Capítulo 34

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   Parece perplexa em relação a minha pergunta, inquieta e perdida em pensamentos.
   — Pode mandar dinheiro e vir visitar sua mãe.
   — Mas e meu trabalho aqui, como irei arranjar outro? — sorri para ela e me ajeitei melhor para ficar de frente a moça.
   — Estou te tirando de um trabalho para mim e te colocarei em um melhor, já que não gosta desse. Preciso de uma ajuda em uns trabalhos, não quero sobrecarregar minha secretária, acha que consegue fazer isso? — a mesma me olhou nos olhos.
   — Para isso preciso estudar o tipo de coisa que quer que eu administre.
   — A vamos lá! Nem tudo se aprende de um dia para o outro, mas aprende. Suzana ficara encarregada de ensinar cada coisinha a você, assim poderão dividir o trabalho.
   — Preciso pensar — seu olhar foi aos seus dedos.
   — Sim — me levanto — se você considerar a minha proposta apareça aqui daqui dois dias, as meio dia em ponto, buscarei você para irmos. Se não estiver, eu saberei que não a aceitou.
   — Ok — sorriu pequeno, me viro de costas para a moça vendo Roland a porta do clube.

   Depois de ver que tudo está certo e não estou sendo roubado, já volto para casa, estou exausto do dia e satisfeito também. Olho minha caixa de e-mails e por um grande milagre não há nada de tão importante, apenas alguns boletos e confirmações de reuniões que já participei. Nunca pensei que moda seria algo tão complicado, espero que os dias passe rápido, não quero ficar longe de casa, aqueles homens rodeando o apartamento, já acabou a parte em que disse que não queria ser descoberto no meu "esconderijo" o que mais me deixa inquieto é não saber quem são nem o que querem, não vou pensar tanto, preciso focar nos desfiles que vão acontecer, deixo esses pequenos trabalhos para meus homens.

   No dia seguinte estou já sentado nas cadeiras esperando que o desfile começasse, avisto de longe Alessandro e Harris, grandes amigos meu. A música iniciou e o primeiro modelo entrou e foi assim até o final, quando acabou me encontro com amigos para uma festa de comemoração e algumas entrevistas.

~*~

   — E como vai sua vida? Faz um bom tempo que não nos vemos meu amigo — Bryan começou e bebo um pouco da bebida doce do meu copo.
   — Trabalhos e mais trabalhos, não vejo a hora de tirar mais férias — algumas risadas e uma mão no meu ombro, encaro Alessandro do meu lado que sorri animado.
   — A moda nunca foi algo fácil, uma vez que tendências é o que mais tem. Não é diferente com as joias, são essenciais — passamos uma boa parte da tarde e a metade da noite ali, Henry foi me buscar era pouco mais das dez da noite, não demorou em estar no apartamento e encher a cara sozinho, um, dois, três copos de uísque já via tudo embaraçado, tiro a roupa jogando para um canto do quarto e seguro a garrafa de frente à janela que me dá visão de Paris, decido que a minha noite ainda não acabou. Deixo a garrafa na escrivaninha e vou à casa de banho, a água gelada cai no meu corpo levando o álcool com ela ralo abaixo. Faço a barba e arrumo os cabelos. Olhos vermelhos e pálpebras também, só me falta sono. Volto ao quarto e procuro alguma roupa adequada para uma volta pelas ruas, opto por umas calças marrons sociais e uma blusa branca normal sem botões. Ponho uma blusa fina de frio preta e pego meu celular. Alguns flash fora do apartamento me chama atenção, não me importando com os paparazzo escondido vou para o lado ao contrário da rua, logo já vejo pequenas praças com talentos e a ótima música clássica. Dentro de um bar, o som do piano em notas rápidas entra nos meus ouvidos e o copo de bebida vai a minha boca.

   A minha atenção é tomada pelo barulho baixo de uma das mesas, de soslaio em um ato de surpresa ou algum sentimento controverso que não conheço em mim ainda, surgiu. Os Jones ou uma parte deles, território inimigo? Resolvo não dá a cara para eles, olhando apenas o espetáculo encima do pequeno palco, os pensamentos na maca de hospital e no que poderíamos estar a fazer agora se não estivesse lá. Um parque, um cinema ou a cama, o que Anna estaria aprontando nesse momento? Dormindo ou lendo? Talvez tivesse que parar de agir como um adolescente e pensar como um homem maduro, todos estão certos, Anna tem poucas possibilidades de levantar dali, e dói, dói muito tudo isso, primeiro, dói saber que não posso ter o apoio e nem confiar na pessoa que mais deveria e segundo perder a que mais amo. Levanto-me da cadeira deixando o dinheiro no balcão. Saindo do bar ando de volta para o apartamento onde estou, com o celular a ligar para Cristal, nada, apenas caixa postal. Sinceramente meus dias tem sido chatos, minha vida tem sido chata, nenhuma notícia boa, nada que me motive, apenas trabalho e mais trabalho, se tornou algo repetitivo sem vida, acordo, vejo Anna, volto, brigo com alguém vejo algo "novo" da empresa, viajo, bebo, choro e durmo. Eu, Harry Van Vitsky nunca pensei que poderia estar assim, não sou mais o mesmo e me surpreendo ter mudado tanto em seis meses, ter mudado por uma pessoa, o que antes era um processo lento, se tornou tão rápido quanto poderia imaginar. Um gole da água e do remédio encima do móvel ao lado, me deito à cama e espero por de manhã.

De volta a vida -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora