novamente. Anda para perto de mim enquanto encara todos os homens a nossa frente até seus olhos pararem em Débora, tem seu arco a mão e olha Gibson enquanto um sorriso desenha seu rosto.
  — Bonjour mon oncle — seus olhos vêm a mim e sua voz ecoa no meu ouvido — Débora não é inimiga, me avisou que todos sabiam que viriam, estava a dar informações erradas para eles, querendo descobrir algo, sua vida corre risco — olha em meus olhos enquanto olho os de Débora, quando volto a olhar Anna percebendo que em seus olhos pede para que eu faça algo enquanto da passos para trás, um pequeno 'eu te amo' saí da sua boca enquanto corre para o carro que dá ré, todos estão na defensiva, ninguém levantou arma nenhuma para ninguém, a ordem de Gibson não foi ouvida, Adrovtch observa o carro de Anna se ir "Olá meu tio" foi isso que ela disse, para ele. Olho para Henry no carro enquanto termina a ré e se vai, então começaremos.
   — Acho que a Lia começou errado — dou um passo à frente — então sabiam que receberiam nossa visita, depois de tanto tempo, vocês sabiam da nossa vinda, sabiam de mais alguma coisa? — aperto o botão dentro do bolso do meu terno, ouvindo a explosão que surge de dentro da casa e todos se viram para ver, algumas reações em choque outros a gritar, o grande claro da explosão ilumina a parte de cima da casa a explodir em cada parte que há explosivos, ouvimos um grito de um corpo em chamas cair do alto da mansão — Me desculpe Adrovtch, você já foi alguém mais esperto.
   — Acha que sua tentativa de me matar irá dar certo? — ouço sua risada e quando da um passo à frente um tiro ecoa de algum lugar dentro da mata, por trás de uma árvore um atirador, fazendo um segurança ao seu lado sair. Dou uma risada e aponto para sua casa destruída e logo ao homem caído.
   — Acho — antes que consiga terminar a frase um barulho vem da sua casa e ouço gritos, como berro em fúria, alguém fala e não compreendo, mas tiros começam a atingir a grama em nossa direção e corremos para nos escondemos atrás dos carros.

  Então aí começa tudo, Adrovtch corre com Débora e alguns dos seus homens, tiros saem das janelas da sua casa. Tento atirar no homem que corre e vejo que Débora tenta desviar dos tiros, Thomas está mais perto da mulher morena, conseguem acertar um dos meus seguranças, vários dos deles estão se espalhando pelo vasto ambiente, abro o porta malas e seguro na metralhadora que tem guardada, Mike também faz a mesma coisa, outro explosivo em algum lugar explode, por cima do teto do carro apoio a arma que atira em qualquer um que aparece na minha frente, longe vejo que Débora corre de um lado da casa para trás da mata, Anna! Ambas entram em um carro, jogo a arma ao chão segurando nas duas da minha cintura atirando nos restantes dos homens que estão correndo em nossa direção. Covarde! Correu e deixou seus homens para morrerem, estamos preparados e eles não. Não sabem o que fazer, não esperavam por isso, não mesmo. Paro de atirar me escondendo atrás do carro, percebo que Jensen está no chão, morto, sinto um aperto no peito por essa ser a última visão que terei dele, o restante dos homens que passam por mim são cautelosos, entram para o território da casa, sinto a mão de Cris no meu ombro e me levanto a encarando, respiro fundo e deixo o ar se ir devagar não está muito bom estar aqui, o cheiro é horrível, de pólvora, fogo e morte. Carros saem da parte de trás da casa, em um arranco violento.
  — O QUE SOBROU ESTÃO FUGINDO! ESSES FILHOS DA PUTA SÓ ESTÃO TOMANDO NOSSA TEMPO — ouço alguém gritar e observo os carros indo. Alguns dos meus seguranças entram no terreno da casa e vou junto a todos. Não demorará para os bombeiros chegarem a esse canto isolado, paro meus passos ao ouvir tiros, assustado e surpreso, homens a minha frente caem e muitos se escondem atrás do muro, vejo que entre os homens caídos está Pietro, pai de Gabriel, e Maven já pelo lado de dentro do muro escondido atrás de um mureta de jardim, grita pelo pai morto,  filho da puta não levará mais nenhum dos meus! Tiro as armas de mim e mesmo ouvindo a súplica de Cris para não ir vou de um lado do muro para o outro deixando que tiros saíam de dentro do cano da arma, sinto que um tiro me acerta, com a dor, caio a ouvir o grito de alguém. A dor é insuportável, tudo está turvo na minha visão, ouço tiros abafados no fundo do meu cérebro, alguém me balança, não sei quem está comigo, ouço tiros altos, cabelos negros estão no meu rosto.
   — A polícia e os corpos de bombeiros estão a caminho, levem Harry! — o grito de Mike é ouvido por mim nem claro e abafado, grito ao sentir meu corpo ser levantado, minha visão retorna ao normal e na ida para o carro vejo Débora com um rifle apoiado no carro, ao atirar o som estronda o local, uma sniper.

O carro entra em movimento e minha cabeça é deitada na coxa de Anna, a mesma me olha e vejo as lágrimas em seus olhos.
   — Fica comigo, está bem? — ouço sua voz em meio às lágrimas e sorrio.
   — Conseguimos — sorri a ela enquanto tenta estancar o sangue do meu ombro.
   — Sim, conseguimos.

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora