O Quarteto Confusão já tinha uma brincadeira planejada para a aula naquele dia. Não seria nada drástico demais, que poderia acarretar uma suspensão ou advertência. Mas, seria engraçado. Pelo menos era essa a intenção do grupo. Anderson e suas piadinhas fariam a sala gargalhar por longos minutos.
O mistério mesmo estava em torno de Barbara. Ela planejava fazer outra brincadeira e se recusou a falar com o resto do seu grupo. Para a garota, as piadas de Anderson eram sem graça e não irritaria Viviane a ponto de fazer com que ela sumisse da escola. Bianca não admitia, mas estava com medo do que sua gêmea aprontaria.
Anderson arrancou a última folha do seu caderno e escreveu alguma coisa. Bianca observava o menino, sem saber qual era a piada da vez. Ele se negou a mostrar. E a curiosidade dela aumentava a cada segundo que passava.
Quando o segundo sinal tocou, Viviane entrou na sala, colocando os materiais em cima da mesa. Alguns alunos continuavam a conversar, mesmo com a presença da educadora. Bianca sentava de lado, às vezes olhando Anderson, às vezes olhando a professora. E se perguntava se estavam fazendo o certo.
Viviane pigarreou, chamando a atenção dos estudantes. E, apesar de alguns alunos continuarem a conversar, ela deu o deu recado.
— Antes de começar a aula, queria falar como vocês sobre o trabalho da semana passada. — ela pousou os olhos em cada um dos vinte e dois alunos — Ninguém enviou. Sei que vocês sabem da importância dos trabalhos e atividades em sala de aula, por isso, não vou perder tempo explicando. Bom… eu resolvi dá mais uma chance a vocês. Até amanhã.
— Quem disse que a gente quer alguma chance? — Barbara sussurrou a Carlos. Os dois riram, chamando a atenção da professora.
— Os trabalhos que eu passo em sala de aula são importantes. Com eles, vou conseguir ajudar vocês melhor. — ela continuou. Seus olhos pousaram no quarteto por alguns segundos a mais do que o necessário — Se vocês quiserem, conversem comigo. Estou à disposição.
Barbara deu uma risada debochada contida, mas que chamou a atenção da professora. Viviane pegou o seu caderno, seguiu para o quarto e começou a copiar atividades no quadro.
Anderson se levantou e foi até a lixeira, próxima a porta. No percurso de volta, ele parou na carteira de Heloisa e conversou com a menina. Da última vez que ele escreveu um bilhete e entregou a ela, a garota riu tanto, mas tanto, que precisou sair correndo ao banheiro. E quase ganhou uma advertência por sua risada escandalosa.
O menino voltou ao seu lugar, onde trocou algumas palavras com Heloisa sem emitir som. E não demorou para que Heloisa começasse com sua crise de gargalhadas chamativas. Era bem típico de a menina rir de forma exagerada. Todos os olhares da sala, inclusive da professora, foram direto na garota de cabelos negros. Anderson sorria, enquanto seus colegas tentavam, encontrar alguma explicação em toda aquela gargalhada.
— O que você escreveu no bilhete? — Bianca perguntou, se virando para trás.
— Nada tão bom assim. Você sabe, Helô é exagerada.
— Tudo bem, Heloisa? — Viviane perguntou preocupada com a risada tão… característica da estudante.
Heloisa acenou positivamente para a professora, enquanto tentava conter suas gargalhadas com as duas mãos na boca. Viviane voltou sua atenção para a lousa, enquanto a menina passava o bilhete para trás. E riu novamente.
O bilhete foi passando de mão em mão. A grande maioria ria, alguns de forma mais aberta, outros tentando esconder as risadas, o que nem sempre era uma boa ideia.
Quando o papel chegou até Barbara, ela revirou os olhos, sem esperar o que Carlos falaria a ela. A menina passou para a sua irmã. Bianca leu o bilhete, que se tratava de uma pergunta. Bem estranha, aliás.
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Gêmeas - Nada Será Como Antes [Concluído]
Teen FictionBianca e Barbara Silva são gêmeas, de aparência idêntica, mas personalidades distintas. Enquanto uma é mais introvertida e tida por muitos como uma garota ingênua, a outra possui uma personalidade sociável e lidera, na maioria das vezes, as brincade...