Capítulo 29

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   Assim que busco meu café e volto para o andar de Anna vejo uma movimentação diferente na sala, saí apenas por dez minutos, ando rápido até a sala e um enfermeiro me para. Em confusão analiso o seu semblante a fim de saber através dos seus olhos o que sente, aflição, medo, confusão e determinação, por quê? Por quem?
   — O que está acontecendo? — tento espiar, mas não consigo ver nada.
   — Os aparelhos avisaram que o coração dela parou, estamos tentando reanimá-la — o meu coração quase parou! Bate rápido, minha respiração está desgovernada, um frio no peito e na barriga, era para isso mesmo que todos estavam se preparando? Acompanho o enfermeiro ficando ao lado de fora. Olhando pelo vidro para ver que tentam a trazer de volta, seu corpo parece desfalecido, não estou preparado.

Quando saiu uns enfermeiros e apenas dois estavam lá, entrei, dois enfermeiros caminharam até mim e antes que fosse jogado para fora de seu quarto insisti.
   — Por favor, me deixem aqui — não ligo para a pressão posta no meu peito, só olho a menina na cama.
   — Por favor, aguarde lá fo... — param de falar quando ouvimos uma respiração forte.
   — Ah! — a atenção de todos no quarto foram para a maca da menina, olhos dilatados em direção ao teto, lá está o castanho morto, suas costas arqueadas voltam a descansar e novamente fecha seus olhos. Os aparelhos voltam a trabalhar e os batimentos estão regulados. Sinto que o aperto de antes não está mais em meu corpo e confuso igualmente a eles olhamos para o corpo, então viro às costas já calmo por saber que está bem, os médicos voltam ao seu trabalho enquanto me sento na sala de espera, o que aconteceu?
   — Harry — olho para o doutor e o mesmo está em pé ao meu lado, me levanto e o cumprimento com um aperto de mão — o que fez lá dentro...
   — Não fiz nada doutor — o mesmo me olha nos olhos e franze suas sobrancelhas — Anna é uma menina forte.
   — Muitos pacientes morrem em coma e ter os batimentos parados de repente e voltar, é algo que digo, impressionante, mas acredito eu que se Annastácia passar por mais uma dessas, não sobreviverá — sua mão posta ao meu ombro e um olhar cansado, me dá um último sorriso pequeno e se vai, obrigado doutor, isso é reconfortante!

   Dentro do carro estou a caminho do cabeleireiro, meus dias então sendo tão curtos, estão passando tão rápido, o tempo está voando. Pego no meu celular enquanto o semáforo está fechado e digito o número de Cristal deixando no viva voz, enquanto os bips são ouvidos dirijo entre as ruas de Londres, o dia está ensolarado, mas frio.
   — Harry? Está tudo bem? — a vontade que tenho é de colocar tudo para fora, dizer o quanto dói aqui dentro, dizer os meus sentimentos e que a todo o momento penso de desistir de tudo, por uma vez só quero estar longe e não pensar em nada e por outro não queria ser eu. — Harry?
   — Sim, Cris vai haver um show hoje, gostaria de ir comigo? — Cristal ama ir a eventos novos e mesmo que ela já tenha visto essa banda milhões de vezes, o que importa é a experiência de uma nova canção.
   — Mais é claro que quero, faz tempo que não vou a um show.
   — Ok então chegarei um pouco tarde, o dia vai ser longo, onde estão todos?
   — Tio Mike acabou de chegar, nossa mãe saiu e não avisou nada. — Saiu?
   — Tudo bem. Até — desligo o telefone e fico a pensar o que Débora tanto faz.

   Cabelo cortado, atravesso a rua para pegar o carro, mas antes que o faça, vejo que um carro preto de vidros igualmente, está parado do outro lado da rua, parece o mesmo que vi de frente ao meu apartamento, quem são? Entro no carro dando partida para minha casa, os documentos ainda estão lá, preciso deles, principalmente os de Anna.

~*~

   — Amanhã à noite vai acontecer a festa, ouvi algumas pessoas falando. — Dallas me ajuda com os documentos.
   — Isso é ótimo — agora só preciso descobrir quem são os homens do carro preto, não sei de quem se trata. Mas com certeza querem alguma coisa, isso pode ser coisa de Nick e eles podem ser os antigos seguranças de Otto, nunca os vi e nem sei qual facção anda daquela forma.
   — Harry está tudo bem? Está nas nuvens — Dallas me olha preocupado.
   — É que tem alguns homens, acredito eu me seguindo, estavam de frente ao apartamento essa manhã e depois em frente à um cabeleireiro, acha que são aliados ou inimigos? Querem algo?
   — Bom Harry, é difícil ser aliado, também prestamos atenção e são franceses, não sabemos se a mandado dos Jones — franceses? Então estão aqui em Londres.
   — Acha que aquela carta é dos Jones ou Nick?
   — É provável estarem juntos nessa — olho para meu companheiro de longa data e suspiro, guardo tudo numa maleta e a seguro.
   — Me avise quando tudo estiver pronto, quero voltar para cá logo. Não quero que saibam que tenho um lugar secreto, provavelmente vou por Anna lá para se recuperar.
   — Tudo bem ficaremos aqui. — Saio de casa e vejo que já anoitece, fiz tudo o que queria no meu dia e acho que o show será um bom passa tempo com Cristal.

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(N/A) Não esqueçam de votar, por favor. Mais tarde sairá mais um capítulo ❤️

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