Capítulo 10

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O relógio no pulso de Bianca marcava 07h43min. Anderson e Carlos ainda não tinham chegado, o que deixava as meninas malucas. Eles não se atrasavam. Normalmente eram as duas quem chegavam mais tarde. A cada segundo, Bianca olhava o celular. Nenhuma mensagem. Nem de Anderson. Nem de Carlos.

— Será que eles vão faltar? — Barbara balançava os pés para frente e para trás.

— Acho que não. Anderson não me disse nada.

Bianca olhou, pela milésima vez, a tela do seu celular. E nenhuma mensagem aparecia. Será que ela quem deveria enviar alguma? Será que aconteceu alguma coisa? Quando Anderson foi embora de sua casa no dia anterior, seus olhos estavam vermelhos. Teria acontecido algo com ele?

— Você percebeu que os olhos se Anderson estavam vermelhos ontem? — Bianca perguntou a irmã, quase entrando em desespero.

— Não acredito que você fez seu goy chorar. — Barbara falou incrédula. Então, começou a rir. Bianca deu uma cotovelada na costela da irmã.

— É sério, Babi. — Bianca continuou, sem achar graça da brincadeira — Você sabe que ele tem miopia.

— Sei. E sei também que aqueles incríveis olhos avelãs são lente. — Barbara provocou.

Bianca cruzou os braços na frente do corpo. Os olhos de Anderson eram avelãs naturalmente. Até os treze anos, ele usava óculos. Os dois ainda não eram próximos. E ela não reparava nele como as outras garotas faziam descaradamente. Mas, ainda assim, ela tinha certeza de que os olhos do menino eram daquela cor, e não por causa das lentes.

— Não se preocupe, ermya. Se tivesse acontecido alguma coisa com Anderson, você já teria ficado sabendo.

Bianca levantou do banco do quarteto, andando de um lado para o outro. Parou por um instante e observou a tela do aparelho em suas mãos. Nenhuma nova mensagem. Ela sentou ao lado da irmã e observou as pessoas que circulava pelo gramado da escola. Anderson não estava entre eles.

A menina levantou, pela milésima vez. E olhou o celular novamente. Ela sabia que não tinha mensagem nova. Afinal, o aparelho não vibrou, mas ainda assim, olhava de segundo em segundo. E o tempo estava passando. Barbara revirava os olhos para o desespero da irmã. Bianca não se importava.

Decidida a tomar uma atitude, ela encontrou o nome de Anderson na parte das mensagens. Como não encontraria? Ele era o primeiro da lista. Ela começou a digitar as palavras, quando avistou Carlos andando em sua direção. Sozinho.

— Cadê Anderson? — Bianca perguntou antes de o rapaz cumprimentar as duas.

— Que desespero é esse, Bianca? Só por que ficaram um fim de semana sem se verem? — Carlos debochou.

Bianca revirou os olhos. Por que ninguém dava atenção as suas preocupações? Eram tão bobas e sem fundamentos assim? Não. Não era. Anderson tinha problema de visão. Os olhos dele estavam vermelhos. Ele não tinha aparecido na escola. Aconteceu alguma coisa sim.

— Um fim de semana? Os dois se viram ontem à tarde.

— Ih, Barbara. Acho que sua irmã está com um terrível e grave caso da Síndrome do Impetuoso Sentimento.

Carlos dizia como se fosse um especialista no assunto. E riu em seguida, sendo acompanhando por Barbara. A menina cruzou os braços, fechando a cara para os dois burrotas em sua frente. Não tinha graça alguma.

— Não se preocupe, Bianca. Anderson está vindo. — Carlos sentou ao lado de Barbara — Ele disse que se atrasaria um pouco, e que eu poderia vir na frente.

Gêmeas - Nada Será Como Antes  [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora