You're the Habit that I Can't Break ( Concluído)

Capítulo Dois

Richard não viu o rapaz novamente durante todas as férias.

O que o deixou meio frustrado, queria ter encontrado aquele rapaz na balada novamente, por isso foi pelo menos duas semanas seguidas no local, mas não, nada de esbarrar com o garoto. Mas de qualquer forma, não lembrava muito bem do rosto do outro, também estava meio alterado pela bebida e a única coisa que recordava era dos olhos azuis, mas não era raro encontrar pessoas de olhos azuis em sua cidade. Na verdade Richard não sabia porque se preocupava com isso, era só mais um rapaz que o parou na balada.

As férias de verão haviam acabado tão rápido quanto começaram, Dick estava novamente em frente a instituição onde fazia seu curso. Suas aulas geralmente eram no bloco C, as matérias de humanas, no andar dos cursos de saúde. Ele encontrou Wally, reunido na frente da sala 203 enquanto esperava a aula começar, estava concentrado jogando alguma coisa. Não perdeu tempo em ir para a própria sala, no andar de cima.

Assim que chegou na sala entrou e se sentou, retirou seu exemplar de psicopatologia da vida cotidiana, livro que todos ficaram encarregados de ler nas férias, seria o assunto da aula de psicopatologia do dia.

Ás 10:00 a turma estava liberada, haviam acabado toda a discussão em pouco tempo, tendo alguns incômodos, como quando um cara muito chato questionou Kory dizendo que a base teórica dela estava errada, a mesma respondeu que não tinha como estar errada pois foi ela quem montou a teoria sozinha, o rapaz continuou questionando a sabedoria dela. Kory era uma mulher muito linda e inteligente, com muita paciência também e carisma, tinha a pele negra, que chamava atenção de um jeito inexplicável, era considerada a mais bonita da turma, com seus 1,80 cm deixava muitos rapazes irritados e intimidados, ela não evitava olhá-los com um semblante de superior. Pintava o cabelo de rosa e o mantinha encaracolado até a cintura.

O fato era que aquele garoto era tão irritante que Kory se levantou, ficou de frente para o mesmo e com toda a calma do mundo e elegância lhe mandou tomar no cu.

O professor os liberou após isso, dizendo que esse não era um perfil de futuros psicólogos.

Dick decidiu passar no bloco F e deixar o exemplar na biblioteca onde havia pego, então para lá que foi. A biblioteca era enorme, livros do chão até o teto, ela possuía dois andares, a primeira fileira era ficção científica, a segunda ficção adolescente, a terceira romance, assim seguia até o final da biblioteca, mas a fileira que Dick mais se importava era a dos grandes pensadores e a do curso de psicologia, se dirigiu para lá. Guardou o livro na sessão Freud.

Após escolher outro livro para levar para casa - dessa vez um de C.G. Jung - saiu da biblioteca, como já dito, o bloco F era o bloco dos cursos de artes, no pátio que ligava a biblioteca a secretaria do bloco E, algumas pessoas gritavam. Era um grupo grande, alguns sentados e outro levantados, falando com emoção e devoção. Curso de teatro, Dick reconhecia os dramáticos ridículos do curso. Já atrapalharam sua vida muitas vezes na cantina.

Tentou caminhar pelo pátio do outro lado, mas foi surpreendido por um garoto pulando em sua frente.

— "Vós, que tão penosamente vos afligis com coisas sérias, que sentis vergonha de vos entregardes, mesmo por breves momentos, à alegria e à alegria na terra de Fancy; — Ele se virou para o grupo e apontou para Richard. — vós que pensais que a vida não tem a ver com risos inocentes que não podem fazer mal a ninguém; estas páginas não são para vós."

— O que ? — Dick encarou o outro confuso, aplausos de admiração veio do grupo, o garoto a sua frente se inclinou várias vezes agradecendo e então finalmente voltou seu olhar para Richard. — Você. — A memória despertou totalmente, era o garoto da balada, ele estava no pátio, com o grupo de teatro, era um calouro ?