De volta a vida - Livro 2

Capítulo 54

Harry

   Anna se senta a cama afastando seus cabelos do rosto e me olha nos olhos. 
   — Porque sabia que se dissesse você iria me encorajar a não fazer, então planejei calada — manteve o contato e mantive a curiosidade de saber o que planeja — ela é uma informante dos franceses, mas nunca teve tanta coisa para contar, pedi que Thomas e Dallas fosse no meu lugar a interrogar de um jeito gentil no dia que marquei a reunião e amanhã irei eu. Não iria contar até chegar aqui, mas já que sabe — olhando agora sabia que Anna poderia sim ser mais inteligente que eu em muitas coisas, já que observou algo que não observei em tempos ali naquela empresa. Ao mesmo tempo, me faz tomar o cuidado de saber que milhares de pessoa que estão ao meu redor pode ser um infiltrado, até mesmo os seguranças que contratar e nesse pensamento me faz ter a ideia de não aceitar ninguém até que os vermes estejam mortos. Bebo a bebida do copo e me dirijo até a menina na cama, a mesma me dá espaço para que deite, agora tenho que ter um cuidado em dobro com a mesma, pois, carrega o meu herdeiro ou herdeira no ventre, um pedaço de mim e me dá mais motivos para que eu saía desse mundo sujo, não quero que meu filho cresça como eu, dentro de um ambiente tão tóxico, não quero que siga a vida que segui e se for para ser o meu herdeiro, que seja da Imperius, não do crime. 

   Pela manhã enquanto desço para o café ouço as vozes altas sabia que hoje o dia seria longo quando nem tempo para o café tive, fecharei alguns dos últimos negócios com armamentos que venho fazendo nos últimos dias, a partir do mês que vem isso não será mais problema meu, estarei aposentado do tráfico e por fim de tudo da máfia, não serei mais conhecido por isso, continuarei com meus clubes em Las Vegas e França, mas não sou da máfia, ainda serei temido por muitos, a minha família ainda será temida, o nosso nome será motivo de medo, mas não vou arriscar a vida da minha família por isso, mas se precisar ainda mato por eles.
   — Está decidido a isso mesmo meu filho? — Mike vê como estou relutante em assinar a minha aposentadoria para depois da morte dos franceses, o encaro e respiro fundo.
   — Tio, tenho uma grande influência do meu pai na Máfia, não quero que meu filho cresça igual a mim e se torne o que me tornei, aprendi agora as consequências disso, foi bom no começo, mas não quero ver a família que estou construindo ser destruída por mim morto ou minha mulher sendo sequestrada, posso estar inativo, mas se precisar apontar a arma para alguém procurando o tesouro que Anna guarda que todos querem, aponto — ouço o suspiro de Mike e o mesmo se senta na cadeira a minha frente.
   — Há sessenta anos, o avô de Anna roubou uma joia que muitos queriam, é uma grande fortuna e foi uma grande procura por todo o Reino Unido, era a joia da Rainha. O colar que Anna tem até hoje é o que abre o cofre, se todos da máfia descobrirem com quem está, vão vir, o avô de Anna foi nomeado um dos grandes mafiosos de poder por isso e então ela é a nomeada agora, quem tomar esse poder para si, além de mais zeros na conta tem uma nomeação entre o mundo da máfia, até então eles só sabem que esse nome é da família Jones, eles morrendo todos param a grande procura, aliás, quem terá essa chave? São poucos que sabem da filha desaparecida, os franceses não quiseram espalhar por esse simples fato, a grande joia junto a grande fortuna que os pais da Anna deixaram para ela, só ela pode abrir. Claro se ela não perdeu esse colar — olhando em seus olhos, vi que tudo o que acontece nesse meio da máfia não se passa de dinheiro e poder, matavam só por causa de uma mera joia? Era isso e alguns zeros na conta? Ou até mesmo uma nomeação de grande importância nesse mundo sujo? Em meio aos pensamentos nem percebi quando Mike se levanta para se retirar da sala.
  — Pera, tudo isso por dinheiro? — me levanto, Mike vira para mim — então entregarei para aqueles filhos da puta! — e por um segundo me assusto com seus olhos, o que eu disse de tão ruim?
   — VOCÊ NAO OUSA! — da um passe a frente — aquilo não tem só valor pelo dinheiro, seu pai morreu por isso! Seu avô! Pessoas morreram por alguns zeros na conta — tolos! Foram tolos! — não fale isso, você também daria sua vida há uns meses — sinto fúria, mas não me atrevo dizer nada. Mike sai, guardo o documento na pasta de modo a assiná-lo mais tarde e subo para o quarto. Ele está certo.

  Está arrumada com um pequeno vestido azul, entro em seu closet e abro sua maleta de joias, aqui estão todas menos a que vive em seu pescoço.
   — O que procura? — assim que saio a caminho até seu móvel, agradeço que está lá numa caixinha.
   — Guarde isso como se fosse o coração do seu bebê — seus olhos se arregalaram em confusão.
   — O colar que minha mãe me deu, eu nunca vou deixar alguém pegá-lo, por quê?
   — Se você souber, vai rir, achar tolice e se preocupar em dobro com todos nós, mesmo se fosse se livrar dele pelo nosso bem, seria o fim do mundo se caísse nas mãos erradas.