Por toda a sua vida Eijirou sentiu-se incapaz e desmerecedor, tendo de lutar contra toda a negatividade em si para poder conseguir se destacar. E, por um tempo, as coisas deram tão certo que chegou a crer que sua vida continuaria nos eixos.
Então d...
Preparam os lencinhos? Não? Corre que ainda dá tempo.
Obrigada a todos que comentam e votam, e a você também leitor fantasma, eu também gosto de vc e estou ansiosa para interagirmos ❤️
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Inútil, idiota, vergonhoso.
Nunca era bom o suficiente, não importava o que fizesse, nem o quanto tentasse, para o pai, nunca estaria bom.
Durante toda a infância, Eijiro nunca ouviu ele pronunciar uma só palavra de incentivo, ou mesmo sorrir para si. Seu semblante era de sempre o mesmo, sisudo, irritadiço e de asco. Ele nunca escondeu que seu filho era uma decepção, um contratempo. Um fardo que ele, obrigatoriamente tinha que suportar em nome da memória da esposa.
Quando Eijiro alcançou idade o suficiente para compreender o mundo ao redor ele entendeu as constantes viagens e ausências do pai e o olhar atravessado que recebia quando se encontravam. Hisoka era um homem ocupado demais para pensar em trivialidades como os sentimentos de uma criança. Eijiro tinha tudo o que precisava e não era um filhote desamparado, já que tinha tudo o que o dinheiro podia conceder. O mínimo que deveria fazer é retribuir o investimento do pai sendo um aluno destaque.
Mas ele não o era.
Além de ter nascido um maldito ômega, ainda era incapaz de compreender assuntos simples. Os tutores queixavam-se de sua morosidade e inaptidão em aprender, sugerindo a Hisoka que desistisse de empreender seus recursos financeiros e esforço em uma criança que obviamente não era capaz de entender o mínimo exigido.
Isso feria o orgulho de Hisoka, afinal sua esposa havia se sacrificado por aquilo? Não era possível. Ela lhe dissera que ele seria seu companheiro quando partisse, para que ele nunca mais se sentisse sozinho, que seria seu maior orgulho. Ao contrário de suas expectativas, ele se provou um verdadeiro desgosto. Era fraco, burro, chorão e medroso; como poderia se orgulhar de algo assim?
Hisoka cria que o destino havia sido cruel consigo, tirando de seus braços a mulher mais perfeita que conhecera para lhe presentear com um filhote inútil. Sakura era tão maravilhosa, linda e cheia de talentos e coragem; tanta que foi capaz de se sacrificar pelo filho sem pestanejar, se recusando a iniciar o tratamento para combater o câncer assim que descobriu que estava grávida, esforçando-se ao máximo para conceber aquela cria inútil. Quando enfim iniciou o tratamento era tarde demais. O câncer havia avançado severamente e se alastrado para as outras células, e ela já estava no limiar de suas forças. A última coisa que fez foi nomear o filho e vê-lo uma vez antes que seu organismo falido entrasse em colapso e os médicos tivessem que induzir o coma para tentar salvá-la. Coma do qual nunca mais acordaria.
Ele esteve lá, do lado de fora enquanto outro profissional tentava restaurar o pouco que sobrava. Muito havia sido afetado por causa de sua teimosia, se ela tivesse interrompido a gestação como ele havia pedido tantas vezes estaria com ele agora. Mas ela não o fez e seguiu em frente, mesmo sabendo que com essa decisão estava se condenando.
