Durante todo o sábado, Barbara ficou trancada em seu quarto. Não saia nem ao menos para fazer suas refeições. E sobrava para Paula levar para a menina tudo o que ela precisava. E empregada era a única que era autorizado pela garota e entrar em seus aposentos.
Diogo também não era muito visto pela casa. Ficava a maior parte do tempo em seu escritório. E, quando passava pela sobrinha, estava sempre cabisbaixo e sem animo.
Na manhã de domingo, depois do café, Diogo chamou as meninas para a sala. Barbara só desceu porque o arquiteto insistiu muito, dizendo que era importante. Os três ficaram sentados no sofá, esperando por Geraldo e Carmem, que disseram estar a caminho. Nas mãos de Diogo estava uma pasta, cheia de papéis. Os mesmo que Bianca viu alguns dias atrás.
Não demorou muito para que os pais das gêmeas entrassem, sem preocupar com formalidades. Geraldo estava na frente, com sua esposa a poucos passos de distância, vindo atrás. Os três no sofá levantaram.
— Espero que suas malas estejam prontas. — Geraldo falou, parando de frente para os três.
— Bom dia para você também, Geraldo. — Diogo falou, indo até o irmão e lhe entregando a pasta.
Geraldo observou o conteúdo da pasta. Carmem estava ao seu lado, também olhou as folhas. Os dois leram rapidamente. E olharam para o arquiteto. A expressão do pai das gêmeas não era nenhum pouco amigável.
— Que palhaçada é essa, Diogo? — Geraldo perguntou irritado.
— Há dois anos, você me passou a guarda das meninas. Você não pode levar elas sem o meu consentimento. — Diogo disse, com um sorriso satisfeito.
— Eu sou o pai delas! — Geraldo esbravejou, jogando a pasta em cima da mesinha de centro.
— Fale isso com um juiz. O que será uma perda de tempo. E uma dor de cabeça desnecessária. O juiz vai ouvir as duas. E vocês podem fazer o mesmo. Será bem mais simples. Eu garanto.
Geraldo olhou com raiva para o irmão. Diogo, ao contrário, estava mais tranquilo. De braços cruzados, esbanjava um sorriso cheio de satisfação. Afinal, tudo estava do lado dele.
— Geraldo, Diogo tem razão.
Carmem se colocou na frente do marido, fazendo com que ele quebrasse o contato visual com o irmão. Se os dois continuassem a se encarar daquela forma, era capaz de um sair voando pela janela.
— Elas estão bem aqui. Diogo vai cuidar delas. Levar as duas com a gente não vai impedir que elas se interessem por outros garotos. Levar as duas com a gente vai gerar muitas complicações.
Geraldo olhou para as filhas, que agarram no braço de Diogo. E depois para a pasta em cima da mesinha de centro. Não adiantaria discutir. Ele não poderia fazer nada. Não quando uma papelada com valor jurídico estava em oposição a ele.
— Tudo bem. Elas ficam. — Geraldo falou por fim.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆
Anderson apareceu na casa das gêmeas depois do almoço. Bianca esperava por ele, sozinha, sentada na borda da piscina com os pés na água. O garoto sentou ao seu lado, depois de tirar o tênis, balançando os pés dentro da piscina.
Depois que os pais das gêmeas deixaram que elas ficassem com Diogo, ou melhor, resolveram não insistir mais na ideia absurda, foram embora com medo de perder o vôo. E tudo voltou como era no dia anterior. Barbara voltou a se fechar no quarto. E o arquiteto seguiu para o escritório.
— Estou feliz que seus pais deixaram que vocês ficassem. — Anderson falou, abraçando a menina.
— Eu também. — Bianca concordou, recebendo um beijo carinhoso na bochecha — Pelo menos deu uma trégua no clima ruim aqui em casa. Tio Diogo está tão deprimido, que eu acabo ficando triste também.
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Gêmeas - Nada Será Como Antes [Concluído]
Teen FictionBianca e Barbara Silva são gêmeas, de aparência idêntica, mas personalidades distintas. Enquanto uma é mais introvertida e tida por muitos como uma garota ingênua, a outra possui uma personalidade sociável e lidera, na maioria das vezes, as brincade...