Capítulo 45

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   Estou deitado na cama a pensar quando a porta é batida, já iria expulsar do quarto para fora a pessoa que veio me atormentar. Mas lembrei que Anna agora está nessa casa e que esse quarto também é dela. Me surpreendeu bater na porta. — Tem um segurança no seu escritório, disse que foi ordem sua vir aqui — senta sobre a cama acariciando meus cabelos. — Você está bem?
   — Já estive melhor! — com um pequeno sorriso para ela me levanto pondo uma blusa qualquer, saio do quarto sem olhar para a menina e desço as escadas para o escritório. Vejo Henry, está de pé a minha espera. Me sento atrás da secretária e acendo um cigarro acenando para que possa se sentar. — Serei breve e rápido. Quero que a treine faça o que ela pedir, armas, espadas o que for, ande com ela para onde quer que ela vá, não desgrude dela, proteja ela. — O mesmo assente. — Ela agora é a sua única responsabilidade aqui dentro.
   — Sim senhor — olho minhas pastas e suspiro a substância tóxica para longe.
   — Você tem alguma responsabilidade fora daqui?
   — Não senhor — olho em seus olhos, frio.
   — Faculdade, família, mãe?
   — Não tenho ninguém senhor — me olha — sou apenas eu e não, não faço faculdade.
   — Esteja aqui no seu horário normal. Pode ir. — Assim que sai fico por mais um tempo no escritório, a beber e pensar no plano que posso fazer, mas preciso de Mike, ninguém melhor que ele sabe dos Jones. Apago o terceiro cigarro no cinzeiro e me levanto, a casa está silenciosa e escura, Mary já se foi há muito. Subo as escadas em direção ao quarto e assim que chego dentro dele não vejo Anna. Procuro no closet, no banheiro, nada, meu coração está acelerado até demais, a cortina balançou e pude ver a estrutura da menina sentada numa cadeira na varanda. Consigo relaxar por um minuto a caminhar até ela.
  — Você está vendo? — aponta para a estrela no céu, sem nem ao menos me olhar. Observo ela, de repente tenho um dejavú — olhe — seus olhos se encontram com os meus.
   — Só vejo uma — a menina sorri.
   — Como você não vê? — abre um largo sorriso. — Olhe mais profundo, concentre-se, ali tem milhares e milhares — ela se levanta — observe, ainda não vê?
   — Não — segura minha mão e entramos para o quarto, sou sentado a cama e minha blusa é tirada. Suas mãos começam uma massagem que confesso que precisava e muito, suspiro todo o peso do meu corpo para fora sentindo suas mãos a correr pelos meus ombros.

Pela manhã quando acordo me sinto muito melhor, Anna já não está a cama e não tem nem vestígios dela no quarto, acordou cedo? Ou eu acordei tarde? Depois do banho ponho uma roupa qualquer e deixo os cabelos secos. Desço as escadas para a sala e lá também não está, assim que viro para a cozinha me encontro com as três mulheres.
   — Mike chegará hoje mesmo — Cristal começa — bom dia.
   — Bom dia — sento sobre a cadeira e olho para a morena a minha frente. Era bom saber que Mike já estaria aqui em horas, sempre gostei do modo que levam a sério uma reunião em família. Meus tios e primos estarão aqui, cabeças inteligentes.
   — Me lembro muito bem que papai disse que eles todos moram juntos, é como uma fortaleza. — Cristal tem seu olhar na janela que leva ao grande quintal — não me lembro de mais nada. — Do que ela está falando?

  Pela tarde andei a fazer muitas coisas, como ir a empresa e cuidar de muitos documentos, boletos e a quantia de cada desfile feito há um mês. Rapidamente a imagem de Úrsula me vem à mente. Eu nunca deveria ter a tirado de lá, quis trazer para uma vida melhor e a matei! Ao voltar novamente para casa no fim da tarde encontro Anna, está a treinar o arco e flecha. Chego no momento certo de ver que acertou a maçã.
  — Henry está te ensinando isso? — Anna pega mais uma flecha.
   — Não — acerta no ponto exato do alvo. — Pedi para que me levasse na minha antiga casa — me encara — acredita que não venderam? O escritório de Otto ainda está manchado de sangue no carpete — meus olhos encontram os seus, desvia seu olhar para o alvo e penso em começar a confessar para ela o que aconteceu com o homem que devia te-la criado como um pai descente, mas antes que as palavras se forme na minha boca, continua — minha mãe, quando era pequena, me ensinou a me defender sem precisar da agressão, nem armas de fogo. O arco e flecha foi a sua alternativa de que eu soubesse mexer em algo mais letal. Não é o único que aprendeu a atirar desde os seus dez anos Senhor Vitsky — a flecha está apontada a mim, sinto o vento levar meus cabelos assim que passa do lado do meu rosto, quando olho para trás, a flecha está presa ao lado de Dallas, que encara muito bem o objeto. Sorri e ando para dentro da casa deixando a menina a treinar, agora ela sabe se cuidar. Quando passo pela cozinha, tenho que voltar alguns passos, há dez homens sentados em cada uma das cadeiras da mesa, todos de preto como sempre. Por um momento não pude evitar sorrir, era a mesma cena de quando eu era pequeno, tio Mike na ponta, e os meus tios cada um em uma cadeira, agora são seus filhos assumindo o seu lugar e eu agora, sentando no suposto canto de meu pai.
   — Foram rápidos! — sorri me sentando.
   — Falou em matar, falou na ovelha negra. — Encaro Shawn que aparece logo junto aos homens da inteligência, os cabeça de tudo.
   — Precisamos de um plano. — Vou direto ao assunto.
   — Precisamos usar o que é deles, contra eles — Annastácia entra junto a Cristal e os mesmos olhares que estou acostumado a ver se direciona para a garota. Parecem surpresos, menos Mike.

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