Por toda a sua vida Eijirou sentiu-se incapaz e desmerecedor, tendo de lutar contra toda a negatividade em si para poder conseguir se destacar. E, por um tempo, as coisas deram tão certo que chegou a crer que sua vida continuaria nos eixos.
Então d...
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A sensação de pânico era tão potente que Eijiro sentiu como se estivesse sufocando no seco. Tudo ao seu redor estava em segundo plano, reprimido pelos sensação de angústia e pavor que se acumulavam em seu interior, comprimindo-se dolorosamente em um único momento de terror absoluto, antes de se expandir, florescendo e se arrastando por cada músculo e nervo, travando-o no mais absoluto desespero.
Simplesmente se fechou para o mundo exterior, recusando-se a falar com quem quer que fosse. A ansiedade o consumia, fazia sua pele arder, seu peito inchar, seus pulmões falharem em captar oxigênio e o coração bater desenfreado. Todos os sentidos em alerta, tentando detectar uma ameaça invisível aos olhos, buscando uma maneira de o tirar daquele limbo, arrastá-lo para fora do supremo terror que o fazia respirar de modo chiado, suar frio e tiritar. O estômago se revirava em cambalhotas violentas e ele contorcia-se ansioso por tudo e nada ao mesmo tempo.
Sem noção de tempo ele apenas tentou apagar da mente qualquer resquício de pensamento, lutando para afugentar as vozes que gritavam culpando-o enquanto o deixavam ainda mais paranóico. Elas gritavam e faziam seu peito arder, suas entranhas enroscarem e as lágrimas descerem sem controle. As mãos se fecharam ao redor do corpo, buscando um apoio, uma rota de fuga, qualquer coisa que o fizesse acordar daquela realidade.
Ele simplesmente não podia viver aquilo de novo. Estava indo tudo tão bem em sua vida, ele finalmente podia afirmar que estava se estabilizando emocionalmente. Então veio a notícia e ele simplesmente travou no lugar, sentindo o pânico arrastar etéreos dedos gélidos por sua pele como uma criatura peçonhenta, subindo até encontrar o seu pescoço e se fechar o asfixiando.
Havia questionado o diagnóstico do médico, implorado por uma solução enquanto ainda tentava se controlar após a notícia. Era para ser uma simples consulta médica, só um pequeno desvio de percurso no dia de trabalho. Estava se sentindo mal, enjoado e tonto e pediu a Denki que o ajudasse caso ele desmaiasse, o que realmente quase aconteceu uma duas vezes. Esperava que fosse apenas uma desidratação ou talvez ensolação, qualquer coisa do gênero, mas nunca aquele diagnóstico, simplesmente não podia aceitar.
- Não há erro algum, todos os exames deram compatível para gestação. - o médico, um beta de meia idade de olhar amuado informou sem nenhuma emoção, quase como se fosse algo trivial.
Eijiro exigiu que os exames fossem refeitos, contestado-os um a um até que eles trouxeram a maldita máquina de ultrassom e não houve mais como ignorar a verdade.
Naquele momento o pânico assumiu cada nervo de seu corpo, o aperto em seus pescoço simplesmente tornou-se insuportável e ele vacilou pela primeira vez em anos. Os dedos eram longos demais e fizeram um estrago não somente em sua jugular como em todo o seu interior, como se revirasse os órgãos a esmo.
Sufocado, Eijiro olhou para o médico com o mais puro terror e, tomado pelo desespero absoluto, o agarrou pelo jaleco e comandou.
