Perdão pela demora. Foi difícil betar por motivos de: meu coração se partia toda vez.
Definitivamente ele era um fracasso.
Incapaz.
Incompleto.
Os rumores de que o herói Red Riot estava falhando em seu trabalho se espalhavam rapidamente. Não que o culpassem por etsra sendo falho, na verdade a mídia e os cidadãos estavam sendo surpreendentemente empáticos consigo, cientes de que suas falhas e declínio de habilidades e força se davam por culpa do alfa que o marcou e abandonou com uma criança, seguida pela intimação do Conselho Tutelar.
E estavam certos, principalmente sobre o segundo tópico.
Por mais que tentasse, Eijirou se sentia incompetente demais para lidar com qualquer trabalho, fosse a contenção de marginais ou mesmo um simples escolta e patrulha. Estava sempre indisposto, desatento e cabisbaixo, andando sem rumo e perdido como se não tivesse mais alma. Olhava o relógio quase de minuto a minuto lembrando dos horários do filho sentindo o coração apertar ao se lembrar que Takeshi não estava mais consigo. Ômegas geralmente retornam ao trabalho quando a cria alcança os dois anos, recebendo uma licença específica para se dedicarem aos filhos e evitarem taxas de desenvolvimento anormais. Como Eijirou já não tinha mais a guarda de Takeshi seria uma afronta e um atitude nenhum pouco máscula permanecer inativo naquele período. No entanto estava sendo de muita pouca valia para sua agência estando desatento e melancólico.
Sem o filho, seu dia perdia o propósito, deixando-o desnorteado e confuso. É inaceitável um ômega se propor a criar uma criança sozinho, porém é uma tortura inescrupulosa retirar dele seu filhote, ainda mais depois do vínculo ter se formado, algo que geralmente ocorre semanas antes do nascimento. Tudo em si clama pela cria e por isso Eijirou tem que andar constantemente com algo do filho. Assim que a ansiedade e crise de pânico o atacam ele abraça o objeto e o cheira, reconhecendo o aroma do filhote para poder se controlar.
Para o bebê o processo é igualmente doloroso, por isso as visitas são permitidas.
O ruivo contava as horas, minutos e segundos para ver Takeshi, se desmanchando em lágrimas toda vez que entrava na instituição governamental que abrigava os menores recolhidos de seus lares pelo conselho tutelar. Mesmo ao longe pôde reconhecer o choro de seu bebê, mais alto e esganiçado que nunca, controlando-se ao máximo para não correr e vencer aquela maldita distância de uma só vez. Takeshi abriu e fechou as mãozinhas ansioso a pedir colo assim que avistou o pai ômega, agarrando-se a ele e esfregando o rosto em seu pescoço, fungando o aroma familiar que lhe fazia falta. Eijirou beijou efusivamente suas mãos, bochechas, pés e cada dobrinha disponível e não o deixou nem mesmo um só segundo, aproveitando ao máximo aquele pouco tempo juntos.
— O papai estava morrendo de saudades também! — disse entre beijos, mirando os olhos rubros cheios de lágrimas e limpando suas bochechas rechonchudas molhadas e ruborizadas. Tinha a pele branquinha como a de Katsuki o que o fazia ficar ainda mais vermelho quando estressado. Takeshi se acalmou aos poucos, aproveitando o calor do colo do pai enquanto fungava e soluçava. Logo estava quieto, encarando-o com o semblante ranzinza sem de fato estar nervoso.
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Insuficiente
Fiksi PenggemarPor toda a sua vida Eijirou sentiu-se incapaz e desmerecedor, tendo de lutar contra toda a negatividade em si para poder conseguir se destacar. E, por um tempo, as coisas deram tão certo que chegou a crer que sua vida continuaria nos eixos. Então d...