43 - Entorpecido

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Eis que estamos de volta à esse plot que só pisa no nosso coração ♥

Eis que estamos de volta à esse plot que só pisa no nosso coração ♥

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Era tudo tão estranho.

Diferente e ao mesmo tempo igual. Como estar cheio e vazio, sem saber ao certo como deveria se sentir de verdade. Se deveria sentir ou não. Se isso deveria acontecer naturalmente, ou se deveria se esforçar.

Se...

Se...

Se...

Realmente acreditou ter vencido a fase dos "se", deixando para trás aquelas perguntas sobre possibilidades. Contudo eles estavam ali novamente, assombrando-o, sussurrando incertezas diretamente em seu subconsciente, entranhando-se em seu âmago para surrupiar sua paz. E estavam obtendo êxito, cavando profundamente suas convicções, demolindo sua evolução. Enterrando sua paz.

Mas não era para ser assim. Aquele acontecimento deveria marcar o fim de uma era de confusão, não endossá-la, criando um monstro ainda mais feio e abstrato o qual Eijiro não conseguia compreender.

Porque essa era a verdade absoluta: ele não entendia o que se passava em sua mente e coração. Por toda a vida ele teve medo do julgamento dos outros, intimidado pela aparente incapacidade e inferioridade que sempre apontaram em si até que internalizasse como verdade. Não era algo novo para si sentir-se intimidado com o parecer e avaliação das pessoas que o cercavam sobre todas as suas falas, atitudes e postura.

Contudo ele sempre soube o que temia. Seus juízes tinham rosto, assim como cada anseio que o paralisava e oprimia estava interligado a algo em sua vida. A diferença agora estava em justamente não conseguir entender ou classificar o que sentia.

As vezes sentia-se oco, inseguro e confuso, noutros momentos estava exultante, confiante em si mesmo, totalmente resoluto em suas convicções. Porém logo os sentimentos ou se mesclavam ou o abandonavam, deixando-o apático e amedrontado.

Deveria admitir que realmente não estava pronto para aquele desfecho. Oh, não, o pegou de surpresa, e num primeiro momento sentiu-se compelido a apenas aceitar que seu infortúnio havia chegado ao fim. Mesmo assim hesitou no momento em que Katsuki voltou ao quarto trazendo a bebê.

Ele não a repeliu, jamais faria algo assim, contudo sua reação foi diferente do que imaginou. Não houve aquele mesmo arrebatamento que imaginou que sentiria se desse certo. As lágrimas não vieram e ele simplesmente não sentiu-se ligar instantaneamente como acontecera com os outros filhos. A sensação era a de estar vivenciando uma realidade paralela.

De fato encantou-se com a formosura da pequena, as bochechas coradas, os cabelos penteados de modo a evitar cair nos olhos, presos por uma pequena e delicada presilha em formato de borboleta verde - presente de Izuku, sem dúvida -, covinhas e dedinhos rechonchudos e atarracados, de semblante expressivo como Katsuki apesar de aparentemente ter puxado mais de sua aparência. Era miúda e leve como uma pluma, ainda que tivesse porte rechonchudo, algo que o pediatra alegou não interferir em sua vitalidade.

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