Por toda a sua vida Eijirou sentiu-se incapaz e desmerecedor, tendo de lutar contra toda a negatividade em si para poder conseguir se destacar. E, por um tempo, as coisas deram tão certo que chegou a crer que sua vida continuaria nos eixos.
Então d...
E aqui estamos novamente para mexer com o coração de vocês.
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É difícil se manter de pé e são quando o universo parece conspirar contra você, desestruturando-o a todo minuto sem nenhum pingo de empatia. As provações pareciam não parar, correndo em sua direção, quer dizer, sendo arremessadas em seu rosto com brutalidade.
Katsuki sequer conseguia pensar, distraído demais com as porradas que levou gratuitamente.
- Você quer que eu chame uma enfermeira? - Shoto indagou prestativo.
Balançando a cabeça de leve o alfa negou, ainda fitando o chão. O peso da responsabilidade sobre seus ombros o empurrando para baixo, jogando-o mais em direção ao fundo do poço. Deveria ser o pilar, sua estrutura, porém, estava danificada depois de tantos abalos. Mentalmente agradeceu a presença de Shoto. Ainda que não o suportasse na maioria das vezes e tivessem suas diferenças era bom contar com a assistência dele e Deku. Ambos vieram correndo sem nem mesmo pestanejar quando finalmente lembrou-se de avisar os demais. Arrependia-se unicamente de ter demorado em contatá-los, o que não fazia diferença também, afinal tudo aconteceu tão rápido que ninguém poderia sequer culpabilizá-lo por esquecer os detalhes.
Não podia lidar com tudo sozinho ou ia surtar.
Sentia-se sufocado pela angústia enquanto aguardava o término da cirurgia. Ver o sogro saindo da ala com aquele olhar desesperançoso o quebrou de muitas maneiras, contudo não de forma tão potente quanto aconteceu com Eijiro que simplesmente desmaiou sem conseguir se conter. O desespero que se sucedeu, o medo. Inferno! Ainda podia sentir a tensão se espalhando por seu corpo ao lembrar de tudo. Felizmente o ômega estava sentado próximo ou as consequências poderiam ser piores.
Será que poderiam mesmo? Sedaram ele com tanto medicamento que não o surpreenderia se ele perdesse o bebê que esperava. Mesmo a equipe médica informando que usariam uma quantidade segura de supressores, não era garantia como eles mesmos deixaram claro. De qualquer maneira eles tinham que estabilizar a pressão dele que estava oscilando há um tempo, o aborto, segundo eles, seria a menor das consequências.
- Um quadro de pressão alta pode levar o paciente a um enfarto, é preciso controlá-la.
Doía pensar assim, porém, por mais que desejasse aquele bebê, Katsuki ainda achava que a vida de Eijiro era mais valiosa, por isso permitiu os procedimentos, sem saber se teria coragem de assumir a culpa.
As horas passavam devagar e ele se recusava a sair dali, confiando em Deku para prover seu ômega enquanto esperava.
Todoroki permanecia em seu posto com o mesmo semblante estoico de sempre, seu aroma era o único indício de conflito interno. Katsuki podia farejar a preocupação nele, marcando seus feromônios e sentiu-se grato por ele gostar de seu filho naquela intensidade.
- Kacchan.
Surpreso, o alfa se virou em direção a voz, seu semblante confuso e um tanto ansioso por encontrar Izuku se aproximando pelo corredor de modo afoito. Imediatamente se pôs de pé, temendo o que estava para ouvir.
